54. Há certas posições sociais – diz um assinante da Revue – que apresentam invencíveis obstáculos ao progresso espiritual, como os magarefes nos matadouros e os carrascos. Magarefe é sinônimo de açougueiro, carniceiro, carneador: aquele que mata e esfola reses nos matadouros. Em face disso, indaga: Qual a necessidade dessas profissões em nosso estado social? (P. 104)
55. Kardec responde dizendo que só
gradativamente pode o Espírito progredir: deve ele passar sucessivamente por
todos os graus, de modo que cada passo à frente seja uma base para assentar
novo progresso. Ninguém pode transpor de um salto a distância entre a barbárie
e a civilização. (P. 104
56. Os empreendimentos que Deus abençoa,
sejam quais forem as suas proporções, são os que correspondem aos seus
desígnios, trazendo seu concurso à obra coletiva. (P. 106)
57. Prova a experiência que a aptidão de um
médium para tal ou qual trabalho depende da flexibilidade que apresenta ao
Espírito. (P. 111)
58. O conhecimento do ofício e os meios
materiais de execução não constituem o talento, mas é evidente que em um médium
assim encontre o Espírito menos dificuldade mecânica a vencer. (PP. 111 e
112)
59. Comentando um diálogo mantido com o Espírito de Poitevin, ex-aeronauta, Kardec diz que os homens que na Terra tiveram uma especialidade nem sempre são os mais adequados ao nosso esclarecimento. (P. 118)
60. Kardec diz que, embora seja contra os
médiuns mercenários, nada há a opor contra os sonâmbulos mercenários, porque
estes agem por si mesmos e é o seu próprio Espírito que se desprende e vê mais
ou menos bem. (P. 120)
61. Os Espíritos encarnam-se como homens ou
mulheres, porque não têm sexo. Cada sexo lhes impõe provas e deveres especiais.
(P. 121)
62. De acordo com a doutrina espírita, a
solidariedade não se restringe à sociedade terrena: abarca todos os mundos e é,
pois, universal. (P. 121)
63. Há reuniões de Espíritos onde muitos não
podem penetrar: são os Espíritos superiores que fazem esse controle. (P.
125)
64. Pierre Le Flamand, falecido há quinze
anos, confessa não ser feliz na erraticidade, por lhe faltar a realidade dos
prazeres. Insuficientemente evoluído para gozar de uma felicidade moral, deseja
tudo que vê, aborrece-se e procura matar o tempo como pode, mas o tempo não
passa!... (P. 126)
65. Não lhe seria útil ver e ouvir coisas
boas e úteis que o auxiliassem a progredir? Ele diz que sim, mas para isso
seria preciso saber aproveitar as lições. Ele prefere, porém, assistir às cenas
de amor e deboche, que em nada o ajudam. (P. 127)
66. Na palestra seguinte, Pierre diz que de
alguns dias para cá tem visto um Espírito que parece segui-lo por toda parte,
que o impele ou contém. Se quer fazer algo errado, ele se posta à sua frente.
(P. 129)
67. Pierre conta que, indo visitar Kardec,
viu o professor sozinho no escritório, rodeado porém por cerca de vinte
Espíritos. Dois ou três sopravam aquilo que ele escrevia e davam a impressão de
ouvir a opinião dos outros. Kardec acreditava, porém, que as ideias lhe eram
próprias. (P. 131)
68. Chegaram depois oito ou dez pessoas, que
se reuniram numa outra sala com Kardec, que respondia às suas perguntas. Um era
chamado Príncipe, outro chamavam de Duque, e os Espíritos chegaram em massa:
havia mais de cem, dos quais alguns tinham uma espécie de coroa de fogo. (P.
