MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VIII – EMANCIPAÇÃO DA ALMA
Visitas espíritas entre pessoas vivas
414. Podem duas pessoas que
se conhecem visitar-se durante o sono?
“Certo
e muitos que julgam não se conhecerem costumam reunir-se e falar-se. Podes ter,
sem que o suspeites, amigos em outro país. É tão habitual o fato de irdes
encontrar-vos, durante o sono, com amigos e parentes, com os que conheceis e
que vos podem ser úteis, que quase todas as noites fazeis essas visitas.”
Durante o sono
Durante o sono, o Espírito
se encontra mais ou menos livre, e é nesse momento que ele se encontra com quem
tem mais simpatia espiritual, razão porque sonha com pessoas da sua amizade.
Quando sonha com alguém que julga desconhecer, trata-se de sintonia com personalidade
de outras vidas.
O Espírito livre da densidade da matéria vai onde quer que lhe seja permitido pelos benfeitores espirituais. Essa liberdade parcial é bênção de Deus para fortalecimento da alma, nas suas provações na carne. No entanto, necessário se faz que o Espírito afira suas forças, se pode ou não aderir a certos encontros, desde que eles não venham a prejudicá-lo na sua nova vida. Porém, outros encontros lhe fazem bem, para o bom andamento das suas atividades no planeta.
Se, na Terra, a alma se
instrui, frequentando escolas de variadas estirpes, no mundo espiritual essas
escolas existem em maior número, para todos, desde quando o aproveitamento seja
o objetivo do aluno. O pagamento, no mundo dos Espíritos, é a boa
vontade de assimilar os ensinamentos ministrados. Eis porque se deve aproveitar
o sono. Além de ser uma necessidade do corpo somático, o Espírito precisa
dessas horas de liberdade para o bom aprendizado.
Aprende-se melhor, não na
escola da Terra, mas, na do espaço, onde a realidade é mais presente e a paz
mais visível aos corações. Assim como existem alunos no plano físico que
desperdiçam o tempo, indo para outros lugares, supondo estar enganando aos
outros, eles fazem a mesma coisa na erraticidade, só que ninguém engana ninguém.
Os enganados são, pois, eles mesmos, e quem não aprende na oportunidade
recebida deixa débitos para depois, quando as dificuldades de pagamento serão
maiores. O Espírito relapso se esquece de que ele está deixando de aprender
como se libertar das próprias inferioridades.
Para se ter sono proveitoso,
necessário é que se prepare durante o dia, com pensamentos bons, com palavras
edificantes e com vida reta. Os acontecimentos dos sonhos são a resposta do que
se pede durante o dia, pela conduta. Nós, pela graça de Deus, estamos junto à
humanidade o tempo suficiente para entendê-la, e procuramos ajudá-la em todos
os pontos cardeais da vida. A mediunidade funciona por todos os meios, para que
os Espíritos encarnados compreendam o valor do tempo e as bênçãos do espaço,
com que Deus nos favorece por amor, senão por misericórdia.
Que cada um se alinhe nas
diretrizes do amor, amando e perdoando, servindo e trabalhando em todas as
direções, para que o Cristo possa aparecer dentro de si, a dizer: “Eu sou
o caminho, a verdade e a vida”!
Vivemos duas etapas
simultaneamente: a vida física e a liberdade pelo sono no mundo espiritual.
Preparemo-nos sempre para os bons encontros durante o sono, e se desejamos boas
companhias nesses momentos de liberdade, melhoremo-nos por dentro, que o exterior
refletirá as nossas mudanças.
Somos o que desejamos ser.
Nossa mudança pode demorar, dependendo do nosso passado, entretanto, nossos
infortúnios nunca são eternos e todas as nossas dívidas são pagáveis. Todas as
faltas são sanáveis e todas as dores transformar-se-ão em alegrias. Precisamos
perseverar até o fim, porque, depois de livres, seremos felizes para a
eternidade.
Encontros e reencontros
teremos sempre, na Terra e no céu, e os valores deles dependem dos nossos.
As portas do sono se abrem,
por amor de Deus, para o nosso bem. Aproveitemo-lo como bons alunos, sem
menosprezarmos o tempo que nos foi entregue.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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