Paulo de Tarso ou São Paulo, foi um dos mais influentes
escritores, teólogos e pregadores do cristianismo, cujas obras compõem parte
significativa do Novo Testamento. A influência que exerceu no pensamento
cristão, chamada "paulinismo", foi fundamental por causa do seu papel
como preeminente apóstolo do Cristianismo durante a propagação inicial do Evangelho
pelo Império Romano. Paulo também exerce uma grande influência na filosofia
cristã, tendo Agostinho de Hipona e Tomás de Aquino usufruido de seu
pensamento.Reconstituição facial de Paulo -
especialistas do LKA
Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha
Conhecido também como Saulo, se dedicava à perseguição
dos primeiros discípulos de Jesus na região de Jerusalém. De acordo com o
relato na Bíblia, durante uma viagem entre Jerusalém e Damasco, numa missão
para que, encontrando fiéis por lá, "os levasse presos a Jerusalém",
Saulo teve uma visão de Jesus envolto numa grande luz, ficou cego, mas teve a
visão recuperada após três dias por Ananias, que também o batizou. Começou
então a pregar o Cristianismo. Juntamente com Simão Pedro e Tiago, o Justo, ele
foi um dos mais proeminentes líderes do nascente cristianismo. Era também
cidadão romano, o que lhe conferia uma situação legal privilegiada. A questão
de sua cidadania romana gera certa curiosidade. Paulo afirma em Atos 22, 28 ser
romano "de nascimento". Tal declaração parece indicar que o apóstolo
herdou essa posição de seu pai.
Treze epístolas no Novo Testamento são atribuídas a
Paulo, mas a sua autoria em sete delas é contestada por estudiosos modernos. A
interpretação de Martinho Lutero das obras de Paulo influenciou fortemente sua
doutrina de sola fide.
A conversão de Paulo mudou radicalmente o curso de sua vida. Com suas atividades missionárias e obras, Paulo acabou transformando as crenças religiosas e a filosofia de toda a região da bacia do Mediterrâneo. Sua liderança, influência e legado levaram à formação de comunidades dominadas por grupos gentios que adoravam o Deus de Israel, aderiam ao código moral judaico, mas que abandonaram o ritual e as obrigações alimentares da Lei Mosaica por causa dos ensinamentos de Paulo sobre a vida e obra de Jesus e seu "Novo Testamento", fundamentados na morte de Jesus e na sua ressurreição.
Fontes de informação
A principal fonte para informações históricas sobre a
vida de Paulo são as pistas encontradas em suas epístolas e nos Atos dos
Apóstolos. Os Atos recontam a carreira de Paulo, mas deixam de fora diversas
partes de sua vida, como a sua alegada execução em Roma.
Estudiosos como Hans Conzelmann e o teólogo John Knox
(não deve ser confundido com John Knox do século XVI), disputam a
confiabilidade histórica dos Atos dos Apóstolos. O relato do próprio Paulo
sobre seu passado está principalmente na Epístola aos Gálatas. De acordo com
alguns acadêmicos, o relato da visita de Paulo a Jerusalém em Atos 11 contradiz
o relato nas epístolas paulinas. Outros consideram o relato de Paulo nas
epístolas como sendo mais confiável do que os encontrados nos "Atos".
Nomes
O nome original de Paulo era "Saulo" (em
hebraico: שָׁאוּל- Sha'ul; tiberiano: Šāʼûl - "o que se pediu, o que se
orou por" e traduzido em grego clássico: Σαούλ - Saul - ou Σαῦλος -
Saulos), nome que divide com o bíblico rei Saul, um outro benjaminita e
primeiro rei de Israel, que foi sucedido pelo rei Davi, da tribo de Judá.
Segundo suas próprias palavras, era um fariseu.
O uso de "Paulo" (em grego: Παῦλος - Paulos; em
latim: Paulus ou Paullus - "baixo"; "curto") aparece nos
"Atos" pela primeira vez quando ele começou sua primeira jornada
missionária em território desconhecido. Em Atos 13:6–13, Paulo aparece,
juntamente com Barnabé e João Marcos, conversando com Sérgio Paulo, um oficial
romano em Chipre que será convertido por ele. Paulus era um sobrenome romano e
alguns argumentam que Paulo o adotou como seu primeiro nome. Outra teoria,
apontada pelo Vaticano, afirma que era costume para os judeus romanizados da
época adotarem um nome romano e o pai de Paulo provavelmente quis agradar à
família dos Pauli. Por fim, há ainda os que consideram possível a homenagem a
Sérgio Paulo e mais provável que a mudança esteja mais relacionada a um desejo
do apóstolo em se distanciar da história do Rei Saul, que perseguiu Davi.
