MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VII – DA VOLTA À VIDA CORPORAL
Idiotismo e loucura
371. Tem algum fundamento o
pretender-se que a alma dos cretinos e dos idiotas é de natureza inferior?
“Nenhum.
Eles trazem almas humanas, não raro mais inteligentes do que supondes, mas que
sofrem da insuficiência dos meios de que dispõem para se comunicar, da mesma
forma que o mudo sofre da impossibilidade de falar.”
Idiotismo
O fato de um Espírito
encarnar com a prova do idiotismo não quer dizer que será ele um Espírito
ignorante. Podemos dizer, aí sim, que ele fez mal uso das suas faculdades em
outras reencarnações, e nesta, como cretino, repara suas faltas no corredor dos
tempos.
Um idiota pode ser um Espírito de grande evolução científica que, descuidando-se do seu saber, influenciou muita gente nos caminhos do mal; esqueceu a moral da forma que nos ensina Jesus, e da educação que todas as religiões e filosofias espiritualistas ensinam, e, ainda mais, pelos exemplos dos grandes vultos da humanidade, cujas vidas são páginas imortais, que devemos copiar todos os dias para nossa felicidade, tendo Nosso Senhor Jesus Cristo como a mais perfeita força do amor.
Observando um idiota,
notaremos que os órgãos não lhe dão condições para o bom exercício das suas
faculdades. Mesmo que ele faça todo os esforços, não consegue. O Evangelho nos
traz notícias de muitas curas que o Mestre fazia, e ele dizia quase sempre depois
das curas: “Vai e não peques mais”.
O erro atrofia as faculdades
espirituais da alma, em se prendendo aos defeitos provocados pelo erro nos
corpos espirituais. Se as vestes materiais precisam ser lavadas, quanto mais as
vestes do Espírito, e elas se lavam pela educação e instrução nas bases do
amor.
Por isso nos diz “O
Evangelho Segundo o Espiritismo:” “Fora da caridade não há salvação”. A
caridade é, pois, o sabão divino e o amor, a água de luz que pode limpar todas
as vestes do Espírito imortal.
Se o homem quer se livrar do
idiotismo em uma ou mais das reencarnações, que comece a se defender agora
dessa situação constrangedora que possa influenciá-lo. Que ele não use a
inteligência para deturpar a verdade, nem para combatê-la, pois amanhã poderá
vir sem os instrumentos por onde possa manifestar livremente as suas faculdades
espirituais.
Compadeçamo-nos de nós
mesmos, amando e servindo sem condições, compreendendo as leis da natureza, para
que elas nos protejam em todas as dificuldades do caminho, perdoando, pois o
perdão incondicional, nos leva a amizade pura, para que a fraternidade nasça em
nossos corações e nos corações dos que foram perdoados. Ninguém pode viver só;
todos precisamos nos movimentar em busca de ligar os elos, para que todos os
corações se unifiquem em Cristo e em Deus. Tudo na vida é uno, mas essa unidade
se divide ao infinito, sem se desligar da fonte criadora, no serviço da luz.
A loucura, igualmente, é uma
espécie de desarmonia na mente espiritual; se há loucos na Terra, muito mais os
há na erraticidade. Eles usaram mal as faculdades espirituais em uma ou em
várias estadias no planeta. Pensaram, quando estavam de posse dos seus dons,
que poderiam fazer “justiça”, e não acreditavam no retorno do mal que
praticavam, negando o próprio Deus, como que desfazendo a lei. Como se
enganaram essas almas! Quem faz mal aos outros está fazendo mal a si mesmo, e
as consequências são desastrosas em seus caminhos.
Para nos livramos do
idiotismo e da loucura do porvir, basta amarmos.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário