Levantam-se educandários em
toda a Terra.
Estabelecimentos para a
instrução primária, universidades para o ensino superior. Ao lado, porém, das
instituições que visam à especialização profissional e científica, na
atualidade, encontramos no templo espírita a escola da alma, ensinando a viver.
Semelhante trabalho de
burilamento do espírito, porém, não é novo.
Lucas, o evangelista, conta-nos que Jesus, num sábado, em Nazaré, participou de uma assembleia de fiéis, junto da qual leu uma página de Isaías, com vistas à edificação dos ouvintes, provocando, aliás, acirrada discussão.
Mencionamos o fato para
salientar os hábitos de estudo nas coletividades de então, porquanto, para
citar o Cristo, à feição de mestre, basta recordar-lhe a palavra constantemente
endereçada ao povo, tanto nas praças quanto nos recintos familiares, qual
aconteceu na casa de Betânia.
No dia de Pentecoste,
mensageiros sublimes prevaleceram-se das faculdades medianímicas dos
continuadores diretos de Jesus e falaram, em línguas diversas, instruindo a
multidão sobre assuntos de espiritualidade superior.
Sabemos que um Espírito
amigo se aproximou de Filipe e solicitou-lhe a gentileza de encontrar a caminho
um alto funcionário etíope, a fim de ler em comunhão com ele certas passagens
das Escrituras.
As cartas de Paulo aos
cristãos de várias comunidades eram lidas e trocadas para as elucidações
devidas, nos centros de cultura evangélica dos tempos apostólicos.
Justo, assim, que as
instituições espíritas, revivendo agora o Cristianismo puro, sustentem estudos
sistemáticos, destinados a clarear o pensamento religioso e traçar diretrizes à
vida espiritual.
Atentos à sugestão
confortadora de amigos, organizamos o presente volume, que consubstancia, de modo
leve e ligeiro, os resultados de quarenta reuniões públicas de Doutrina
Espírita, nas quais examinamos, livremente, nós, os servidores desencarnados,
os ensinamentos de Allan Kardec, juntamente de nossos companheiros encarnados.
Certo, cada capítulo deixa o
assunto em aberto para o exame de outros comentaristas que desejem partilhar
conosco a felicidade do estudo, através do livro, de vez que, na própria
palavra do apóstolo Pedro, verificamos que nenhum conceito da Escritura é de
interpretação particular.
Em apresentando, pois, este
livro aos companheiros do mundo, recorremos à palavra do Cristo, quando nos
exorta: "conhecereis a verdade e a verdade vos fará livres".
Efetivamente, não
alcançaremos a libertação verdadeira sem abolir o cativeiro da ignorância no
reino do espírito. E forçoso será observar que o conhecimento é um tipo de
aquisição que exige de nós caridade para conosco, porque, se é possível sanar
as deficiências do corpo pelas doações da beneficência, como sejam o alimento
ao faminto e o remédio ao doente, a luz do espírito não se transmite nem por
osmose. Quem aspire a entesourar os valores da própria emancipação íntima, à
frente do Universo e da Vida, deve e precisa estudar.
Emmanuel
(Uberaba, 11 de fevereiro de 1965)
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