Antes da conversão
Em "Atos dos Apóstolos", Paulo afirma ter
nascido em Tarso (na província de Mersin, na parte meridional da Turquia
central) e faz breves menções à sua família. Um sobrinho é mencionado em Atos
23, 16 e sua mãe é citada entre os que moram em Roma em Romanos 16:13. É ali
também que o apóstolo confessa que «Saulo assolava a igreja, entrando pelas
casas e, arrastando homens e mulheres, os entregava à prisão.» (Atos 8:3).
Mesmo tendo nascido em Tarso, foi criado em Jerusalém,
"aos pés de Gamaliel", que é considerado um dos maiores professores
nos anais do judaísmo e cujo equilibrado conselho (Atos 5:34–39), pedindo que
os judeus contivessem a fúria contra os discípulos, contrasta com a temeridade
de seu estudante que, após a morte de Estêvão, saiu num rompante perseguindo os
"santos".
Conversão e a sua missão
A conversão de Paulo pode ser datada entre os anos de 31
e 36 pela referência que ele fez em uma de suas epístolas. De acordo com os
"Atos dos Apóstolos", sua conversão (metanoia) ocorreu na
"estrada para Damasco", onde ele afirmou ter tido uma visão de Jesus
ressuscitado que o deixou temporariamente cego.
Testemunho pós-conversão
Nos versículos iniciais da Epístola aos Romanos, Paulo
nos dá uma litania de sua própria alegação apostólica e de suas convicções
pós-conversão sobre a ressurreição de Cristo.
Os seus próprios textos nos dão alguma ideia sobre o que
ele pensava de sua relação com o Judaísmo. Se por um lado se mostrava crítico,
tanto teologicamente quanto empiricamente, das alegações de superioridade moral
ou de linhagem dos judeus, por outro defendia fortemente a noção de um lugar
especial reservado aos filhos de Israel.
Ele ainda afirmou que recebeu as "boas novas"
não de qualquer um, mas por uma revelação pessoal de Jesus Cristo. Por isso,
ele se entendia independente da comunidade de Jerusalém (possivelmente no
Cenáculo), embora alegasse sua concordância com ela no que tangia ao conteúdo
do Evangelho. O que é mais impressionante nessa conversão é a mudança na forma
de pensar que ocorreu. Ele teve que mudar seu conceito sobre quem o Messias era
e, particularmente, aceitar a ideia, então absurda, de um Messias crucificado.
Ou talvez o mais difícil tenha sido a mudança de seus conceitos sobre a
superioridade dos judeus. Ainda há debates sobre se Paulo já se considerou como
o veículo de evangelização dos gentios no momento de sua conversão ou se isto
se deu mais tarde.
Primeiros anos de ministério
Após a sua conversão, Paulo foi para
Damasco, onde os "Atos" afirmam que foi curado de sua cegueira e
batizado por Ananias de Damasco. Paulo afirma em 2 Coríntios 11:32 que foi em
Damasco que ele escapou por pouco da morte, indo em seguida primeiro para a
Arábia e depois de volta para Damasco. Esta viagem de Paulo para a Arábia não é
mencionada em nenhum outro lugar no Novo Testamento e alguns autores acreditam
que ele tenha na realidade viajado até o Monte Sinai para meditar no deserto. Ele
descreve em Gálatas como, três anos após a sua conversão, ele viajou para
Jerusalém, onde se encontrou com Tiago, o Justo, e ficou com Simão Pedro por 15
dias.Batismo de Paulo por Ananias
na casa de Ananias,
Damasco, Síria
A narrativa em Gálatas continua afirmando que, quatorze
anos após a sua conversão, ele foi de novo a Jerusalém. Não se sabe exatamente
o que aconteceu neste período, conhecido como "anos desconhecidos",
mas tanto os Atos quanto os Gálatas nos dão algumas pistas.[Ao final deste
período, Barnabé foi ao encontro de Paulo e o trouxe de volta para Antioquia. O
autor F. F. Bruce sugeriu que os quatorze anos podem ser contados a partir da
conversão de Paulo ao invés de sua primeira visita a Jerusalém.
Quando uma grande fome ocorreu na Judeia, Paulo e Barnabé
viajaram para Jerusalém para entregar a ajuda financeira da igreja de
Antioquia. De acordo com os Atos, Antioquia já tinha se tornado um centro
importante para os fiéis após a dispersão dos crentes que se seguiu ao martírio
de Estêvão e foi lá que os seguidores de Jesus foram, pela primeira vez,
chamados cristãos
Primeira viagem missionária
Nos Atos, relatam-se três viagens de Paulo: a primeira, liderada primeiro por Barnabé, levou Paulo de Antioquia até Chipre, passando depois pela Ásia Menor (Anatólia) e de volta a Antioquia. Em Chipre, Paulo enfrenta e cega Elimas, o mago, que estava criticando seus ensinamentos ao procônsul Sérgio Paulo. Deste ponto em diante, passa a ser chamado Paulo e aparece como o líder do grupo. Quando chegaram em Perge, João Marcos, que acompanhava o grupo, voltou para Jerusalém e os dois foram para Antioquia na Pisídia, Paulo profere um longo discurso e converte muitos, mas o grupo acaba expulso da cidade (Atos 13). Em Icônio, foram novamente expulsos e seguiram para Listra, onde foram confundidos com os deuses romanos Júpiter e Mercúrio depois que Paulo curou um coxo. Por conta da intriga dos judeus, Paulo foi preso e apedrejado, mas sobreviveu e, com Barnabé, seguiu para Derbe. De lá, retornaram passando novamente pelas mesmas cidades para reforçar as comunidades recém-fundadas e terminaram a viagem em Antioquia (Atos 14).
