Atos dos apóstolos – parte 12

42. Paulo se diz injustiçado por seus acusadores - Ouvida a acusação feita pelos judeus, Paulo, atendendo a um sinal do governador, respondeu: “Sei que já desde muitos anos és o juiz desta nação e é com plena confiança que faço minha defesa. Podes verificar: não faz mais de doze dias que subi a Jerusalém para o culto. Ninguém me encontrou no Templo discutindo com pessoa alguma, nem incitando o povo a um levante, seja nas sinagogas, seja pela cidade. Não poderão te apresentar nenhuma prova das coisas de que agora me acusam.

Mas isto eu admito: segundo a Doutrina que chamam de seita, estou a serviço de Deus de nossos pais, crendo tudo o que está escrito na Lei e nos Profetas. E alimento em Deus a esperança -- e estes também o fazem -- de que haverá uma ressurreição dos justos e dos ímpios. Eis por que me esforço por conservar sempre uma consciência irrepreensível diante de Deus e dos homens. Ora, depois de vários anos, vim trazer esmolas para o meu povo e apresentar oferendas. Foi nessa ocasião que me encontraram no Templo, depois de cumprir o rito das purificações. Não havia nem ajuntamento de povo nem tumulto. Mas certos judeus da Ásia foram ter comigo. Eles deveriam comparecer diante de ti para fazer acusações, no caso de terem alguma coisa contra mim, ou, então, estes aqui presentes, digam qual o crime que acharam em mim quando compareci perante o Conselho”. Dito isto, Paulo acrescentou:

“Eles só podem apresentar esta frase que eu gritei, de pé, na presença deles: É por causa da ressurreição dos mortos que hoje estou sendo julgado diante de vós”. (Atos, 24:10 a 24:21.) 

43. Félix é sucedido por Pórcio Festo, mas Paulo continua preso - Félix, que já estava bem informado a respeito da nova Doutrina, adiou a solução, dizendo: “Quando vier o comandante Lísias, examinarei a fundo a vossa causa”. E ordenou ao oficial que mantivesse Paulo na prisão, mas com certa liberdade e sem impedir que seus amigos o servissem. Passados alguns dias, Félix trouxe sua mulher Drusila, que era judia, e mandou buscar Paulo, pondo-se ambos a ouvi-lo sobre a fé em Cristo Jesus. Mas quando o Apóstolo começou a falar da justiça da castidade e do julgamento futuro, Félix se espantou e lhe disse que se fosse, porque o chamaria de novo, numa ocasião oportuna. Na verdade, o governador não perdia esperança de que Paulo lhe desse dinheiro; por isso mandava chamá-lo repetidas vezes e conversava com ele. Decorridos dois anos, Félix foi sucedido por Pórcio Festo, mas, como este queria mostrar benevolência para com os judeus, Paulo continuou preso. (Atos, 24:22 a 24:27.) 

44. O novo governador decide enviar Paulo a César - Dias depois de haver Paulo apelado para César, chegaram a Cesareia o rei Agripa e Berenice, que foram até a cidade para cumprimentarem Festo. Como o rei Agripa se demorasse ali por alguns dias, Festo expôs-lhe a situação de Paulo, afirmando que seus acusadores não apresentaram nenhum dos graves crimes que ele havia imaginado. “Tinham contra ele -- informou o governador -- só algumas questões referentes à religião deles, e em particular a um certo Jesus que já morreu, mas que Paulo insistia em afirmar que continua vivo. Fiquei perplexo ante uma controvérsia dessa natureza e perguntei se ele queria ir a Jerusalém, para lá ser julgado o seu caso. Mas Paulo apelou e pediu que seu caso fosse reservado à decisão de Augusto.” (Atos, 25:13 a 25:21.)

Fonte:

Revista o consolador, por Astolfo O. de Oliveira Filho 

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