Qual a relação do Espiritismo com os Dez Mandamentos? Será que são apenas dez? Devemos usar o termo mandamento? Eles vieram diretamente de Deus? Qual a visão espírita sobre estas leis? Ainda são válidos hoje? Com a relação de Moisés com o Espiritismo?
Os dez mandamentos trazem o primeiro marco
histórico do Deus único que se tem notícias até os dias de hoje. Foi recebido
pela mediunidade de Moisés e segundo a crença espírita, é uma síntese básica
sobre toda a conduta moral que a humanidade deve ter e seguir.
Estas leis foram muito importantes em uma
época que as pessoas estavam perdidas e com pouca instrução. Viu-se necessária
leis que pudessem domar um povo ainda com costumes bárbaros e jovens sem
instrução e conhecimento para decisões inteligentes que fizessem um grupo
grande evoluir socialmente. Ainda era visto instintos de sobrevivência
primitivos.
Os Dez Mandamentos são descritos em Êxodo, 20, 2 a 17 e repetidos novamente em Deuteronômio, 5, 6 a 21, usando palavras similares. Decálogo significa dez palavras e estas palavras resumem a Lei, dada por Deus ao povo de Israel, no contexto da Aliança, ou seja, antigo testamento. Moisés, ao apresentar os mandamentos do amor a Deus (os quatros primeiros) e ao próximo (os outros seis), traça, para o povo eleito e para cada um em particular, o caminho duma vida liberta da escravidão do pecado. De acordo com o livro bíblico de Êxodo, Moisés conduziu os israelitas que haviam sido escravizados no Egito, atravessando o Mar Vermelho dirigindo-se ao Monte Horebe, na Península do Sinai. No sopé do Monte Horebe, Moisés ao receber as duas "Tábuas da Lei" contendo os Dez Mandamentos de Deus, estabeleceu solenemente um Pacto (ou Aliança) entre YHVH e o povo de Israel.
Os dez mandamentos representam a primeira
revelação divina aos homens conforme comentado anteriormente. Moisés foi um
revelador e dizem que recebeu diretamente de Deus. Isso não deixa de ser
verdade uma vez que Moisés foi um grande enviado, um grande emissário, mais
especificamente um grande médium.
Conheça os dez mandamentos
I. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei
do Egito, da casa da servidão. Não tereis, diante de mim, outros deuses
estrangeiros. Não fareis imagem esculpida, nem figura alguma do que está em
cima do céu, nem embaixo na Terra, nem do que quer que esteja nas águas sob a
terra. Não os adorareis e não lhes prestareis culto soberano.
II. Não tomeis em vão o nome do Senhor vosso
Deus.
III. Lembrai-vos de santificar o dia do
sábado.
IV. Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim
de viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará.
V. Não mateis.
VI. Não cometais adultério.
VII. Não roubeis.
VIII. Não presteis testemunho falso contra o
vosso próximo.
IX. Não desejeis a mulher do vosso próximo.
X. Não cobiceis a casa do vosso próximo, nem
o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu asno, nem qualquer das
coisas que lhe pertençam.
Veja o principal comentário de Allan Kardec
sobre as dez leis.
"Esta lei é de todos os tempos e de
todos os países, e tem, por isso mesmo, caráter divino. Todas as outras são
leis estabelecidas por Moisés, obrigado a manter, pelo temor, um povo
naturalmente turbulento e indisciplinado, no qual tinha que combater os abusos
enraizados e os preconceitos hauridos na servidão do Egito. Para dar autoridade
às suas leis, ele deveu atribuir-lhes origem divina, assim como fizeram todos
os legisladores dos povos primitivos; a autoridade do homem deveria se apoiar
sobre a autoridade de Deus; mas só a ideia de um Deus terrível podia
impressionar homens ignorantes, nos quais o senso moral e o sentimento de uma
delicada justiça eram ainda pouco desenvolvidos. É bem evidente que, aquele que
tinha colocado em seus mandamentos: "Tu não mataras; tu não farás mal ao
teu próximo" não poderia se contradizer fazendo deles um dever de
extermínio. As leis mosaicas propriamente ditas, tinham, pois, um caráter
essencialmente transitório".
André Luiz também se pronunciou através de
Chico Xavier com uma análise muito direta que pode nos levar a pensar mais
sobre os mandamentos.
- Eu sou o Senhor, teu Deus. Não terás outros deuses e
nem farás cópias de suas imagens, assim como não os adorarás e nem lhes
prestarás cultos.
Consagra amor Supremo ao Pai amoroso e misericordioso,
Pai de bondade Eterna, reconhecendo-o como fonte de tua própria origem divina.
Previna-te contra os enganos do Antropomorfismo, porque padronizar os atributos
divinos pelos conceitos humanos é cair em perigosas armadilhas da vaidade e do
orgulho.
- Não pronunciar em vão o nome do Senhor, teu Deus.
Abstém-te de envolver o julgamento Divino na
estreiteza dos teus julgamentos.
- Lembra-te de santificar o dia de sábado.
Recorda o impositivo da meditação em teu
favor e em benefício daqueles que te atendem na esfera de trabalho, para que
possas assimilar com segurança os valores da experiência.
- Honrai pai e mãe, para serdes dignos de viveres na
Terra que o Senhor, teu Deus, te dará.
Lembra-te de que a dívida para com teus pais
terrestres é sempre insolvável devido a sua sublime natureza.
- Não matarais.
Responsabilizar-te-ás pelas vidas que
deliberadamente extinguires.
- Não cometerás adultério.
Foge de obscurecer ou conturbar o sentimento
alheio, porque o cálculo delituoso emite ondas de força desorientadas que se
voltarão contra ti mesmo.
- Não roubareis.
Evita a apropriação indébita para que não agraves
as tuas próprias dívidas.
- Não prestareis falso testemunho contra o teu próximo.
Afaste de teus lábios toda a palavra dolosa a
fim de que não se transforme, um dia, em tropeço para os teus pés.
- Não desejareis a mulher do teu próximo.
- Não desejareis quaisquer coisas pertencentes ao teu
próximo.
Acautela-te contra o desejo descabido, a
inveja e o ciúme, aprendendo a conquistar a alegria e a tranquilidade, ao preço
do próprio esforço, porque os teus pensamentos te precedem os passos,
plasmando-te, hoje, o caminho de amanhã.
Fonte:
Letra espírita, por Felipe Netzel.
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