79. O Espiritismo está baseado na existência de um mundo invisível, formado de seres incorpóreos e que não são outra coisa senão as almas dos que viveram na Terra e em outros globos. Assim, pois, o Espiritismo pertence à Natureza e seu verdadeiro caráter é o de uma ciência. (P. 148)
80. O Espiritismo não nega a Deus, a alma, o
livre-arbítrio, as penas e recompensas futuras. Longe disso, ele prova, não
pelo raciocínio, mas pelos fatos, essas bases fundamentais da religião, cujo
inimigo mais perigoso é o materialismo. (P. 150)
81. Don Fernando Guerrero, escrevendo de Lima
(Peru), conta que um dia resolveu relatar algumas passagens d' O Livro
dos Espíritos a uma tribo de aborígines que habitam a encosta oriental
dos Andes: os indígenas compreenderam perfeitamente o que lhes foi lido e
fizeram até observações muito judiciosas sobre o conteúdo da obra. A ideia de
reviver na Terra lhes pareceu, por exemplo, absolutamente natural. (P.
151)
82. Kardec diz que somos, malgrado nosso, os
agentes da vontade dos Espíritos para aquilo que se passa no mundo, tanto no
interesse geral, quanto no individual. (P. 153)
83. Há pessoas que não temem a morte, mas têm
medo do escuro; não receiam os ladrões, mas não vão sozinhas, à noite, ao
cemitério. É que os Espíritos estão junto delas e seu contato produz-lhes uma
impressão que resulta num medo inexplicável. (P. 153)
84. A Revue noticia a curiosa descoberta feita pelo Sr. Jobert, de Lamballe, sobre a contração muscular rítmica do pequeno peroneal lateral direito, que parecia, na época, desmentir o fenômeno das batidas. (P. 155)
85. O fato difundiu-se por toda a parte, mas,
evidentemente, se podia explicar os sons da tiptologia, era insuficiente para
explicar o erguimento da mesa sem nenhum contato, a sua movimentação pela sala,
sua queda e as batidas com os pés, fatos então bastante conhecidos e
comprovados. (P. 161)
86. A Revue informa que,
antes de Jobert, em 1854, o Dr. Rayer, célebre clínico, apresentou ao Instituto
um alemão cuja habilidade, na sua opinião, dava a chave de todos os
"knokings" e "rappings". (P. 164)
87. Falando sobre a opinião dos cientistas a
respeito do Espiritismo, Kardec afirma que ninguém é juiz em causa própria, que
os sábios não são infalíveis e que, assim, seu julgamento não é a última
instância. (P. 165)
88. Se quisermos construir uma casa, consultaremos
um astrônomo? Se estivermos doentes, chamaremos um arquiteto? As ciências
vulgares repousam sobre as propriedades da matéria, que podemos manejar à
vontade; a ciência espírita tem como agentes inteligências que possuem
independência, livre-arbítrio, e não se submetem aos nossos caprichos. (P.
165)
89. Não cabe aos Espíritos descer até nós;
nós é que devemos subir até eles, o que conseguiremos pelo estudo e pela
observação. Os Espíritos gostam dos observadores assíduos e conscienciosos. (P.
168)
90. Aos olhos do observador atento e ativo
multiplicam-se os fenômenos. Que faz o naturalista que deseja estudar os
costumes de um animal? Acaso lhe ordena que faça isto ou aquilo, a fim de
observá-lo? Não, pois sabe que não será obedecido. Ele espia, espera e observa
de passagem. (P. 169)
91. O simples bom senso nos mostra que, com
mais forte razão, assim deve ser com os Espíritos, que são inteligências muito
mais independentes que a dos animais. (P. 169)
92. Kardec evoca Alexandre Humboldt, falecido
em maio de 1859, e diz que em pessoas, como Humboldt, que morrem de morte
natural e pela extinção gradual das forças vitais, o Espírito se reconhece mais
prontamente do que naqueles cuja vida é bruscamente interrompida por um
acidente. (P. 170)
93. Humboldt diz que o futuro do Espiritismo
será grandioso, mas o caminho, penoso. Certamente ele será aceito, um dia, nos
meios científicos, mas isso não é indispensável. "Ocupai-vos, antes, de
firmar seus primeiros preceitos no coração dos infelizes que enchem vosso
mundo: é o bálsamo que acalma os desesperos e dá esperança", assevera
Humboldt. (P. 173)
94. Tudo é transição na Natureza – diz
Humboldt –, por isso mesmo, nada é semelhante, apesar de que tudo se liga. As
plantas não pensam e, assim, não têm vontade. As ostras que se abrem, como
todos os zoófitos, não pensam; possuem apenas um instinto natural. (P.
