MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VII – DA VOLTA À VIDA CORPORAL
A infância
382. Durante a infância
sofre o Espírito encarnado, em consequência do constrangimento que a imperfeição
dos órgãos lhe impõe?
“Não.
Esse estado corresponde a uma necessidade, está na ordem da Natureza e de acordo
com as vistas da Providência. É um período de repouso do Espírito.”
Durante a infância
No decurso da infância o
Espírito não sofre, porque não se encontra devidamente ligado ao corpo em
estado de crescimento. A lei universal que protege a todos tem as suas
gradações de eutimia, facilitando assim o estado em que se encontra a alma em
vias, por vezes, de grandes provações. Conforme o Espírito que se encontra
ligado à carne, ele passa por certas inquietações, em estado de sono ou
inconsciência, que não convêm ao Espírito esclarecido. Já o Espírito altamente
evoluído, quando vem à Terra em missão especial, não perde sua lucidez, por não
ter necessidade disso, como no caso de Francisco de Assis e outros.
A capacidade espiritual
dessas almas não os deixa ficar inertes, nem precisam descansar na formação do
seu corpo físico; eles trabalham constantemente. Todavia existem almas que
ficam em estado de inconsciência, às vezes até por toda existência. Elas não
estão perdendo tempo, pois há um processo de osmose, onde a lei de amor se
processa para educar as criaturas nesse regime de vida, que aparentemente se
encontra desligado da vida.
Os meios de aformosear a
vida são diversos, uns mais lentos e outros mais ligeiros; isso tudo depende da
evolução da alma. O carro de boi é muito lento na sua marcha, contudo, a
evolução dotou o avião moderno com mais velocidade. Assim é a evolução do
Espírito primitivo em relação ao evoluído.
Em se falando das crianças,
a imperfeição dos órgãos já lhes obriga a não pensar e nem expressar o que
guardam acumulado como suas experiências. Se o corpo tolhe suas faculdades,
certamente que isso tem um objetivo, o de ficar em estado de descanso refazendo
forças para novas lutas na carne, que não são fáceis. A mensagem do espiritismo
à humanidade é para o devido preparo, principalmente para entender como receber
os recém-vindos ao mundo, pois que vai ser entregue a eles o comando de todas
as nações e de todos os lares, para que esses, no futuro, vivam na suavidade do
amor e da caridade.
O constrangimento dos órgãos
das crianças é para o bem delas; no fundo, é refazimento das forças. O soldado
no “front” tem suas horas para reparar o que perdeu nas lutas. A vida na Terra
é, pois, plena luta, e quem vence a si mesmo é o maior vencedor.
Quando Jesus deu grande
importância para as crianças, foi nos ensinando que devíamos fazer o mesmo,
porque elas são sementes de Deus para continuidade da mensagem de Cristo, porém
é necessário que aprendam a viver no ambiente dos pais. Uma criança no lar é um
encanto em flor de vida, que por muitas vezes sustenta a vida dos pais. O
sorriso de uma criancinha para os pais é vida que se transmite para os que lhe
deram a vida material. É a gratidão em silêncio.
Cuidemos bem das crianças e
não culpemos a Deus por seus infortúnios, quando esses surgirem em nossos
caminhos, nem nos revoltemos com os sofrimentos delas, pois Deus não sabe o que
faz; porém cuidemos mais no que se refere a nossa obrigação, para que o
sofrimento das crianças não sejam por desmazelo dos pais. Respondemos pelo que
deixamos de fazer, esquecendo a obrigação no trato com os pequeninos em
formação para a vida.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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