Como é acolhida a alma no seu regresso ao mundo dos Espíritos?
“A do justo, como bem-amado irmão, desde muito tempo
esperado. A do mau, como um ser desprezível.”
A chegada
das almas ao mundo espiritual é sempre diferente, cada uma levando o que tem
para apresentar ao mundo da realidade. Certamente que a chegada de um justo é toda
envolvida pela alegria. Aqueles que vêm ao seu encontro, após a quebra de seus
laços com a carne, lhe oferecem flores de luz, e o ambiente é de verdadeira
paz, de harmonia que alimenta, fazendo brilhar em todos os corações a
esperança.
A chegada dos bem-aventurados é cercada de glórias. Eles receberão as bênçãos pelo que abençoaram, encontrando os frutos pelas qualidades das sementes semeadas em seu percurso no mundo.
Já o
Espírito inferior que deixou em seu rastro na Terra somente confusão, que
aproveitou os dons espirituais para distorção das leis, que esqueceu o tempo, matando-o
com a inércia, que usou os pensamentos somente para destruir lares e complicar
a sociedade, que alimentou por toda a sua vida as paixões inferiores, é
recebido pelos seus iguais, onde a tristeza e a negatividade tornam o ambiente
irrespirável e o magnetismo é toldado pela ignorância que domina. A negligência
fê-lo esquecer o amor e, não acreditando na caridade, desencarna sem rumo. Ele
não sabe para onde vai e, por vezes, nem onde se encontra.
As variações
das chegadas são inúmeras; tudo é de acordo com a evolução de quem se desprende
da matéria. O amor de Jesus é tão grande em favor da humanidade, que Ele mesmo
veio, pisou na Terra, andou com os homens e conversou com eles acerca das
verdades do mundo espiritual, e para tanto foi e voltou, cumprindo a promessa e
mostrando a Sua grandeza como guia espiritual de todos os povos.
Se queremos
chegar bem ao mundo da verdade, observemos o Evangelho do Senhor. Procuremos
dar as mãos e persuadir aos que nos acompanham pela palavra e pelo exemplo,
divulgando os seus preceitos, que estaremos ajudando no preparo para a chegada
desses irmãos, no amanhã, ao mundo espiritual, onde chegarão com os olhos
abertos para a luz do entendimento.
Dias e
noites se sucedem na Terra, chamando os homens para pensarem mais nas coisas do
Espírito e fazerem as mudanças indispensáveis, como que a acender luzes no
coração, pela magia do amor, com o fósforo da caridade.
Pensar para
escolher o quê? Movamos as mãos no bem, que esse bem em forma de caridade
coletiva nos dará a certeza de que chegaremos à pátria espiritual do mesmo modo
que os primeiros cristãos, martirizados no Coliseu de Roma, por amor à causa da
Boa Nova. Eles cultivaram as virtudes no coração e se esqueceram de todo o mal,
produto de ilusões que deprimem, nublando todo o caminho.
Exortemos a nós mesmos todos os dias e avancemos em direção ao sol da verdade, o único que liberta todas as criaturas dos males criados por ela mesma. Se esquecermos o mal e perdoarmos todas as ofensas, com amor, fiquemos seguros da nossa chegada de luz, ao ingressarmos na eternidade de paz.
O Livro dos Espíritos, questão 287, comentada pelo Espírito Miramez.
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