Segunda viagem missionária
Paulo partiu para sua segunda viagem de Jerusalém, onde estava sendo realizado o concílio com os outros apóstolos no qual a obrigatoriedade da circuncisão foi retirada. A maior parte dos acadêmicos concorda que houve uma reunião vital entre Paulo e a igreja de Jerusalém em algum momento entre os anos de 48 e 50, descrita em Atos 15:2 e geralmente entendido como o mesmo evento mencionado por Paulo em Gálatas 2:1. A principal questão discutida ali foi se os gentios convertidos precisavam ou não ser circuncidados, conforme o relato nos Atos e em Gálatas. Paulo alega em sua epístola que terá sido neste encontro que Pedro, Tiago e João aceitaram a missão de Paulo aos gentios.
Com o objetivo de levar a Antioquia o resultado do
concílio, os fiéis realizaram uma eleição para escolher dois mensageiros que
acompanhariam Paulo e Barnabé nessa missão. Os eleitos então foram Silas e
Judas, "chamado Barsabá".
Paulo, Barnabé, Judas e Silas partiram então de Jerusalém
levando os decretos dos apóstolos aos fiéis em Antioquia e nas províncias
romanas da Síria e Cilícia. Chegando a Antioquia, eles cumprem a missão que
lhes foi dada, sendo que Judas retorna para Jerusalém e desaparece da história,
enquanto Silas permanece na cidade.
Paulo e Silas
Em Antioquia, Paulo e Barnabé tiveram uma dura discussão sobre se deveriam levar
João Marcos com eles. Em Atos 13, é mencionado que o menino já os tinha deixado
em uma viagem anterior para retornar para casa. Paulo acreditava que ele ainda
não estava pronto para este tipo de evangelização e, por isso, ele e Barnabé
decidiram se separar. Barnabé acabou levando João Marcos consigo para Chipre e
Silas se juntou a Paulo.Paulo e Barnabé em Listra. Por Nicolaes Berchen, 1650.
Atualmente no Musée d’Art ET d’Industrie,
em Saint Étienne, na França
Paulo e Silas viajaram para diversas cidades diferentes,
como Tarso, Derbe e Listra (todas na Ásia Menor). Nesta última, eles
encontraram Timóteo, um discípulo que tinha uma boa reputação, e decidiram
levá-lo com eles. Em Filipos (na Grécia), uma multidão incitada por homens
insatisfeitos com o exorcismo de uma escrava que dava muitos lucros aos seus
patrões com suas adivinhações, se insurgiu contra os missionários, açoitando e
prendendo Paulo e Silas. Após um milagroso terremoto, os portões da prisão se
abriram e os dois puderam escapar, o que levou por sua vez à conversão do
carcereiro. Eles seguem então para Bereia, de onde Paulo segue para Atenas,
deixando ali Silas e Timóteo.Na capital grega, Paulo prega no Areópago contra
os muitos ídolos que encontra, converte Dionísio, o Areopagita e parte.
Por volta de 50 a 52, Paulo passou 18 meses em Corinto,
onde reencontrou Timóteo e Silas. A referência nos Atos ao procônsul Gálio
permite inferir a data . Lá ele trabalhou com Silas e Timóteo e conheceu
Priscila e Áquila, que se tornaram fiéis crentes e ajudaram Paulo em suas
viagens missionárias. A dupla seguiu Paulo e seus companheiros até Éfeso e o
grupo permaneceu ali para iniciar aquela que seria a mais forte e fiel igreja
cristã daquele tempo, um importante centro da cristandade a partir do ano 50.
Em 52, Partiu para Cesareia Marítima, passou por Jerusalém e finalmente chegou
em Antioquia.
