42. Paulo se diz injustiçado por seus acusadores - Ouvida a acusação feita pelos judeus, Paulo, atendendo a um sinal do governador, respondeu: “Sei que já desde muitos anos és o juiz desta nação e é com plena confiança que faço minha defesa. Podes verificar: não faz mais de doze dias que subi a Jerusalém para o culto. Ninguém me encontrou no Templo discutindo com pessoa alguma, nem incitando o povo a um levante, seja nas sinagogas, seja pela cidade. Não poderão te apresentar nenhuma prova das coisas de que agora me acusam.
Mas isto eu admito: segundo a Doutrina que chamam de
seita, estou a serviço de Deus de nossos pais, crendo tudo o que está escrito
na Lei e nos Profetas. E alimento em Deus a esperança -- e estes também o fazem
-- de que haverá uma ressurreição dos justos e dos ímpios. Eis por que me
esforço por conservar sempre uma consciência irrepreensível diante de Deus e
dos homens. Ora, depois de vários anos, vim trazer esmolas para o meu povo e
apresentar oferendas. Foi nessa ocasião que me encontraram no Templo, depois de
cumprir o rito das purificações. Não havia nem ajuntamento de povo nem tumulto.
Mas certos judeus da Ásia foram ter comigo. Eles deveriam comparecer diante de
ti para fazer acusações, no caso de terem alguma coisa contra mim, ou, então,
estes aqui presentes, digam qual o crime que acharam em mim quando compareci
perante o Conselho”. Dito isto, Paulo acrescentou:
“Eles só podem apresentar esta frase que eu gritei, de pé, na presença deles: É por causa da ressurreição dos mortos que hoje estou sendo julgado diante de vós”. (Atos, 24:10 a 24:21.)
43. Félix é sucedido por Pórcio Festo, mas Paulo continua
preso - Félix, que já estava bem informado a respeito da nova Doutrina, adiou a
solução, dizendo: “Quando vier o comandante Lísias, examinarei a fundo a vossa
causa”. E ordenou ao oficial que mantivesse Paulo na prisão, mas com certa
liberdade e sem impedir que seus amigos o servissem. Passados alguns dias,
Félix trouxe sua mulher Drusila, que era judia, e mandou buscar Paulo, pondo-se
ambos a ouvi-lo sobre a fé em Cristo Jesus. Mas quando o Apóstolo começou a
falar da justiça da castidade e do julgamento futuro, Félix se espantou e lhe
disse que se fosse, porque o chamaria de novo, numa ocasião oportuna. Na
verdade, o governador não perdia esperança de que Paulo lhe desse dinheiro; por
isso mandava chamá-lo repetidas vezes e conversava com ele. Decorridos dois anos,
Félix foi sucedido por Pórcio Festo, mas, como este queria mostrar benevolência
para com os judeus, Paulo continuou preso. (Atos, 24:22 a 24:27.)
44. O novo governador decide enviar Paulo a César - Dias
depois de haver Paulo apelado para César, chegaram a Cesareia o rei Agripa e
Berenice, que foram até a cidade para cumprimentarem Festo. Como o rei Agripa
se demorasse ali por alguns dias, Festo expôs-lhe a situação de Paulo,
afirmando que seus acusadores não apresentaram nenhum dos graves crimes que ele
havia imaginado. “Tinham contra ele -- informou o governador -- só algumas questões
referentes à religião deles, e em particular a um certo Jesus que já morreu,
mas que Paulo insistia em afirmar que continua vivo. Fiquei perplexo ante uma
controvérsia dessa natureza e perguntei se ele queria ir a Jerusalém, para lá
ser julgado o seu caso. Mas Paulo apelou e pediu que seu caso fosse reservado à
decisão de Augusto.” (Atos, 25:13 a 25:21.)
Fonte:
Revista o consolador, por Astolfo O. de Oliveira Filho

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