193. Pauline Roland escreve sobre os convulsionários de Saint-Médard e sobre as curas ali obtidas, atribuí-das erradamente ao Espírito do padre François Pâris, até que as autoridades fechassem o cemitério em janeiro de 1732. Evocado, o padre Pâris explica que nada teve a ver com as curas e que os fenômenos cessaram porque Deus quis que terminassem, visto que haviam degenerado em abuso e escândalo. O meio foi a ordem da autoridade. (P. 348)
194. Em resposta ao crítico Oscar Comettant,
Kardec diz que os Espíritos têm um corpo, um envoltório invisível, e é por esse
intermediário semimaterial que agem sobre a matéria. (P. 352)
195. Kardec diz que se a crença em Deus se
arraigasse no coração de todos, nada deveriam temer uns dos outros. Foi por
isto que determinado sacerdote disse, a respeito da Doutrina Espírita: "O
Espiritismo conduz à crença em alguma coisa. Ora, eu prefiro aqueles que
acreditam em alguma coisa aos que em nada acreditam, pois estes não creem nem
mesmo na necessidade do bem". (P. 355)
196. O Espiritismo – ajunta Kardec – é a
destruição do materialismo. É a prova patente e irrecusável daquilo que certas
pessoas chamam futilidades, a saber: Deus, a alma, a vida futura feliz ou
infeliz. (PP. 355 e 356)
197. Um dos assinantes da Revue, dizendo-se protestante, diz que em sua Igreja jamais se ora pelos mortos, porque o Evangelho não o ensina. Kardec responde afirmando que a prece é útil e agradável a todo aquele por quem é feita, e cita, a propósito, o Rev. Pe. Félix. (PP. 357 e 358)
198. "Se os mortos não têm o
conhecimento claro das preces que por eles fazemos, é certo que sentem os seus
salutares efeitos", afirma o Rev. Félix. (P. 359)
199. Kardec concorda e acrescenta que a prece
pode até abreviar os sofrimentos. É que a prece real incita o Espírito ao
arrependimento e desenvolve-lhe os bons sentimentos, animando-o a fazer o bem e
a tornar-se útil, com o que poderá ele sair do atoleiro em que se encontra. (P.
360)
200. Um assinante da Revue relata um curioso
fato de aparição em que o Espírito ignorava a própria desencarnação, passados
mais de três meses. "Não consigo levantar nada", disse o Espírito.
"Depois do sono que experimentei durante a doença, fiquei mudado: não sei
mais onde me encontro; sinto-me num pesadelo." (P. 363)
201. Kardec esclarece que a separação entre o
corpo e o perispírito se opera gradativamente, e não de modo brusco. Nas mortes
violentas e nos casos em que o indivíduo viveu mais a vida material do que a
vida moral, a separação é mais lenta, porque o apego à matéria retém a alma.
(PP. 364 e 365)
202. Sr. Tug..., em nota comunicada à
Sociedade Espírita de Paris, fala sobre a crença dos Hindus, que pensam que as
almas tinham sido criadas felizes e perfeitas e depois se rebelaram, sendo as
almas falidas obrigadas a reencarnar em corpos de animais. (PP. 367 e 368)
203. A metempsicose dos Hindus está fundada
sobre o princípio da degradação das almas. A reencarnação ensinada pelos
Espíritos está fundada no princípio da progressão contínua. Para os Hindus, a
alma começou pela perfeição para chegar à abjeção. Para o Espiritismo dá-se o
contrário. (P. 368)
204. A Sra. Ida Pfeiffer relata em Segunda
Viagem ao Redor do Mundo um acontecimento interessante ocorrido em Java, na
residência de Chéribon, onde os Espíritos apareciam e, à noite, choviam pedras
de todos os lados, sem ferir a nenhum dos moradores. As autoridades fizeram de
tudo para descobrir a causa dos fenômenos, que mesmo assim prosseguiram, até
que o governador mandou demolir a casa. (PP. 368 e 369)
205. Evocada por Kardec, Ida Pfeiffer diz ter
sido trazida ali, de súbito, sem o perceber, graças a um arrastamento
irresistível. (Ver sobre o assunto os casos Dirkse Lammers e Michel François.)