Terceira viagem missionária
Paulo iniciou sua terceira viagem missionária passando por toda a região da Galácia e da Frígia para reforçar a fé e ensinar para os fiéis, além de repreender os que estavam em erro. Quando chegou em Éfeso, ficou ali por pouco menos de três meses e realizou uma série de milagres, como curas e exorcismos. Depois de provocar uma revolta na cidade, o apóstolo seguiu para a Macedônia, passando novamente por Corinto, onde permaneceu por três meses. Quando ele estava pronto para retornar para a Síria, mudou de ideia por conta de um plano que os judeus tinham feito contra sua vida, voltando então para a Macedônia e dali seguiu para a Trôade, onde ressuscitou o jovem Êutico depois de ele ter caído três andares e ter sido «levantado morto» (Atos 20:9). A viagem de Paulo, que pretendia chegar em Jerusalém para celebrar o Pentecostes (entre maio e junho), continuou passando por Assos, Mitilene, Quios, Samos e Mileto (Atos 20). A dura jornada passou ainda por Cós, Rodes e Patara, onde Paulo embarca num navio com destino à Tiro, na Fenícia. Depois de sete dias na cidade, o grupo de Paulo segue para Ptolemaida, Cesareia, onde visitaram Filipe, o Evangelista, e finalmente Jerusalém (Atos 21).
Embora Paulo tenha escrito sobre uma visita que fez a
Ilíria, ele estava se referindo ao que hoje chamamos Ilíria Grega, parte da
província romana da Macedônia, onde hoje é atualmente a Albânia.
Viagem a Roma
Paulo e seus companheiros seguiram então para Roma,
naquela que foi provavelmente a última das viagens missionárias, em 60. A
viagem começou em Jerusalém, onde os irmãos foram recebidos em festa. Lá, Paulo
foi espancado e quase morto, preso e enviado para Cesareia Marítima, onde
esteve detido durante aproximadamente um ano e meio. Foi transferido para Roma
depois de apelar a César, um direito que tinha por ser cidadão romano, ao
perceber que não receberia julgamento justo de seu povo. Paulo passou então a
pregar na capital imperial.
O Incidente em Antioquia
Apesar do acordo encontrado no Concílio de Jerusalém,
como tinha entendido Paulo, o apóstolo relata como ele depois confrontou
publicamente Pedro, no que ficou conhecido como "Incidente em
Antioquia", por causa da relutância dele em realizar suas refeições com os
cristãos gentios em Antioquia.
Escrevendo depois sobre o incidente, relata ter dito a
Pedro e os demais presentes «Se tu, sendo judeu, vives como gentio, e não como
judeu, como obrigas os gentios a viver como os judeus?» (Gálatas 2:11–14).
Paulo também menciona que até mesmo Barnabé, seu companheiro de viagem até
aquele momento, ficou do lado de Pedro.
O resultado final do incidente permanece incerto. A Enciclopédia
Católica afirma que "o relato de Paulo sobre o incidente não deixa dúvidas
de que Pedro viu justiça na reprimenda". Em contraste, a obra "From
Jesus to Christianity", de L. Michael White, alega que "o confronto
com Pedro foi uma falha completa, uma bravata política, e Paulo logo deixou
Antioquia como persona non grata para
nunca mais voltar".
Visitas a Jerusalém nos Atos e nas Epístolas
Esta tabela foi adaptada da obra de White, From Jesus to
Christianity. Este pareamento entre as viagens de Paulo como narradas nos Atos
e nas Epístolas não é consenso entre os acadêmicos.
Atos
dos Apóstolos |
Epístolas |
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Prisão e morte
Paulo chegou a Jerusalém em 57 com uma coleta de dinheiro
que tinha feito para a comunidade local e, segundo Atos, ele foi recebido
calorosamente. Porém, o relato continua afirmando que ele foi interrogado por
Tiago por ensinar a «[…] todos os judeus que estão entre os gentios a
apostatarem de Moisés, dizendo-lhes que não circuncidem seus filhos nem andem
segundo os nossos ritos» (Atos 21:22). Paulo então realizou um ritual de
purificação para não dar aos judeus nenhum motivo para acusá-lo por não seguir os
mandamentos da Lei.
Paulo porém continuava a pregar contra a circuncisão,
contra as restrições alimentares e contra os requerimentos da Torá e isto
provocou o rompimento final com os judeus. Paulo causou um alvoroço ao aparecer
no Templo e somente escapou da morte por ter sido preso. Ele foi então mantido
prisioneiro por dois anos em Cesareia até que um novo governador reabrisse seu
caso em 59. Quando Paulo foi acusado de traição apelou ao César, alegando seu
direito, como cidadão romano, de ser levado a um tribunal apropriado e de se
defender das acusações.
Atos 28:1 relata que no caminho para Roma, Paulo sofreu
um naufrágio em "Melite" (Malta), onde ele se encontrou com Públio] e
foi recebido pelos habitantes da ilha com "muita humanidade". Ele
chegou a Roma por volta do ano 60 e passou mais dois anos em prisão domiciliar.
Contando esta vez, Paulo passou entre cinco e seis anos preso em celas ou
prisioneiro em casa.
Ireneu de Lyon acreditava que Pedro e Paulo tinham sido
os fundadores da Igreja de Roma, sendo eles a nominarem São Lino como bispo e
sucessor:
“[…] Igreja fundada e
organizada em Roma pelos dois mais gloriosos apóstolos, Pedro e Paulo; também
[ensinando] a fé pregada aos homens, que chegou aos nossos dias através da sucessão
dos bispos[…] .Os abençoados apóstolos, então, tendo fundado e abençoado a
Igreja, entregaram nas mãos de Lino o episcopado.”