174)
95. Goethe, evocado por Kardec, explica que
sua intuição a respeito da influência dos maus Espíritos sobre o homem derivava
de uma lembrança. Ele tinha recordação quase exata de um mundo onde via
exercer-se a influência dos Espíritos sobre os seres materiais. (P. 176)
96. Goethe diz que, na Terra, recordava-se de
uma existência precedente e lamenta o final do Werther, uma de suas
obras mais famosas, porque fez e causou muitas desgraças, de que ele se sentia
responsável e pela qual, embora estivesse arrependido, ainda sofria. (P.
177)
97. Kardec evoca Pai César, um homem de cor
negra que nasceu na África e foi levado para Louisiana com cerca de 15 anos,
onde faleceu em fevereiro de 1859, aos 138 anos de idade. O Espírito se diz
mais feliz agora porque seu Espírito agora estava livre das humilhações a que
estavam sujeitam, naquela época, as pessoas de pele negra. (P. 179)
98. Respondendo a Kardec, São Luís diz que as
etnias de pele negra desaparecerão da Terra, porquanto ela foi feita para uma
latitude diferente. (P. 179)
99. Os brancos se reencarnam em corpos
negros? São Luís diz que sim. Quando, por exemplo, um senhor maltratou um
escravo, pode pedir como expiação viver num corpo de negro, a fim de sofrer por
sua vez aquilo que fez sofrer e, por esse meio, adiantar-se e obter o perdão de
Deus. (P. 180)
100. Kardec relata o caso da aparição do
Major Georges Sydenham ao Capitão V. Dyke, publicado em 1682 em Londres. Ficara
combinado entre ambos que quem morresse primeiro viria visitar o outro, e isso
aconteceu. (P. 185)
Questões
propostas
A. Qual é a posição espírita acerca da
religião e suas bases fundamentais?
O Espiritismo não as nega, ou seja, não nega
a Deus, a alma, o livre-arbítrio, as penas e recompensas futuras. Longe disso,
ele prova por meio de fatos, não somente pelo raciocínio, a realidade das bases
fundamentais da religião. (Revue Spirite, p. 150.)
B. Como deve agir o pesquisador espírita?
Deve agir como age o naturalista que se propõe
a estudar os costumes de um animal. Obviamente, ele não ordena ao animal que
faça isto ou aquilo, porque sabe que não será obedecido. Então, espia, espera e
observa atentamente. Assim se deve proceder com os Espíritos, que gostam dos
observadores assíduos e conscienciosos. Os ingredientes da pesquisa espírita
são, assim, o estudo e a observação, porque o simples bom senso nos mostra que,
tal como age o naturalista em relação aos animais, com mais forte razão devemos
agir com os Espíritos, que são inteligências muito mais independentes. (Obra
citada, pp. 168 e 169.)
C. Que é que o Espírito de Goethe disse sobre
o Werther, uma de suas obras mais famosas?
O famoso escritor disse que lamentava o final
do Werther, porque fez e causou muitas desgraças, de que ele se
sentia responsável e pela qual, embora estivesse arrependido, ainda sofria.
(Obra citada, p. 177.)
D. Os Espíritos dos brancos podem reencarnar
como negros?
São Luís diz que sim e explica que quando,
por exemplo, um senhor maltratou um escravo, pode pedir como expiação viver num
corpo de pele negra, a fim de sofrer por sua vez aquilo que fez outros sofrerem
e, por esse meio, adiantar-se e obter o perdão de Deus. (Obra citada, p.
180.)
Fonte:
Revista o consolador, ano 11, nº 514, por Astolfo O. Oliveira Filho.
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