MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VII – DA VOLTA À VIDA CORPORAL
Simpatia e antipatia terrenas
390. A antipatia instintiva
é sempre sinal de natureza má?
“De
não simpatizarem um com o outro, não se segue que dois Espíritos sejam
necessariamente maus. A antipatia, entre eles, pode derivar de diversidade no
modo de pensar. À proporção irá desaparecendo e a antipatia deixará de
existir.”
A antipatia é inferioridade?
A antipatia é sinal de
inferioridade, e os Espíritos puros não a têm de modo algum, por respeitarem os
direitos alheios. Cada qual tem direito de pensar como queira. Não se é
necessariamente Espírito mau só por pensar diferente dos outros. No entanto,
existem antipatias geradas no ódio. Isso depende muito das almas que alimentam
e sentem esse antagonismo.
Estamos todos de partida para a libertação espiritual, pelo conhecimento da verdade. Quando alcançarmos a evolução real, tudo de mal se desfará, tudo de antipatia acabará, tudo de tristeza deixará de existir, todo mal cederá lugar para o bem eterno, dentro da eternidade de Deus. Os caminhos do progresso espiritual são diversos, porém, quem trilha por um, não desdenha o outro, por conhecer que o Senhor fez todos os caminhos com ardor e que todos eles nos levam à felicidade.
A antipatia entre dois
Espíritos pode derivar no modo de pensar, donde se segue que esses Espíritos
não se afinam nos mesmos ideais de trabalho, sendo que todos eles os levam à
paz e ao entendimento. A maldade se encontra na inferioridade da alma, aquela
que não pode livrar-se do orgulho e do egoísmo. Isso é mais questão de tempo.
A maturidade do Espírito irá
levá-lo ao conhecimento da verdade. Há momentos que requerem mais vigilância da
nossa parte. Por vezes, sentimos antipatia até do olhar de certas criaturas, da
sua palavra e mesmo dos seus gestos. Nessas horas, devemos buscar a oração
assegurada na vigilância, certificando-nos de que a vontade possa desfazer esse
magnetismo que, se descuidado, toma um caráter inferior, fazendo surgir a inimizade
no clima da nossa vida.
Aos espíritas, aconselhamos
evitarem as discussões. Elas, de modo geral, geram antipatia e até mesmo o
ódio. Não impor ideias é processo de luz; quando solicitados exporem suas
convicções, que vigiem sempre o verbo, para que ele não fira nem violente os
direitos dos outros.
As naturezas são diversas
nas criaturas; as escalas de progresso são inúmeras nos Espíritos, e cada um
tem direitos onde permanece e deveres a cumprir. Nem o próprio Jesus quis
julgar a mulher adúltera, por saber o Senhor que ela estava em um grau de
evolução em que o erro a dominava, como lição para o futuro. Sempre os
julgadores se esquecem do seu próprio tribunal, em ação dentro de si mesmo.
Para ser um professor para os outros, para ensiná-los constantemente, existe
somente um meio de fazê-lo, sem contrariar as leis que regulam a vida: pelo
exemplo.
Quem vivencia a mensagem do
amor nunca cria antipatia nos corações que o observam. Tudo é escrito nos
corações em silêncio, da forma que a natureza sabe fazer, e ela é mesmo hábil
nessa operação.
Se existe, entre nós e
outrem, diversidade no modo de pensar, não nos irritemos com esse fenômeno
comum dentre as criaturas; passemos adiante e busquemos o que serve para nosso
entendimento, que Jesus nos abençoará os esforços.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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