— Adversus Haereses
3.2-3, Ireneu de Lyon.
Paulo, porém, não foi bispo de Roma e nem levou o
cristianismo para lá, pois já havia cristãos em Roma quando ele chegou lá. É
evidente também que Paulo já tinha escrito uma epístola para a Igreja de Roma
antes de ter visitado a cidade. Porém, Paulo pode ter tido um importante papel
na formação da Igreja na capital romana.
Tradição sobre a morte de Paulo
Nem a Bíblia e nem outra história qualquer conta explicitamente como ou quando Paulo morreu. De acordo com a tradição cristã, Paulo foi decapitado em Roma durante o reino do imperador Nero em meados dos anos 60 na Abadia das Três Fontes (em italiano: Tre Fontane). O tratamento mais "humano" dado a Paulo, em contraste com a crucificação invertida de São Pedro, foi graças à sua cidadania romana.
Vários autores cristãos da Antiguidade já propuseram mais
detalhes sobre a morte de Paulo. I Clemente, uma carta escrita pelo bispo de
Roma, Clemente, por volta do ano 90 relata o seguinte sobre Paulo:
“Por causa de inveja e
brigas, Paulo, pelo exemplo, mostrou a recompensa da resistência paciente. Após
ele ter sido preso por sete vezes, ter sido exilado, apedrejado e ter pregado
no ocidente e no oriente, ele recebeu o reconhecimento que era o prêmio da sua
fé, tendo ensinado a retidão para o mundo inteiro e tendo chegado aos confins
do ocidente. E quando ele já tinha dado seu testemunho perante os governantes,
partiu deste mundo e foi para um lugar sagrado, tendo encontrado um notável
padrão de resistência paciente.”
— I Clemente,
Clemente de Roma.
Comentando sobre esta passagem, Raymond Brown escreve
que, ainda que ela não afirme categoricamente que Paulo foi martirizado em
Roma, "[…] algo assim é a mais provável interpretação".
Eusébio de Cesareia, que escreveu no século IV, afirma
que Paulo foi decapitado durante o reino do imperador romano Nero. Este evento
tem sido datado ou no ano de 64, quando Roma foi devastada por um incêndio, ou
alguns anos depois, em 67. A festa de São Pedro e São Paulo, da Igreja
Católica, é comemorada em 29 de junho, o que pode refletir uma data tradicional
para o seu martírio. Outras fontes também apontaram uma tradição de que Pedro e
Paulo teriam morrido no mesmo dia (e, possivelmente, no mesmo ano).
O apócrifo Atos de Pedro sugere que Paulo sobreviveu a Roma
e viajou para o oeste, para a Hispânia. Alguns mantêm o ponto de vista que ele
poderia ter visitado a Grécia e a Ásia Menor após a sua viagem à Hispânia e que
ele pode ter sido finalmente preso em Troas e enviado a Roma para ser executado.
Túmulo e relíquias
Basílica de São Paulo Extramuros com a estátua de Paulo na frente.
Na basílica encontra-se as alegadas relíquias do apóstolo
A tradição cristã mantém que Paulo foi enterrado com São Pedro "Próximo
as Catacumbas" (ad Catacumbas) na Via Ápia e lá permaneceu até seu corpo
ser levado para a Basílica de São Paulo Extramuros, em Roma. O venerável Beda,
em sua História Eclesiástica do Povo Inglês, escreveu que o papa Vitaliano, em
665, deu algumas relíquias de Paulo (incluindo a cruz feita com as correntes
que o prenderam) ao rei Osvio da Nortúmbria, no norte da Inglaterra.
Ainda segundo a tradição, o túmulo de Paulo estaria
localizado na Basílica de São Paulo Extramuros, em Roma. Escavações foram
realizadas conforme o relato feito em um comunicado da Agência Católica
Internacional de Imprensa (APIC - Agence de Presse Internationale Catholique),
de 17 de fevereiro de 2005:
“Um sarcófago que pode conter as relíquias do apóstolo
Paulo foi identificado na Basílica de São Paulo ExtraMuros, de acordo com
Giorgio Filippi, chefe do departamento epigráfico do Museu do Vaticano.
Sob o altar elevado, está uma laje de mármore do século
IV, que sempre esteve visível, contém uma inscrição PAULO APOSTOLO MART (Paulo
Apóstolo Mártir). A placa tem três furos e provavelmente está relacionada com o
culto funerário de São Paulo. De acordo com Giorgio Filippi, esses buracos
foram usados para a "criação de relíquias" por meio de simples
contato com o túmulo do apóstolo.
