MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VIII – EMANCIPAÇÃO DA ALMA
Sonambulismo
433. O desenvolvimento maior
ou menor da clarividência sonambúlica depende da organização física, ou só da
natureza do Espírito encarnado?
“De
uma e outra. Há disposições físicas que permitem ao Espírito desprender-se mais
ou menos facilmente da matéria.”
Desenvolvimento
O desenvolvimento maior ou
menor da clarividência sonambúlica depende, de certo modo, da organização
fisiológica, que prende ou afrouxa os laços da alma, com menos ou mais
intensidade. No entanto, tudo se rende na profundidade da evolução da alma e na
faculdade menos ou mais desenvolvida, como promessa no mundo espiritual, ao
reencarnar-se.
Há pessoas altamente conscientes da verdade, que o tempo amadureceu e que vivem em certa pureza mental, sendo a própria clarividência normal em sua vida. Elas entram, por vezes, em êxtase suave, sem a menor dificuldade, e os próprios companheiros não percebem que elas se encontram em transe paranormal.
O desenvolvimento de todas
as faculdades espirituais é variado e variável, fundamentado em um só
princípio: o amor. Entretanto, esse amor se divide em expressões diversas, como
todas as folhas de árvores são folhas, porém, em observação atenta, veremos que
não existe uma igualzinha a outra, assim como, também, as marcas digitais e os
rostos humanos.
O despertamento mediúnico,
se assim podemos dizer, para melhor entendimento, está ligado, para ser mais
proveitoso, à educação das criaturas. Sem o Cristo de Deus em nossos caminhos,
poderemos errar as estradas e, perdendo-nos, gastaremos muito tempo para
reencontrar as luzes do Senhor. O Espírito desencarnado dotado igualmente de
clarividência, encontra em alguns dos seus corpos espirituais mais ou menos
facilidade também para as visões. A mente pode harmonizar as vestes do
Espírito, como pode endurecer-se, dificultando a sua própria paz espiritual.
O essencial para as almas é
a conduta cristã. Jesus, quando reuniu Seus discípulos, instruiu-os, tendo, em
seguida, todos eles mudado de vida, de modo a que servissem de instrumentos
para a luz do amor. Assim deve ser o espírita. Se assim falamos, é para que se
tenha mais vigilância, sem se esquecer da oração todos os dias. Oremos com
palavras e pelo exemplo. O pensamento surge em nós na sua candidez, oriundo da
força de Deus, e nós imprimimos nele os nossos sentimentos espirituais, capazes
de fazê-lo brilhar em nossos corações, ou castigar os nossos ideais.
A primeira vontade da
criatura que entra nas lides do Espiritismo é desenvolver mediunidade. Esse é
um interesse geral, pois os fenômenos atraem, qual a luz em relação às mariposas.
No entanto, esse interesse é breve. O maior fenômeno da vida, que é do
interesse dos Céus, é a mudança que se pode fazer na vida. Cortar por completo
a violência, esquecer o ciúme e matar por completo os dois monstros que devoram
os ideais do Espírito: o orgulho e o egoísmo. São fenômenos que, se quisermos
observá-los, todos os dias a natureza nos mostra, sem despender enormes
esforços e o próprio tempo. São, pois, comuns para a visão de quem queira
vê-los; todavia, a importância está nas transformações espirituais, como as que
fizeram os cristãos primitivos, fundamento de todas as profecias, de todos os
mandamentos, de toda a vida.
O planeta em que vivemos precisa
do exercício desses fundamentos, porque nada falta na Terra. Ela é um paraíso,
e os que moram nela é que a transformam em inferno, por desrespeitarem as leis
do amor. O dia em que todos viverem os ensinamentos do Cristo, a Terra
transformar-se-á em céu verdadeiro, e o Mestre ficará visível em todos os
corações, a nos dizer: A paz vos dou.
E os dons espirituais
aflorar-se-ão em todas as criaturas, como resposta de Deus pelos esforços
individuais no exercício da caridade, em se alcançando o amor.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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