170. Concluindo essa notícia, Kardec diz que a classe médica está dividida relativamente ao magnetismo e à homeopatia, ao tratamento do cólera, à frenologia, bem como sobre uma porção de outras coisas. (P. 290)
171. Se o magnetismo fosse uma utopia –
afirma Kardec –, há muito dele não mais cogitariam, enquanto que, como o seu
irmão, o Espiritismo, lança raízes por todos os lados. (P. 290)
172. O Sr. Brasseur, escrevendo no
"Jornal dos Salões", diz que Kardec errou ao não admitir a existência
dos médiuns inertes, como as caixas, as pranchetas, os cartões. (P. 291)
173. Kardec refutou as ideias do Sr.
Brasseur, esclarecendo que as caixas, as pranchetas e os cartões são apenas
apêndices da mão, e que a faculdade mediúnica reside na pessoa, não no objeto.
(P. 292)
174. Se ao Espírito bastasse dispor de um
instrumento qualquer – diz Kardec – veríamos cestas e pranchetas escrevendo
sozinhas, o que jamais aconteceu, porque é preciso um indivíduo como médium.
(P. 292)
175. O médium pode ser mecânico ou intuitivo.
No médium mecânico, o Espírito age sobre a mão, que recebe o impulso
inteiramente involuntário e desempenha o papel daquilo que o Sr. Brasseur chama
médium inerte. (P. 293)
176. No médium intuitivo, o Espírito age sobre o cérebro, transmitindo pela corrente do sistema nervoso o movimento ao braço. (P. 293)
177. São Luís aconselhou não fosse feita
evocação em dois casos: o primeiro concernente à sepultura do chanceler
Pasquier, na Igreja de Saint-Leu, onde acharam mais de 15 esqueletos em
diferentes posições. Houve crime ali. No segundo caso, o Espírito se encontrava
encarnado. (PP. 298 e 299)
178. Um artigo da Illustration de
1853 demonstra que o fenômeno das mesas girantes é conhecido e praticado desde
tempos imemoriais na China, na Sibéria e entre os Kalmouks da Rússia
meridional. Entre estes últimos, valiam-se da mesa para a descoberta de objetos
perdidos. (PP. 299 e 310)
179. Um fato curioso de aparição é narrado
pelo Sr. D., doutor em Medicina, de Paris. Havendo tratado durante algum tempo
uma senhora que sofria de uma moléstia incurável, quinze dias atrás ele foi
despertado por pancadas à porta de seu quarto. Era a senhora, que lhe disse
claramente: "Venho dizer que morri". Ela morrera, de fato, naquela
noite. (P. 302)
180. O Sr. Det., membro da Sociedade Espírita
de Paris, lembra que existiu uma sociedade como esta no século passado,
conforme relata Mercier, em seu Tableau de Paris, de 1788, volume
12. (P. 303)
181. Em nota abaixo da notícia, Kardec lembra
que no ano de 1800 o célebre Abade Faria ocupava-se da evocação e obtinha
comunicações escritas, muito antes que se cogitasse dos Espíritos na América.
