MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VII – DA VOLTA À VIDA CORPORAL
Idiotismo e loucura
377. Depois da morte, o
Espírito do alienado se ressente do desarranjo de suas faculdades?
“Pode
ressentir-se, durante algum tempo após a morte, até que se desligue completamente
da matéria, como o homem que desperta se ressente, por algum tempo, da
perturbação em que o lançara o sono”.
O espírito alienado
O Espírito alienado, depois
da morte física, em muitos casos continua com a impressão dos distúrbios que sofria
que quando animando um corpo. É a impressão que lhe causaram as tormentas do
seu passado e que o mantêm ligado às coisas na Terra.
Os nossos pensamentos se prendem onde o coração se acha ligado pelos fios dos sentimentos. A sensibilidade da alma registra o que ela pensa, vê e sente. Quantas perturbações fantasmas nós conservamos! Umas, nós assimilamos no ambiente em que vivemos; outras, nós ouvimos e outras mais, nós vemos. Necessário se faz que procuremos em tudo o equilíbrio, pois existem leis que regem a vida. Quando fugimos delas, caímos nas repartições que nós mesmos criamos. As leis naturais são o próprio Criador presente em nós, a nos advertir sobre como percorremos nossos caminhos.
O Espírito alienado é um ser
possesso de pensamentos negativos que ele mesmo criou, e se faz vitima dos
mesmos até que aprenda a pensar melhor. As ilusões são individuais, na grande
escola de Deus para os Seus Filhos. Não queiramos modificar o que Deus criou.
Ele é o sábio de todos os sábios, é a suprema inteligência criadora e nada fez,
faz ou fará de errado.
Devemos ter cuidado com as
muitas repetições, principalmente as más, pois elas podem ficar ligadas nas
sensibilidades da alma com a mensagem que nelas imprimimos. Aí é que vem a
grandeza das lições de Jesus, que nos ensinam, no Evangelho, a dar tonalidade
às nossas ideias, retidão aos nossos sentimentos. Jesus foi a amplitude do
perdão, exemplificando essa virtude mesmo quando na cruz. Foram suas palavras:
- Pai, perdoai-lhes; eles não sabem o que fazem. (Lucas, 23-24).
O Espírito do alienado é um
doente que carece de tratamento espiritual e o Espiritismo fornece o melhor
medicamento para tais enfermidades que proliferam no ambiente onde se foge à
educação da alma. Entremos nos festivais das virtudes e comecemos pela alegria
pura; deixemos que ela invada o nosso coração, irradiando-se para os corações
dos outros, de modo que possa transmutar a fé e a esperança.
O dia em que a fraternidade
ligar todas as criaturas da Terra, certamente que não mais existirão nela doentes
nem doenças, porque somente esse amor que Jesus ensinou é capaz de nos mostrar
os caminhos da felicidade. Basta fazer a nossa parte para andarmos com Ele.
Podemos fazer alguma coisa
por nós mesmos, em se falando do mundo espiritual, mesmo aqui na Terra, pois é
pisando nela que sentimos todos os sentimentos todos os obstáculos a vencer. É
o chamado para as lutas que devemos travar de nós mesmos, contra o orgulho e o
egoísmo, fantasmas monstruosos. Já disse alhures que o maior vencedor é aquele
que a si mesmo vence. Essa é uma verdade. Quem deseja vencer os outros está
perdendo tempo e capacidade de lutar consigo mesmo.
O Espírito do alienado se
ressente do desarranjo das suas faculdades quando do outro lado da vida, mas,
pela impressão que leva, e o tempo que demora nesse estado, persiste no estado
enquanto ele pensa nos seus desarranjos. A mente é força poderosa. Disse o
Cristo: Onde está o seu tesouro, aí está o seu coração. (Mateus, 6.21)
Se fixamos a mente em
determinado pensamento, ele se torna fixo e passamos a viver a sua influência.
O magnetismo pode magnetizar a si mesmo. É bom que saibamos selecionar o que
ouvir e pensar, o que se ler e meditar para que não venhamos a sofrer as consequências
do mal que guardamos nas fibras do próprio mundo íntimo.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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