O livro dos espíritos. Questão 420

MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS

CAPÍTULO VIII – EMANCIPAÇÃO DA ALMA

Transmissão oculta do pensamento

420. Podem os Espíritos comunicar-se, estando completamente despertos os corpos?

“O Espírito não se acha encerrado no corpo como numa caixa; irradia por todos os lados. Segue-se que pode comunicar-se com outros Espíritos, mesmo em estado de vigília, se bem que mais dificilmente.”

Comunicação espiritual em estado de vigília

Pode-se dar a comunicação dos Espíritos em estado de vigília, um encarnado comunicando-se com outro, mesmo à distância. O encarnado comunicar-se com o desencarnado também é possível; é comum, e mais facilmente, com o advento da Doutrina dos Espíritos. É a faculdade a que chamamos de mediunidade.

Esse intercâmbio existe desde que o homem foi criado, porém, aperfeiçoado por Jesus e tendo seguimento pela Doutrina Espírita, hoje muito comum no mundo inteiro e, principalmente, no Brasil. Com a evolução das criaturas, essa faculdade de comunicação vai ficando cada vez mais apurada, e a telepatia torna-se um dom usado por todos, na plenitude que ela pode oferecer.

O pensamento adestrado é força divina, sem barreiras no universo. De Espírito para Espírito se dá a comunicação, estejam eles encarnados ou desencarnados. O pensamento fala onde quer que seja.

O Espírito não se acha tão encerrado no corpo que não possa expressar o que deseja; ele se encontra ligado a esse por fios sutis, e nos pontos mais sensíveis dos centros de forças, mas, mesmo assim, nada o impede de gozar certa liberdade., A comunicação é a vida; como viver sem se comunicar? Deus nos legou esse dom para nos mostrar a beleza da vida e o Seu amor para conosco. O Espírito irradia suas luzes, ou suas trevas, para onde deseja.

O Espiritismo, sendo Jesus voltando para toda a humanidade, nos ajuda a compreender as leis espirituais, e nessa compreensão tiramos as lições sublimes e passamos a modificar a nossa própria conduta. Mudar, mudar sempre, é o nosso objetivo. Quanto mais crescemos para a luz, mais liberdade e responsabilidade adquirimos em nossos caminhos.

Convém entender que não vale a pena odiar, e que no lugar do ódio devemos irradiar o amor em todas as direções.

Convém entender que não vale apenas não violentar; é fundamental que no lugar da violência deixemos surgir as ondulações da fraternidade universal, que nos ajuda a sentir e a compreender o amor mais puro, na pulsação do amor de Deus.

Convém saber que não vale apenas combater o egoísmo e o orgulho: é necessário que no lugar deles deixemos palpitar em nossos corações o desprendimento e a humildade, que essas duas forças do amor nos levam à felicidade de estarmos com Jesus no coração.

Nesse exercício de ampliação dos nossos dons espirituais, e em outros que vamos descobrindo e ampliando, a criatura velha vai perdendo aquele corpo grosseiro, assumindo nova vida e surgindo com novas vestes de luz, capazes de nos mostrar a esperança de encontrarmos o céu na nossa intimidade.

Dessa maneira, pode-se dar a verdadeira comunicação entre Espíritos na mais perfeita homologia da vida, de maneira que a felicidade é tanta, que nós mesmos descobrimos que ela deve vir para nós no silêncio e parcimoniosamente, porque tanto as trevas como a luz, não podemos suportá-las de uma só vez.

Procuremos aperfeiçoar as nossas comunicações em todos os sentidos. Os grandes emissários de Jesus se comunicam e entendem todos os reinos da natureza, e algumas provas disso já foram dadas com os grandes vultos da história humana. Tudo fala, tudo se comunica, tudo responde. Mas, somente Deus é o centro de todos os movimentos universais. Ele é a Vida Maior.

Fonte:

O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.

Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes. 

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