131)
69. Pierre conta que chegou a presenciar um
roubo: o ladrão era acolitado por dois Espíritos; um o incitava a roubar, o
outro o estimulava a resistir. Pierre avisou o negociante e o roubo não
aconteceu. (PP. 131 e 132)
70. Pierre provocou no negociante um forte
espirro e ele desceu à loja para buscar a caixa de rapé, quando surpreendeu o
marginal. (P. 132)
71. Mozart e Chopin se manifestam: o primeiro
confirma que no mundo onde vive toda a Natureza faz ouvir sons melodiosos. (P.
135)
72. Chopin confirma ser uma pessoa sombria e
triste, porque tinha empreendido uma prova que não soube realizar bem e lhe
faltava coragem para recomeçá-la. (P. 136)
73. Chopin diz que, na erraticidade, há
legiões de executantes que tocam suas composições com mil vezes mais arte do
que qualquer músico da Terra. São músicos completos. O instrumento de que se
servem é a própria garganta, auxiliados por instrumentos, espécies de órgãos,
de uma precisão e de uma melodia que não podemos compreender. (P. 136)
74. Kardec pediu a Mozart, e este explicou:
Há mundos particularmente destinados aos seres errantes, mundos que eles podem
habitar temporariamente, espécies de bivaques, de campos de repouso. Bivaque é
o nome que se dá a uma área ou modalidade de estacionamento em que a tropa só
dispõe de abrigos naturais, especialmente árvores. (P. 137)
75. Santo Agostinho confirmou a informação e
disse que os Espíritos progridem enquanto estacionam nesses mundos
intermediários. (P. 138)
76. O Sr. R..., antigo ministro-residente dos
Estados Unidos junto ao rei de Nápoles, informou a Kardec ter conhecido na
Inglaterra um médium vidente que notava nas aparições de vivos um rastro
luminoso, que partia do peito, através do espaço, e terminava no corpo físico.
(P. 140)
77. Se eu fosse sacerdote – diz Kardec – e
quisesse provar que há em nós algo mais que o corpo, demonstrá-lo-ia de maneira
irrecusável pelos fenômenos do sonambulismo natural ou artificial. (P. 146)
78. Kardec conta ter feito durante 35 anos
(portanto, desde os 20 anos de idade) estudos especiais sobre o sonambulismo e,
assim, podia afirmar que o médium é dotado de uma faculdade particular, que não
se pode confundir com o sonambúlico, e que a completa independência de seu
pensamento é provada por fatos da maior evidência, para quem os observe com
imparcialidade. (P. 146)
Questões
propostas
A. Os Espíritos têm sexo?
Não. Os Espíritos encarnam como homens ou
mulheres, porque não têm sexo. Cada sexo lhes impõe provas e deveres especiais.
(Revue Spirite, p. 121.)
B. Como um Espírito descreveu Kardec
trabalhando em seu escritório?
Ele disse ter visto Kardec sozinho no
escritório, rodeado, todavia, por cerca de vinte Espíritos. Dois ou três
sopravam aquilo que ele escrevia e davam a impressão de ouvir a opinião dos
outros. Mas Kardec acreditava que as ideias lhe eram próprias. (Obra citada, p.
131.)
C. Há músicos na vida espiritual?
Sim. O Espírito de Chopin diz que há, na
erraticidade, legiões de executantes que tocam suas composições com mil vezes
mais arte do que qualquer músico da Terra. São músicos completos. O instrumento
de que se servem é a própria garganta, auxiliados por instrumentos, espécies de
órgãos, de uma precisão e de uma melodia que não podemos compreender. (Obra
citada, p. 136.)
D. Quando na Revue Spirite foi
mencionada pela primeira vez a informação acerca do rastro luminoso visto nas
aparições de vivos?
Foi em 1859. A informação foi dada a Kardec
pelo Sr. R..., antigo ministro-residente dos Estados Unidos junto ao rei de
Nápoles, o qual disse ter conhecido na Inglaterra um médium vidente que notava
nas aparições de vivos um rastro luminoso, que partia do peito, através do
espaço, e terminava no corpo físico. (Obra citada, p. 140.)
Fonte:
Revista o consolador, ano 11, nº 513, por Astolfo O. Oliveira Filho
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