Ao longo da Via Ostiense, um santuário foi erguido sobre
o túmulo do apóstolo Paulo ainda no século I Como já fizera com São Pedro, o
imperador romano Constantino, começou, no início do século IV, a construir uma
basílica para abrigar o túmulo. Então, em 386, meio século após a do imperador
e por conta do afluxo de peregrinos, uma basílica ainda maior foi construída
por ordem dos imperadores Valentiniano II, Teodósio I e Arcádio.”
Em junho de 2009 o papa Bento XVI anunciou os resultados
das escavações ali realizadas. O sarcófago em si não foi aberto, mas foi
examinado por meio de uma sonda e revelou pedaços de incenso e de linho, azul e
púrpura, assim como pequenos fragmentos de osso, que foram datados por
radiocarbono como sendo do século I ou II. De acordo com o Vaticano, isto é uma
evidência a favor da tradição de que ali está efetivamente o túmulo de Paulo.
Obras
Quatorze epístolas do Novo Testamento são atribuídas a
Paulo, das quais sete têm a autoria quase que universalmente aceita, enquanto
as outras sete são disputadas: Efésios, Colossenses, 2 Tessalonicenses, 1
Timóteo, Tito e Hebreus. Destas, quatro são consideradas como sendo de outro
autor que não Paulo por razões textuais e gramaticais, enquanto que as outras
três são disputadas por alguns acadêmicos. Paulo aparentemente ditou todas as
suas epístolas (exceto Gálatas) através de um secretário (ou amanuense), que
geralmente parafraseava o tom de sua mensagem, como era a prática entre os
escribas do século I.
Estas epístolas circularam entre as comunidades cristãs e
eram lidas em público por membros da igreja, juntamente com outras obras. Elas
foram citadas ainda no século I, por volta de 96, por Clemente de Roma em sua
epístola Clemente aos Coríntios.
Atribuição de suas obras
As epístolas paulinas foram na sua maioria escritas para
igrejas que Paulo visitou e o apóstolo era um grande viajante. Ele passou por
Chipre, por toda a Ásia Menor, pela Grécia, Creta e Roma. Elas estão repletas
de exposições sobre o que os cristãos deveriam acreditar e como deveriam viver,
ao passo que ele não relata ao destinatário (e aos leitores modernos) muito
sobre a vida de Jesus. Suas mais explícitas referências são passagens sobre a
Última Ceia e a crucificação e ressurreição. As referências aos ensinamentos de
Jesus são também esparsos, levantando a questão, ainda em disputa, sobre o quão
consistente é seu relato sobre a fé com o que está nos quatro evangelhos
canônicos, os Atos e a Epístola de Tiago. O ponto de vista de que o Cristo de
Paulo é diferente do Jesus histórico foi proposta pelo teólogo Adolf von
Harnack. De toda maneira, ele nos dá o primeiro relato escrito do que é ser
cristão e da espiritualidade cristã.
Das catorze cartas atribuídas a Paulo e incluídas no
cânone do Novo Testamento, há pouca ou nenhuma disputa de que Paulo tenha
escrito pelo menos sete:
Epístola aos Romanos
Primeira Epístola aos Coríntios
Segunda Epístola aos Coríntios
Epístola aos Gálatas
Epístola aos Filipenses
Primeira Epístola aos Tessalonicenses
Epístola a Filémon
A Epístola aos Hebreus, que foi atribuída a ele ainda na
antiguidade, já era questionada na época, e atualmente não é considerada como
tendo sido escrita por ele pela maior parte dos especialistas Há variados graus de disputa a respeito da
autoria das demais epístolas.
A autenticidade da Epístola aos Colossenses tem sido
questionada por conter uma descrição de Jesus não encontrada em nenhuma outra
de Paulo, descrevendo-o como a "imagem do Deus invisível", uma
cristologia que só tem paralelo no Evangelho de João. Evidências internas
demonstram uma conexão próxima com a Epístola aos Efésios, que é muito similar
a Colossenses (dos 155 versículos, 78 são idênticos), mas quase sem referências
pessoais. O estilo de Colossenses é único entre as epístolas paulinas, não se
encontrando a ênfase na cruz que se vê nas demais e nem referência à Segunda
vinda de Cristo, além de uma exaltação do casamento que contrasta com a
encontrada em 1 Coríntios 7:8–9. Finalmente, segundo R.E. Brown, ela exalta a
Igreja de uma forma que só se tornaria comum numa segunda geração de cristãos,
"construída sobre a fundação deixada pelos apóstolos e profetas", já
passada. Os defensores da autoria paulina argumentam que ela foi escrita para
ser lida uma quantidade grande de igrejas (daí a similaridade com Efésios) e
marca um estágio final do desenvolvimento de Paulo de Tarso. Deve ser lembrado
também que a porção moral da epístola, que é composta dos dois últimos
capítulos, tem uma afinidade muito maior com os trechos equivalentes em outras
epístolas enquanto que o restante casa perfeitamente com os detalhes que
conhecemos sobre a vida de Paulo, dando-nos ainda mais pistas sobre ela. Ela
confirma, por exemplo, que ele estava preso quando a escreveu.