(PP. 369, 370 e 382)
206. Falando sobre os fatos de Java, Pfeiffer
diz que as pedras eram transportadas pelos Espíritos, e seu objetivo foi atrair
a atenção e fazer constatar um fato do qual se tinha de procurar a explicação.
(P. 371)
207. Evocado cerca de 19 dias após sua morte,
Privat d'Anglemont, conhecido homem de letras, não tinha ainda consciência
clara de sua atual situação e não podia ver as coisas claramente como quando
vivo. (P. 373)
208. Uma semana depois, ele estava melhor e
disse que cada homem tem a sua missão na Terra. "Infeliz daquele que não a
desempenha com fé!", acrescentou o Espírito. (P. 377)
209. Três semanas mais tarde, Privat fez uma
advertência à juventude. Os moços precisam de leituras sérias, disse ele,
lembrando que aquele que na primavera da vida só pensou no prazer, prepara para
mais tarde terríveis remorsos, porque verá que os tempos perdidos jamais se
recuperam. (P. 379)
210. Falando de si mesmo, o Espírito diz que
suas ocupações são quase nulas, em virtude da vida que levou na Terra.
"Aquilo que me parecia um prazer no vosso mundo – disse ele – é agora uma
pena para mim." (P. 380)
211. O Espírito de Vicente de Paulo, após
dizer que o amor é a lei da atração para os seres vivos e organizados, ensina
que o Espírito, seja qual for o seu grau de adiantamento e a sua situação, seja
numa reencarnação ou seja na erraticidade, está sempre colocado entre um
superior, que o guia e aperfeiçoa, e um inferior, perante o qual tem os mesmos
deveres. (P. 384)
212. O Espírito de Júlio César conta que teve
que expiar suas faltas em várias existências miseráveis e obscuras e, da última
vez que viveu na Terra, foi Luís IX. (P. 385)
213. O Espírito de São Basílio diz que aquele
que pretender levantar uma barragem à marcha da verdade, será por ela arrastado
inevitavelmente, qual uma criança ante um regato impetuoso e rápido. (P. 386)
214. O Espírito de São Lucas narra a parábola
dos três cegos e a moeda de ouro, comparando a sociedade aos cegos e o
Espiritismo ao ouro. (P. 387)
Questões propostas
A. A prece é útil aos mortos?
Sim. A um dos assinantes da Revue, adepto do
protestantismo, que disse a Kardec que em sua Igreja jamais se orava pelos
mortos, porque o Evangelho não o ensina, Kardec respondeu afirmando que a prece
é útil e agradável a todo aquele por quem é feita, e citou, a propósito, o Rev.
Pe. Félix, que disse: “Se os mortos não têm o conhecimento claro das preces que
por eles fazemos, é certo que sentem os seus salutares efeitos". (Revue Spirite,
pp. 357 a 360.)
B. Nas mortes violentas a sepa-ração entre o
corpo e o perispí-rito é mais rápida?
Não. Kardec diz que a separação entre o corpo e o perispírito se opera
gradativamente, não de modo brusco, e nas mortes violentas e nos casos em que o
indivíduo viveu mais a vida material do que a vida moral, a separação é mais
lenta ainda, porque o apego à matéria retém a alma. (Obra citada, pp. 364 e
365.)
C. Em que se funda a metempsi-cose ensinada
pelos Hindus?
Os Hindus pensam que as almas foram criadas felizes e
perfeitas e depois se rebelaram, sendo as almas falidas obrigadas a reencarnar
em corpos de animais. A metempsicose deles está, pois, fundada sobre o
princípio da degradação das almas, enquanto que a reencarnação ensinada pelos
Espíritos está fundada no princípio da progressão contínua. Para os Hindus, a
alma começou pela perfeição para chegar à abjeção. Para o Espiritismo dá-se o
contrário. (Obra citada, pp. 367 e 368.)
D. Que advertência à juventude foi feita pelo
Espírito de Privat?
Esse Espírito, após deparar com a realidade da vida
pós-morte, afirmou que os moços precisam de leituras sérias, lembrando que
aquele que na primavera da vida só pensou no prazer prepara para mais tarde
terríveis remorsos, visto que verá que os tempos perdidos jamais se recuperam.
(Obra citada, p. 379.
Fonte:
Revista o consolador, ano 11, nº 519, por Astolfo O. Oliveira Filho

Nenhum comentário:
Postar um comentário