MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VIII – EMANCIPAÇÃO DA ALMA
O sono e os sonhos
411. Estando desprendido da
matéria e atuando como Espírito, sabe o Espírito encarnado qual será a época de
sua morte?
“Acontece
pressenti-la. Também sucede ter plena consciência dessa época, o que dá lugar a
que, em estado de vigília, tenha intuição do fato. Por isso é que algumas
pessoas preveem com grande exatidão a data em que virão a morrer.”
Pressentimento da morte
O Espírito, quando está
parcialmente desligado da matéria, mesmo que seja em relaxamento profundo, por
vezes tem a intuição do dia da sua desencarnação, quando está preparado para
tal revelação. Muitos sabem até o dia certo, e mesmo a hora, do seu desenlace
espiritual. Isso acontece em todas as religiões e mesmo filosofias
espiritualistas.
Quem sente essa verdade, alimenta-a, sem dúvida. Jesus foi um marco dessa prática, quando anunciou tudo o que deveria acontecer com Ele. Além do pressentimento da morte, existem também revelações outras, como desastres, morte de parentes e de amigos. Essa será a mediunidade do futuro, quando as revelações nos virão pelos processos da intuição.
Não há segredos para a alma
livre, ou para a que fica livre, mesmo estando se movendo na carne. O
Espiritismo nos mostra toda as modalidades, como o Mestre fez com os discípulos,
para desenvolver ou despertar as faculdades espirituais que dormem no centro da
vida. Se pudéssemos compilar em livros todos os casos acontecidos em todo o
mundo, teríamos vários volumes, porque todos os dias acontecem em todos os
países essas revelações, como, também, de pessoas que, em estado de catalepsia,
visitaram o outro mundo, o mundo dos Espíritos, lembrando-se de tudo o que com
elas sucedeu.
O que falta à humanidade é
maturidade de consciência para se sustentar, passando a viver os ensinamentos
de Jesus, que confirma o intercâmbio entre os dois mundos, a reencarnação e,
enfim, todos os anúncios da Doutrina Espírita, que trilha junto à verdade.
Não é revelado a todos os
seres o dia da sua morte, porque criaria confusão no meio dos homens, sem o
devido preparo. Falta-lhes a educação espiritual para tal anúncio em massa.
Somente com o tempo, os Espíritos superiores deverão usar o espaço para os
avisos desta ordem. Temos de considerar, nesta fase por que passa a humanidade,
o momento de grandes provações, quando as almas se encontram aturdidas, e seus
corações creem e descreem, fazem e desfazem, afirmam e negam, abençoam e
amaldiçoam.
Jesus é a firmeza da
humanidade. Esse é o século da confusão, após o qual nascerá a estabilidade nos
corações aflitos. A Doutrina Espírita veio cuidar das criaturas perdidas em
ondas revoltas, e ela é capaz de conduzi-las à praia, na extensão da sua
harmonia, para que todos tenham paz no coração, e a consciência receba a
tranquilidade que não perturba. Depois da calmaria, as revelações no sentido da
morte, nesse ou naquele dia, não vão trazer distúrbio algum à alma e, sim,
alegria, por voltar à verdadeira pátria, onde poderá encontrar, já esperando,
os velhos amigos e familiares que a precederam pelos portais do túmulo.
O Espírito, estando
desprendido da matéria, tem a sua visão expandida e seu conhecimento ampliado,
de sorte que a vida lhe aparece da existência de Deus. Isso, quando ele passa a
conhecer um pouco da verdade. Devemos idear pensamentos valiosos, meditar na
nobreza da vida, e passar a viver copiando a vida de Jesus, porque Deus nos
assiste por muitos canais, mas, na Terra, Ele se firma na personalidade do
Cristo, que flui a vida para todos nós com mais intensidade de amor. O amor é a
explosão de vida, no centro das vidas, onde domina Deus e esplende o Cristo.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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