As epístolas pastorais, 1 Timóteo, 2 Timóteo e Epístola a
Tito também já tiveram a autoria questionada. As três principais razões são:
·
As diferenças em vocabulário, estilo e
teologia em relação às demais obras de Paulo. Os defensores da autenticidade
afirma que elas foram provavelmente escritas em nome do apóstolo sob sua
autoridade por algum de seus discípulos, a quem ele teria explicado claramente
o que deveria ser escrito, ou a quem ele havia passado um sumário por escrito
dos pontos a serem desenvolvidos, e que, uma vez escritas, Paulo as teria lido,
aprovado e assinado.
·
A dificuldade de alinhá-las com a biografia
conhecida de Paulo. Estas epístolas, assim como as dirigidas aos Colossenses e
aos Efésios, foram escritas no período em que Paulo estava preso, mas ao
contrário delas, afirmam que o apóstolo foi solto e viajou depois disso. Os
defensores argumentam que Paulo foi preso pela primeira vez não por algum crime
contra os romanos, mas para salvá-lo da prisão. Em Filêmom, ele parece ter a
esperança de ser libertado logo e haveria bastante tempo para ele ter visitado
Creta e escrever as epístolas a Timóteo antes de sua segunda — e final — prisão
pelos romanos.
·
Finalmente, foram levantadas diversas
objeções sobre o estado avançado da Igreja que a epístola deixa transparecer.
Novamente, os defensores alegam que a epístola usa termos como
"bispo", "diácono" e "padres" como sinônimos para
indicar os que foram legados pelos apóstolos com a missão evangélica e não no
sentido organizacional que termo viria a adquirir nos anos seguintes. Alegam
também que se estas epístolas fossem mesmo, como alegam os críticos, uma defesa
da sucessão apostólica pelos bispos, elas já deveriam ter sido atacadas como
fraudes na antiguidade, argumenta que não encontra nenhum suporte evidencial.
O principal argumento contra a autoria de Paulo da
Segunda Epístola aos Tessalonicenses é que a sua escatologia parece contradizer
a da Primeira Epístola aos Tessalonicenses. Enquanto a primeira epístola parece
indicar que a parousia é iminente, na segunda ele a coloca num futuro
desconhecido, o que implicaria num "erro" do apóstolo em uma epístola
que, segundo os crentes, teve inspiração divina. A defesa principal é que a
frase mais polêmica, «Então nós que estivermos vivos, e formos deixados,
seremos arrebatados em nuvens[…]» (1 Tessalonicenses 4:17) teve tradução
problemática já na Vulgata (em latim: Nos,
qui vivimus, qui residui sumus).
Redenção
A teologia da redenção foi um dos principais assuntos
abordados por Paulo. Paulo ensinou que os cristãos foram redimidos da Lei
Mosaica e do pecado pela morte de Jesus e sua ressurreição. Sua morte foi uma
expiação e, pelo sangue de Cristo, a paz foi estabelecida entre Deus e o homem.
Pelo batismo, um cristão toma sua parte na morte de Jesus e na sua vitória
sobre a morte, recebendo, gratuitamente, uma renovada condição de filho de Deus.
Relação com o judaísmo
Paulo pregando em Atenas.
Pintura na parede do auditório Weise-Gymnasium, em Zittau, na Saxônia
A teologia de Paulo sobre o
evangelho acelerou a separação da seita messiânica dos cristãos do judaísmo,
algo que Paulo não desejava. Ele escreveu que somente a fé em Cristo (como
Messias) era suficiente e decisiva para a salvação, tanto de judeus quanto de
gentios, tornando o cisma entre os cristãos e os judeus não só inevitável, mas
permanente. Ele argumentou que os gentios convertidos não precisavam se tornar
judeus ou ser circuncidados, nem tampouco seguir as leis alimentares. Porém, em
Romanos, ele insiste numa visão positiva do valor da Lei Mosaica como um guia
moral.
Escatologia
De acordo com Ehrman, Paulo acreditava que Jesus iria
retornar ainda durante a sua vida. Ele afirma que Paulo acreditava que os
cristãos que tinham morrido nesse meio tempo seriam ressuscitados para poder
participar do Reino de Deus. Acreditava também, segundo ele, que os salvos seriam
transformados e assumiriam formas sobrenaturais.
O ensinamento de Paulo sobre o fim do mundo aparece muito
claramente nas suas epístolas à igreja de Tessalônica. Muito perseguidos, é
possível que eles tenham escrito para o apóstolo primeiro perguntando sobre os
que já tinham morrido e sobre o que deveriam esperar no final. Paulo então os
assegura que os mortos se levantarão primeiro e serão seguidos pelos que ainda
estão vivos. O final dos tempos será uma batalha entre Jesus e o "Homem da
iniquidade", cuja conclusão será o triunfo final de Cristo.
