MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VII – DA VOLTA À VIDA CORPORAL
Simpatia e antipatia terrenas
391. A antipatia entre duas
pessoas nasce primeiro na que tem pior Espírito, ou na que o tem melhor?
“Numa
e noutra indiferentemente, mas distintas são as causas e os efeitos nas duas.
Um Espírito mau antipatiza com quem quer que possa julgar e desmascarar. Ao ver
pela primeira vez uma pessoa, logo sabe que vai ser censurado. Seu afastamento
dessa pessoa se transforma em ódio, em inveja e lhe inspira o desejo de
praticar o mal. O bom Espírito sente repulsão pelo mau, por saber que este o
não compreenderá o porque díspares dos dele são os seus sentimentos.
Entretanto, consciente da sua superioridade, não alimenta ódio, nem inveja
contra o outro. Limita-se a evitá-lo e a lastimá-lo.”
Ainda há antipatia
A antipatia entre duas
pessoas nasce em qualquer uma delas primeiro, no entanto, provavelmente um é
sempre mais esclarecido que o outro, e por força da natureza melhorada, a
antipatia deve surgir no que ainda tem uma natureza mais bruta, que alimenta a
inferioridade.
Existem ainda casos de
dívidas do passado entre duas pessoas, onde uma delas já está propensa ao
perdão. Essa, esquece logo as lembranças e a repulsão quando encontra o
antagonista, mas a outra, que desconhece a desculpa, trava uma guerra consigo
mesma para odiar mais, ao deparar com o seu antigo inimigo, piorando cada vez
mais a sua situação espiritual.
Certamente que o bom
Espírito sente repulsão pelo mau, mas esforça-se para não odiar, por estar na
escala da educação dos seus sentimentos. O Espírito superior não muda sua paz
interior pelas antipatias que recebe de alguém; conserva sua serenidade e ainda
ora por todos os que caluniam e odeiam.
Convém anotar-se que o
Espírito que odeia se encontra na ordem dos ignorantes, que não percebeu ainda
a luz nem experimentou a paz de consciência. Foi por essa razão que veio ao
mundo o Cristo, sendo que a humanidade não reconheceu a Sua presença como deveria.
Assim ele fez voltar a Sua doutrina na feição do Espiritismo codificado por
Allan Kardec, na certeza de que essa filosofia grandiosa iria dar continuidade
à educação dos que ignoram a verdade. A Doutrina dos Espíritos tem o poder de
fazer reviver com Jesus, com todas as suas qualidades nobres, trabalhando para
que Ele seja conhecido por toda a humanidade.
O Espírito inferior
desconfia de todos e percebe no ar quando vai ser censurado pelo seu igual. Ele
está sempre em rixas com os seus parceiros. Com estas páginas sobre “O Livro
dos Espíritos”, nós desejamos a todos que melhorem em todos os sentidos e
alcancem o amor, amando; que alcancem o perdão, perdoando; que alcancem a
caridade, praticando-a em todas as suas nuances.
Se ainda alimentamos alguma
antipatia por alguém, pensemos mais e desfaçamos logo este estado negativo em
nossa vida. Cada sentimento inferior que palpita em nosso íntimo, é semente
inferior lançada no terreno mental e no coração de quem odeia, e por isso responderemos.
Não convém esse estado, porque todo sofrimento nasce desse descuido.
Fecundemos nossos pensamentos,
palavras e obras com a fraternidade, pois ela é capaz de construir em nossos
caminhos a luz que jamais se apagará. Mesmo que não tenhamos antipatia por
alguém, mesmo que ninguém se antipatize conosco, trabalhemos em favor dos que
ainda se encontram nessa faixa de vida nas sombras, para que eles, no amanhã,
esqueçam deste nome, antipatia, e do que ele representa para os infelizes.
O mundo está cheio de ódio,
de inveja, de orgulho e de egoísmo, esperando que nossas mãos trabalhem para a
paz de todos. Podemos fazer alguma coisa em favor do amor, e não nos esqueçamos
de espalhar benefícios. Comunguemos com o Cristo, que ele já comungou com o
nosso coração em Deus.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário