1. O livro de Atos dos Apóstolos - Lucas é, sem qualquer
dúvida, o autor dos Atos dos Apóstolos, bem como do Evangelho que traz o seu
nome. Parece que um dos principais intentos que teve, quando os escreveu, foi
opor esta genuína e verdadeira história das ações de Pedro e Paulo aos Atos dos
Apóstolos que circulavam, naquele tempo, fingidos e inventados pela malícia de
outros, em descrédito da religião cristã. A conversão de Paulo
O livro, escrito em Roma no ano 60 de nossa era, apresenta-nos
um quadro diáfano da primitiva Igreja. Seu estilo singelo, restrito aos fatos,
iluminado por uma chama interior de fervor apostólico, faz dele uma leitura
deliciosa. (As próprias editoras católicas divergem com relação à época de
composição deste livro. Segundo Edições Loyola, a data mais provável seria
entre os anos 75 e 90.
Não existe dúvida, porém, a respeito de seu verdadeiro
autor: Lucas, discípulo de Paulo de Tarso. A referida Editora diz, ainda, que o
objetivo de Lucas, ao escrever este livro, foi reanimar os cristãos, evocando o
amor fervoroso das primitivas igrejas, para que cressem na ação do Paráclito,
numa época em que parecia que esfriava o ardor inicial.)(“A Bíblia Sagrada”,
edição de Livros do Brasil S.A., volume I, pág. XXX. Ver também “Bíblia -
Mensagem de Deus. Novo Testamento”, de LEB - Edições Loyola, pág. 163.)
2. Jesus aparece a seus discípulos pelo espaço de quarenta dias - Jesus foi visto ainda por seus discípulos pelo espaço de quarenta dias, ocasião em que lhes falou sobre o reino de Deus e determinou que não se ausentassem de Jerusalém, esperando se cumprisse a promessa do Pai, que ele lhes havia feito. “Porque, na verdade -- asseverou o Mestre --, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.” Eles então indagaram: “Senhor, restaurarás tu, neste tempo, o reino a Israel?” Ele respondeu: “Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder. Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra”.
Quando o Senhor dizia isto, eles viram que o Mestre foi
elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. Estando os
apóstolos com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se
puseram dois varões, vestidos de branco, que lhes disseram: “Varões galileus,
por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que de entre vós foi recebido em
cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir”. (Atos, 1:3 a
1:11.)
3. Os apóstolos e Maria se reúnem no cenáculo - Os
discípulos voltaram, então, para Jerusalém, descendo da colina que se chama
Monte das Oliveiras, que fica a uns oitocentos metros de Jerusalém. Depois de
entrarem na cidade, subiram ao andar de cima da casa, onde costumavam ficar. (Segundo
tradição muito antiga, trata-se do cenáculo em que Jesus teria celebrado a
Última Ceia.)
Ali estavam os onze apóstolos e todos rezavam
constantemente na mais íntima união, com algumas mulheres e Maria, mãe de
Jesus, e os irmãos dele. Naqueles dias, Pedro levantou-se no meio dos irmãos,
cuja assembleia constava de mais ou menos cento e vinte pessoas, e lhes disse:
“Irmãos! Era necessário que se cumprisse o que o Espírito
Santo tinha anunciado pela boca de Davi a respeito de Judas, que se tornou o
guia dos que prenderam Jesus. Era ele um dos nossos, porque tinha sido
escolhido para participar do nosso ministério. Esse tal comprou um terreno com
o salário do seu crime e ali precipitou-se de cabeça para baixo, arrebentou-se
pelo meio e derramaram-se-lhe todas as entranhas. Toda a população de Jerusalém
soube disso, tanto assim que aquele terreno foi chamado em sua língua de
Hacéldama, que quer dizer ‘campo de sangue’. Assim está escrito no livro dos
Salmos: ‘Fique deserta a sua moradia, e ninguém queira morar nela’, e ainda:
‘Que outro receba seu cargo’. É preciso, pois, que um daqueles homens que nos
acompanharam durante todo o tempo em que Jesus esteve entre nós e à nossa
frente, desde o batismo de João até o dia em que ele foi tirado de nós, se
torne conosco testemunha de sua ressurreição”. (Atos, 1:12 a 1:22.)
4. Cresce o número de seguidores do Cristo, e eles passam
a viver em comunidade - Depois de ouvir as palavras de Pedro, os discípulos
sentiram o coração despedaçado e perguntaram ao apóstolo Pedro e a seus
companheiros: “Irmãos, que devemos fazer?” Pedro lhes respondeu: “Convertei-vos
e cada um peça o batismo em nome de Jesus Cristo, para conseguir perdão dos
pecados.
Assim, recebereis o dom do Espírito Santo. Pois a
promessa foi feita para vós e vossos filhos, assim como para todos aqueles --
tão numerosos -- que se acham longe de vós, que Deus irá chamar”. “Salvai-vos
dessa geração perdida. Os que acolheram a palavra de Pedro receberam o batismo,
e naquele dia aderiram mais ou menos três mil pessoas. Todos permaneciam constantes
no ensino dos apóstolos, na comunhão fraterna, na cerimônia do partir do pão e
nas orações. O temor se apoderava de todos e numerosos prodígios e milagres
eram realizados pelos apóstolos. Os fiéis viviam todos unidos e tinham tudo em
comum. Vendiam suas propriedades e seus bens, repartindo tudo entre todos,
conforme a necessidade de cada um. Todos os dias se reuniam no Templo e louvavam
a Deus e eram estimados por todo o povo. E cada dia o Senhor aumentava o número
de seus seguidores com outras pessoas que iam sendo salvas. (Atos, 2:37 a
2:47.)
5. Os apóstolos pedem a Deus lhes dê o poder de curar os
enfermos - Depois de aprisionados e, por fim, soltos, Pedro e João procuraram
os seus e contaram-lhes tudo o que os chefes dos sacerdotes e os anciãos lhes
tinham dito. Sabendo disso, eles aclamaram a Deus, orando assim:
“Senhor, tu és o criador do céu, da terra, do mar e de tudo
o que neles existe! Tu disseste pelo Espírito Santo e pela boca de nosso Pai e
teu servidor Davi: ‘Por que ficaram furiosas as nações e os povos planejaram
coisas absurdas? Os reis da terra se revoltaram e os governantes se aliaram
contra o Senhor e contra seu Messias!’ De fato, nesta cidade, Herodes e Pilatos
se aliaram com os pagãos e a gente de Israel contra o teu santo Servo Jesus,
que tinhas ungido para fazer tudo o que teu poder e tua vontade tinham decidido
de antemão que acontecesse. E agora, Senhor, presta atenção às suas ameaças, e
ajuda teus servidores a anunciarem a tua palavra desassombradamente. Ao mesmo tempo,
estende tua mão para que se realizem curas, milagres e grandes prodígios em
nome de teu santo ‘servo’ Jesus”.
Quando acabaram de fazer a oração, o lugar onde estavam
reunidos tremeu e todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a anunciar
corajosamente a palavra de Deus. (Atos, 4:23
a 4:31.)
Fonte:
Revista o consolador, por Astolfo O. de Oliveira Filho
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