26. Todos, diz Kardec, são mais ou menos médiuns, mas convencionou-se dar esse nome aos que apresentam manifestações patentes e, por assim dizer, facultativas. (P. 61)
27. De todos os gêneros de mediunidade, a
mais comum e a mais fácil de adquirir pelo exercício é a psicografia. (P. 61)
28. O papel do médium intuitivo é o mesmo de
um intérprete entre nós e o Espírito, e a dificuldade está em distinguir os
pensamentos do médium daqueles que lhe são sugeridos. (P. 62)
29. Longe de nós, assevera São Luís,
desprezar os médiuns de efeitos físicos. Têm eles a sua razão de ser e prestam
incontestáveis serviços à Ciência Espírita; mas quando um médium possui uma
faculdade que o põe em contato com seres superiores, não compreendemos que dela
abdique, ou que deseje outras, a não ser por ignorância. (P. 64)
30. A mediunidade é uma faculdade dada para o
bem. Os bons Espíritos se afastam de quem quer que pretenda transformá-la em
escada para outros fins que não correspondam aos desígnios da Providência. (P.
65)
31. Em Saint-Etienne uma moça conseguia tomar
os traços, a voz e os gestos de parentes mortos que nem chegou a conhecer. Evocado,
São Luís explica que, na transfiguração, o corpo nunca muda, mas reveste
aparências diversas e sofre uma espécie de oclusão, encoberto pelo perispírito.
(P. 68)
32. O homem, diz Kardec, se avilta pela inveja, pelo ódio, pelo ciúme e por todas as paixões mesquinhas, mas se eleva pelo esquecimento das ofensas; eis a moral espírita. (P. 72)
33. O Espírito de Paul Gaimard, ex-médico da
Marinha, fala da importância dos esforços morais que o homem faça em sua vida.
(P. 73)
34. Diz ele que na erraticidade o Espírito é
mais senhor de si, tem mais consciência de sua força; a carne pesa, obscurece e
entrava. (P. 74)
35. Todos os Espíritos, lembra Kardec, dizem
que no estado de erraticidade pesquisam, estudam, observam, a fim de fazer a
escolha de suas provas. (P. 75)
36. O Espírito da Sra. Reynaud, que fora
notável sonâmbula lúcida, diz que sua lucidez não tinha a prontidão e a justeza
que possui agora na condição de desencarnado. (P. 77)
37. A cadeia das existências, diz ela, é
formada de anéis seguidos e contínuos, e nenhuma interrupção lhe suspende o
curso: a vida terrena é a continuação da vida celeste precedente e o prelúdio
da próxima. (P. 77)
38. A Sra. Reynaud diz ainda que é possível
ser bom sonâmbulo sem possuir um Espírito de ordem elevada. (P. 78)
39. Dizendo que é o Espírito quem vê, a Sra.
Reynaud informa que agora vê melhor do que quando em estado sonambúlico, pois
pode ver o homem por dentro, inclusive na obscuridade. (P. 79)
40. O fluido magnético, diz o mesmo Espírito,
emana do sistema nervoso, mas o sistema nervoso o tira da atmosfera, sua fonte
principal. O poder magnético do magnetizador depende não só de sua constituição
física, mas muito do seu caráter. (P. 80)
41. Por isso, as qualidades mais essenciais
para o magnetizador são o coração, as boas intenções sempre firmes, o
desinteresse. (P. 80)
42. A Revista transcreve o famoso caso do espectro de Atenas, que
apareceu para o filósofo Atenodoro, narrado por Plínio, o Moço. (P. 87)
43. Evocado por Kardec, Plínio diz que o
desinteresse no mundo em que vivemos é coisa rara: "Em cada duzentos
homens encontrareis apenas um ou dois realmente desinteressados". Kardec
concordou. (P. 90)
44. Costuma-se dizer que ninguém dos que
morreram voltou para nos dar informações. Kardec diz que isso é um erro, e a
missão do Espiritismo é precisamente esclarecer-nos sobre esse futuro,
fazendo-nos tocá-lo e vê-lo, não mais pelo raciocínio, mas pelos fatos. (P. 92)
45. O Espírito vê sem auxílio de nossa luz e
ouve sem necessidade das vibrações do ar; eis por que para ele não há
obscuridade. (P. 93)
46. As sensações permanentes e indefinidas,
por mais agradáveis que sejam, se tornariam com o tempo fatigantes, se não lhe
fosse possível subtrair-se a elas; por isso tem ele a faculdade de as
suspender. (P. 94)
47. O Espírito pode, pois, deixar de ver, de
ouvir, de sentir tais ou quais coisas, conforme a sua vontade, mas na razão de
sua superioridade, porque há coisas que os Espíritos inferiores não podem
evitar. (P. 94)
48. Como os Espíritos não necessitam de
vibrações sonoras para lhes ferir os ouvidos, compreendem-se pela simples
transmissão do pensamento, assim como por vezes nos entendemos pelo simples
olhar. (PP. 94 e 95)
49. Ao entrar em sua nova vida o Espírito
precisa de algum tempo para se reconhecer, porque tudo ali lhe parece estranho
e desconhecido. (P. 95)
50. É um erro pensar que a vida espírita seja
uma vida ociosa; ao contrário, ela é essencialmente ativa e todos têm ali
ocupações. (P. 97)
51. Uma coisa notável é que, mesmo entre os
Espíritos mais comuns, de um modo geral os sentimentos são mais puros como
Espíritos do que como homens. A vida espírita os esclarece quanto aos seus
defeitos e, salvo poucas exceções, lamentam eles amargamente o mal que fizeram.
(P. 99)
52. Há, porém, o que se pode chamar de
escória do mundo espírita, constituída dos Espíritos impuros, cuja preocupação
única é o mal. (P. 100)
53. Para prevenir a fraude nas reuniões
espíritas é preciso observar atentamente as circunstâncias e, sobretudo, levar
em consideração o caráter e a condição das pessoas, seus objetivos e
interesses. (P. 102)
Questões
propostas
A. Para que fim existe a mediunidade?
A mediunidade é uma faculdade dada para o bem
e os bons Espíritos se afastam de quem quer que pretenda transformá-la em
escada para outros fins que não correspondam aos desígnios da Providência.
B. O poder magnético do magnetizador depende
de quê?
Depende de sua constituição física e muito do
seu caráter. É por isso que as qualidades mais essenciais para o magnetizador
são o coração, as boas intenções sempre firmes e o desinteresse.
C. Os Espíritos podem ver na obscuridade?
Sim. Eles veem sem auxílio de nossa luz e
ouvem sem necessidade das vibrações do ar; eis por que para eles não há
obscuridade. Além disso, eles têm a faculdade de suspender as percepções e
sensações que desejam, podendo deixar de ver, de ouvir, de sentir tais ou quais
coisas, conforme a sua vontade, mas na razão de sua superioridade, porque há
coisas que os Espíritos inferiores não podem evitar.
D. Morreu, descansou. Esta ideia corresponde
à realidade?
Não. É um erro pensar que a vida espírita
seja uma vida ociosa; ela é, ao contrário, essencialmente ativa e todos têm ali
ocupações.
Fonte:
Revista o consolador, ano 11, nº 512, por Astolfo O. Oliveira Filho
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