101. No discurso de encerramento do ano social (em junho de 1859), Kardec disse que o número dos membros titulares da Sociedade Espírita de Paris triplicara em alguns meses e possuía ela numerosos correspondentes em dois continentes. (P. 188)
102. Kardec lembrou na ocasião esta lição de
São Luís: "Zombaram das mesas girantes, mas não zombarão jamais da
filosofia, da sabedoria, da caridade que brilham nas comunicações sérias".
(P. 190)
103. Aquele que realmente quer saber – diz
Kardec – deve submeter-se às condições da coisa em si, e não querer que esta se
submeta às suas condições. Por isto a Sociedade não se presta a experimentações
que não dariam resultado, pois sabe, por experiência, que o Espiritismo, como
qualquer outra ciência, não se aprende de um jato e em poucas horas. (PP. 191 e
192)
104. Não perdemos tempo – diz o codificador –
em reproduzir os fatos que já conhecemos, do mesmo modo que um físico não se
diverte em repetir as experiências que nada de novo lhe ensinam. Dirigimos
nossa investigação a tudo quanto possa esclarecer a nossa marcha, preferindo as
comunicações inteligentes, fonte da filosofia espírita e cujo campo ilimitado é
muito mais vasto que o das manifestações puramente materiais. (P. 192)
105. Dois sistemas igualmente preconizados e praticados se apresentam na maneira de receber as comunicações de além-túmulo: uns preferem esperar as comunicações espontâneas; outros preferem as evocações. Quanto a nós – assevera Kardec – apenas condenamos a exclusividade de sistemas. (P. 192)
106. A maneira de conversar com os Espíritos
é uma verdadeira arte, que exige tato, conhecimento do terreno que pisamos e
constitui, a bem dizer, o Espiritismo prático. (P. 193)
107. A crítica sistemática censurou-nos –
afirma Kardec – por aceitarmos muito facilmente as doutrinas de certos
Espíritos, sobretudo no que concerne às questões científicas. Ora, estamos
longe de aceitar tudo quanto eles dizem como artigos de fé. (P. 194)
108. Como nem todos são perfeitos, não
aceitamos suas palavras senão com reservas e jamais com a credulidade das
crianças. Julgamos, comparamos, tiramos conclusões do que observamos e os seus
próprios erros constituem ensinamentos para nós. (PP. 194 e 195)
109. Saibam, pois, que tomamos toda opinião
emitida por um Espírito como uma opinião pessoal; que não a aceitamos senão
depois de havê-la submetido ao controle da lógica e dos meios de investigação
fornecidos pela própria Ciência Espírita. (P. 195)
110. O concurso dos bons Espíritos – eis com
efeito a condição sem a qual não se pode esperar a Verdade; ora, depende de nós
obter esse concurso, e a primeira condição para merecermos sua simpatia é o
recolhimento e a pureza das intenções. (P. 195)
111. É conhecido o provérbio: Diz-me com quem
andas e te direi quem és. Podemos parodiá-lo em relação aos nossos Espíritos
simpáticos, dizendo: Diz-me o que pensas, e te direi com quem andas. (P.
196)
112. Dizer que Espíritos levianos jamais
deslizaram entre nós – diz Kardec – seria uma presunção de perfeição. Os
Espíritos superiores chegaram mesmo a permiti-lo, a fim de experimentar a nossa
perspicácia e o nosso zelo na pesquisa da verdade. (P. 196)
113. O objetivo da Sociedade Espírita de
Paris não é apenas a pesquisa dos princípios da Ciência Espírita. Ela vai mais
longe: estuda também as suas consequências morais, pois é principalmente nestas
que está a sua verdadeira utilidade. (P. 197)
114. Ensina a experiência que não é
impunemente que nos abandonamos ao domínio dos maus Espíritos. Porque suas
intenções jamais podem ser boas. Uma de suas táticas para alcançar os seus fins
é a desunião, pois sabem muito bem que podem facilmente dominar quem estiver
sem apoio. (P. 197)
115. Perguntarão, então, se não atrairemos os
maus Espíritos evocando pessoas que foram o rebotalho da sociedade. Não, porque
jamais sofremos a sua influência. Só há perigo quando é o Espírito que se
impõe; nunca, porém, quando nos impomos ao Espírito. (PP. 197 e 198)
116. Em seu discurso, Kardec mostra que
muitos confrades o criticavam por estar indo longe demais, alegando que os
fatos não estavam ainda suficientemente observados e que não havia certeza de
que os Espíritos que lhe deram instruções não se haviam enganado. Ele
respondeu: "O futuro dirá se estou certo ou errado". (P. 199)
117. Falando sobre sociedades espíritas, Kardec
diz que a primeira condição para a estabilidade de um centro é a homogeneidade
de princípios e da maneira de ver; a segunda condição é a assistência dos bons
Espíritos, se a instituição quiser obter comunicações sérias. (P. 200)
118. O objetivo do Espiritismo é melhorar
aqueles que o compreendem. Procuremos dar o exemplo e mostrar que para nós a
doutrina não é morta. Sejamos dignos dos bons Espíritos, se quisermos a sua
assistência. (P. 202)
119. Joseph Midard, morto em combate, não se
deu conta imediatamente da sua situação e não se julgava morto. (P. 204)
120. Diz ele que a hora da morte é marcada
por Deus. Se a gente deve passar, nada o impedirá; do mesmo modo ninguém pode
atingi-la, se sua hora não houver soado. (P. 207)
121. Vestido de turbante e culote, ele não
soube explicar como arranjou essas roupas, visto que o uniforme de soldado
ficou no campo de batalha. "Tenho um alfaiate que as arranja", disse
Midard. (P. 208)
122. Outro militar morto no mesmo combate
disse ter-se reconhecido quase que imediatamente, graças às vagas noções que
tinha do Espiritismo, mostrando que o conhecimento pode abreviar o período de
perturbação. (P. 210)
123. O Abade Chesnel volta a escrever
em L'Univers, insistindo em que o Espiritismo é, deve ser e não
pode deixar de ser uma religião nova. Kardec o contesta. (Neste caso o tempo
deu razão ao Abade.) (P. 211)
Questões
propostas
A. É verdade que Kardec, no contato com os
Espíritos, dava preferência às evocações?
Não. Dos dois sistemas preconizados e
praticados à sua época, enquanto uns preferiam as comunicações espontâneas,
outros preferiam as evocações. “Quanto a nós – disse Kardec – apenas condenamos
a exclusividade de sistemas.” (Revue Spirite, p. 192.)
B. Que é preciso para obtermos o concurso dos
bons Espíritos?
A primeira condição para merecermos sua
simpatia é o recolhimento e a pureza das intenções. Kardec diz que é conhecido
o provérbio: Diz-me com quem andas e te direi quem és. Podemos, portanto,
parodiá-lo em relação aos nossos Espíritos simpáticos, dizendo: Diz-me o que
pensas, e te direi com quem andas. (Obra citada, pp. 195 e 196.)
C. Que táticas usam os maus Espíritos para
conseguir seus objetivos?
Uma de suas táticas é semear a desunião,
porque sabem muito bem que podem facilmente dominar quem estiver sem apoio. A
experiência, diz Kardec, ensina que não é impunemente que nos abandonamos ao
domínio dos maus Espíritos, porque suas intenções jamais são boas. (Obra
citada, p. 197.)
D. De que depende a estabilidade de uma
sociedade espírita?
A primeira condição para a estabilidade de um
centro é, segundo Kardec, a homogeneidade de princípios e da maneira de ver. A
segunda condição é a assistência dos bons Espíritos, se ela quiser obter
comunicações sérias. (Obra citada, pp. 200 e 202.)
Fonte:
Revista o consolador, ano 11, nº 515, por Astolfo O. Oliveira Filho
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