(P. 304)
182. Evocado por Kardec, o milionário de Lião
conhecido pela alcunha de Pai Crépin diz ter saudades da vida terrena e
confessa ter ainda prazer ao ver seu ouro, que não pode mais apalpar. Sua vida
terrena foi-lhe inteiramente inútil, diz Pai Crépin. (PP. 305 e 306)
183. São Luís, comentando esse caso, diz que
o avarento mais culpado é aquele que só é avarento para os outros. (P. 307)
184. Um correspondente perguntou se devemos
publicar tudo quanto os Espíritos dizem. Kardec respondeu que publicar sem
exame, ou sem correção, tudo quanto vem dessa fonte, é dar prova de pouco
discernimento. O exame criterioso é, pois, fundamental antes de publicar
qualquer coisa. (P. 316)
185. Falando sobre a inspiração, Kardec diz
que o cérebro pode produzir aquilo que está dentro dele; mas as ideias que não
são nossas, são-nos sugeridas. Quando a inspiração não vem é porque o
inspirador não está presente ou julga conveniente não inspirar; muitos poetas,
compositores e escritores são, assim, médiuns sem o saber. (PP. 317, 318 e 378)
186. A Revue transcreve o
poema "Urânia", do Sr. De Porry, de Marselha, em que o autor diz que
a Terra "é uma região de prova em que o justo a sofrer em prantos se
renova". E acrescenta: "Se manténs neste mundo um coração virtuoso,
irás para esses globos de aspecto suntuoso, onde há alegria e paz, onde a
sabedoria mora e a felicidade eterna se irradia". (P. 324)
187. Kardec escreve sobre o precursor
Emmanuel Swedenborg (1688-1772) e sua obra, asseverando que o equívoco do
sensitivo sueco, para ele imperdoável, foi ter aceitado cegamente tudo quanto
lhe fora ditado pelos Espíritos. (P. 335)
188. Apesar disso, Swedenborg ficará sempre
ligado à História do Espiritismo, do qual foi um dos primeiros e mais zelosos
pioneiros. (P. 337)
189. Em comunicação na Sociedade Espírita de
Paris, Swedenborg admite que sua doutrina não está isenta de grandes erros e
declara que a Doutrina Espírita segue um caminho mais seguro que o dele. (PP.
338 e 339)
190. Simon M..., correspondente da Revue,
lembra que o homem deve vigiar os seus menores pensamentos malévolos, até os
seus maus sentimentos, visto que estes podem atrair Espíritos maus e
corrompidos. (P. 343)
191. Comentando um fato ocorrido durante a
guerra da Crimeia, em que um jovem oficial foi avisado mediunicamente da morte
da Srta. de T., Kardec não autentica o relato, mas considera-o possível,
acrescentando que os exemplos, antigos e recentes, de advertências de
além-túmulo são tão numerosos, que esse nada tem mais de extraordinário do que
outros. (P. 345)
192. Outro fato de advertência de
além-túmulo, referido pela Gazette d'Ard (Hungria), de
novembro de 1858, é relatado pela Revue. (P. 345)
Questões propostas
A. Há diferença entre médium mecânico e
médium intuitivo?
Sim. No médium mecânico, o Espírito age sobre
a mão, que recebe o impulso inteiramente involuntário e desempenha o papel
daquilo que o Sr. Brasseur chama médium inerte. No médium intuitivo, o Espírito
age sobre o cérebro, transmitindo pela corrente do sistema nervoso o movimento
ao braço. (Revue Spirite, p. 293.)
B. São Luís era consultado por Kardec nas
evocações?
A consulta a São Luís em tais situações era
coisa comum, como mostram os casos do chanceler Pasquier e o de um Espírito que
se encontrava encarnado, nos quais o instrutor espiritual desaconselhou a
evocação. (Obra citada, pp. 298 e 299.)
C. Devemos publicar tudo quanto os Espíritos
dizem?
A um correspondente da Revue que
lhe fez esta pergunta, Kardec respondeu que publicar sem exame, ou sem
correção, tudo quanto vem dessa fonte é dar prova de pouco discernimento. O
exame criterioso é, segundo ele, fundamental antes de publicar qualquer coisa.
(Obra citada, p. 316.)
D. Qual foi, segundo Kardec, o equívoco
cometido pelo precursor Swedenborg?
O equívoco do grande sensitivo sueco foi ter aceitado
cegamente tudo quanto lhe fora ditado pelos Espíritos, fato admitido pelo
próprio Swedenborg em comunicação dada na Sociedade Espírita de Paris, na qual
ele reconheceu que sua doutrina não está isenta de grandes erros e declarou que
a Doutrina Espírita seguia um caminho mais seguro que o dele. (Obra citada, pp.
335 a 339.)
Fonte:
Revista o consolador, ano 11, nº 518, por Astolfo O. Oliveira Filho
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