MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VII – DA VOLTA À VIDA CORPORAL
Idiotismo e loucura
376. Por que razão a loucura
leva o homem algumas vezes ao suicídio?
“O
Espírito sofre pelo constrangimento em que se acha e pela impossibilidade em
que se vê de manifestar-se livremente, donde o procurar na morte um meio de
quebrar seus grilhões.”
Loucura e suicídio
Em alguns casos a loucura realmente leva a criatura ao suicídio. Deve se ter em conta os caminhos tomados por ela no passado; se usou suas faculdades para o incentivo à loucura dos outros, certamente que as reações do que fez dos seus dons refletirá em seu caminho e
aí vem a vestir novo corpo deficiente, acabando por tirar a sua própria vida física. É o tribunal da consciência em chamas que pede reparos e a alma, na aflição, pensa que, em se matando, estará livre das distorções que fez nos caminhos alheios.O caso de Judas Iscariotes
foi um deles: as moedas queimaram-lhe as mãos e ele achou que encontraria no
suicídio a paz que deveria buscar, acompanhando o Mestre, mas, o tempo fê-lo
reparar seu desrespeito à vida em muitas reencarnações, e hoje se encontra na
serenidade de Deus, trabalhando em favor da humanidade, para que essa
compreenda o valor dos gestos do Cristo, da palavra e do mesmo silêncio do
Divino Senhor.
A cabeça de um louco é um
mundo de deduções constantes, e ele tem momentos de reflexões sadias, dentro
das quais mistura o passado com o presente e busca, por vezes, o futuro. Nessa
desordem mental ele se sente constrangido e faz todos os esforços, na sua
limitação, para sair da opressão, e às vezes tomam caminhos que pioram a situação.
Ainda existem os que expõem
sua loucura com a aparência de serenidade, e desculpas de que estão defendendo
a pátria, a terra que lhes serviu de berço, etc.. A ideia de defesa
transforma-se em orgulho e egoísmo, estragando vidas e destruindo possibilidades
de os outros crescerem e se amarem. Despeja-se o inflamável do ódio, e risca-se
o fósforo da violência. Esses são os maiores loucos da história, os fazedores
de guerras. E quando o tempo começa a educá-los, eles mudam de estratégia,
passam a fazer guerra fria, oprimindo os mais fracos, invadindo países e
saqueando-lhes os celeiros. É nesse ponto que o Evangelho lhes pergunta: “Para
que ajuntar tanto, se amanhã o Senhor lhe pedirá a alma?”. Esse procedimento de
grande parte da humanidade é um suicídio lento. Esquecendo o mandamento da lei,
não matarás, eles matam tudo com instrumentos de guerra cada vez mais
melhorados e renovados, verdadeiros engenhos de destruição. Mas a natureza vai
começar a responder e quem fez ou cooperou para a explosão das guerras irá
responder por suas desordens. Eis aí o “choro e ranger de dentes”.
O suicídio no mundo tomou
proporções indescritíveis; é a resposta dos pensamentos criados pelos próprios
suicidas do passado. A opressão das sementes do mal laçadas por eles é tanta
que eles não suportam a opressão da força que emitiram para destruição, e elas
voltaram para arruinar os destruidores. Ninguém engana a lei de justiça, porque
Deus é amor. O Espírito passa a sofrer o constrangimento do modo que
constrangeu aos outros, e somente paga o que deve na pauta da vida. Quem não
plantou, como pode colher?
A Doutrina dos Espíritos é
Jesus voltando para toda a humanidade, por misericórdia de Deus, desdobrando
esforços, de sorte a ensinar novamente aos povos o que é amar, e como se deve
comportar para viver feliz.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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