Papel das mulheres
Um verso na Primeira Epístola a Timóteo (1 Timóteo 2:12),
tradicionalmente atribuída a Paulo (vide acima), é frequentemente utilizado
como maior fonte de autoridade na bíblia para que às mulheres seja vedado o
sacramento da ordem, além de outras posições de liderança e ministério no
cristianismo. A Epístola a Timóteo é também muitas vezes utilizada por muitas
igrejas para negar-lhes o voto em assuntos eclesiásticos e posições de ensino
para público adulto e também a permissão para o trabalho missionário.
9 Que do mesmo modo as
mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças ,
ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos,
10 Mas (como convém a
mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras.
11 A mulher aprenda em
silêncio, com toda a sujeição,
12 Não permito, porém, que a
mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em
silêncio,
13 Pois primeiro foi formado
Adão,depois Eva;
14 E Adão não foi enganado,
mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão;
15 Salvar-se-á, porém, dando
à luz filhos, se permanecer com modéstia na fé, no amor e na santificaçao. (1
Timóteo 2:9–15).
Esta passagem parece estar dizendo que as mulheres não
devem ter na igreja nenhum papel de liderança frente aos homens. Se ela também
proíbe as mulheres de ensinar outras mulheres ou crianças é duvidoso, pois até
mesmo as igrejas católicas - que proíbem o sacerdócio feminino — permitem que
abadessas ensinem e assumam posições de liderança sobre outras mulheres.
Qualquer interpretação desta parte das escrituras tem que se confrontar com as
dificuldades teológicas, contextuais, sintáticas e léxicas destas poucas
palavras.
O teólogo J. R. Daniel Kirk encontrou um importante papel
para as mulheres na igreja antiga, como por exemplo quando Paulo elogia Febe
por seu trabalho como diaconisa e também Júnia, considerada por alguns como
sendo a única mulher citada no Novo Testamento entre os apóstolos.
A feminista Rosalind Miles, que chama a S. Paulo o
"profeta incorrigível da inferioridade feminina", nota que as
primeiras igrejas cristãs em Roma e noutros lugares foram casas doadas por
viúvas abastadas, e todas as comunidades cristãs nos Actos dos Apóstolos são
registadas como encontros sob o teto de uma mulher: "a igreja na casa de
Chloe, na casa de Lydia, na casa de Maria, a mãe de Mark, na casa de Ninfa, na
casa de Prisca" […] Nos seus dias pioneiros, nas comuns celebrações da
Igreja, nada havia que uma mulher não pudesse fazer.
Daniel Kirk aponta para estudos recentes que levaram
alguns a concluir que a passagem que obriga as mulheres a "ficarem caladas
nas igrejas" em 1 Coríntios 14:34 foi uma adição posterior, aparentemente
por um autor diferente e não era parte da carta original de Paulo à igreja de
Corinto. Outros, como Giancarlo Biguzzi, alegam que a restrição de Paulo sobre
as mulheres em Coríntios é genuína, mas aplica-se ao caso particular de
proibi-las de fazerem perguntas ou de conversar, e não uma proibição
generalizada contra as mulheres falarem, pois em 1 Coríntios 11:5 Paulo afirma
o direito das mulheres de profetizar.
O terceiro exemplo de Kirk de uma visão mais inclusiva
está em «Não pode haver judeu nem grego, não pode haver escravo nem livre, não
pode haver homem nem mulher, pois todos vós sois um em Cristo Jesus» (Gálatas
3:28). Ao anunciar um fim dentro da igreja das divisões que eram tão comuns no
mundo todo, ele conclui destacando que "[…] havia mulheres do Novo
Testamento que ensinaram e tinham autoridade na igreja antiga e que estes
ensinamentos e esta autoridade eram sancionadas por Paulo e que o apóstolo
mesmo oferece um paradigma teológico dentro do qual a superação da subjugação
da mulher é um resultado esperado".
Influência no cristianismo
A influência de
Paulo no pensamento cristão é possivelmente o mais importante dentre todos os
outros autores do Novo Testamento. Paulo declarou que sua fé em Cristo tornou a
Torá desnecessária para a salvação, exaltou a igreja cristã como sendo o corpo
de Cristo e mostrou o mundo fora da igreja como estando sob julgamento.
Tradição oriental
No oriente, os padres da Igreja reduziram a eleição
divina presente Romanos 9:11 à onisciência de Deus e o tema da predestinação
presente na teologia ocidental não aparece no oriente.
Tradição ocidental
As obras fundamentais de Agostinho sobre a "boa
nova" como um presente (graça), sobre a moralidade como a vida no
Espírito, sobre a predestinação e sobre o pecado original se baseiam todas em
Paulo, especialmente na Epístola aos Romanos.
Durante a Reforma Protestante, Martinho Lutero expressou
a doutrina de Paulo sobre a fé como elemento mais importante como justificação
para a sua doutrina da sola fide (apenas a fé).
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