MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VIII – EMANCIPAÇÃO DA ALMA
O sono e os sonhos
412. Pode a atividade do
Espírito, durante o repouso, ou o sono corporal, fatigar o corpo?
“Pode,
pois que o Espírito se acha preso ao corpo qual balão cativo ao poste. Assim
como as sacudiduras do balão abalam o poste, a atividade do Espírito reage
sobre o corpo e pode fatigá-lo.”
Fadiga durante o repouso
O sono é um reparador das
energias gastas nas atividades durante o dia e coloca o corpo predisposto a
receber forças cósmicas que o Espírito respira no plano da Vida Maior; no
entanto, se a alma se encontra atribulada, onde quer que seja, ela transmite
para o seu instrumento de carne essa turbulência, de forma que o corpo não
descansa. Por vezes, levanta-se pela manhã mais cansado do que quando se
deitou.
É nesse sentido que sempre pedimos aos companheiros no mundo físico que se preparem para o sono com orações e leituras sadias porque, dessa forma, podem ter bons sonhos e ambiente elevado, que o levam a respirar energias superiores, reabastecendo o corpo somático, para enfrentar as lutas de cada dia.
Os pensamentos inferiores
fatigam o corpo. Eles, em si, já são forças negativas capazes de destruir
momentos de paz e o sossego da alma. Todas as emoções que o Espírito tem no
decorrer do sono, na erraticidade, são passadas ao corpo, que se afigura como
fio-terra. Ele recebe as cargas magnéticas inferiores e sofre as consequências.
No fundo, é o mesmo Espírito que criou o ambiente negativo e que passa a sofrer
sua influência.
Devemos ter unissonância com
a alegria pura. Ela leva energias superiores para todo o soma. Mesmo a alma que
se encontre no plano do Espírito, com a alegria é capaz de reabastecer todas as
fibras do corpo físico, rejuvenescendo-o em todos os seus aspectos espirituais
e fisiológicos.
Quando alguém consegue
fazer-nos sentir ferido, armazenamos miasma inferior nos centros de forças, que
o encaminha, por força da lei, a todos os pontos do sistema nervoso, levando a
alma a emoções inferiores e precipitadas. Os sonhos são, certamente, produto de
encontros no mundo espiritual; no entanto, somente somos atraídos para lugares
que correspondem as nossas vibrações espirituais.
Onde está o nosso tesouro,
aí se encontra o nosso coração. Essa frase é evangélica e certa para o assunto
de que estamos tratando no momento. Não é culpa de alguém, se estamos sonhando
com coisas inferiores. Atraímos o que somos. Quando encontramos algo de mau por
fora, é irradiação de dentro que busca o seu igual na manutenção dos próprios
desejos. Se superiores, acendemos luz; se inferiores, andamos nas trevas.
É recomendável que o homem
se prepare durante o dia, com pensamentos elevados, com conversações dignas e
com atitudes nobres, pois, com o tempo necessário, não terá sonhos inferiores.
Em certas pessoas, as reformas são breves, em outras, demoradas. Pela lei das
reencarnações, juntamente com o carma, é fácil de compreender essa situação. Os
que se demoram nas trevas não devem esmorecer nos primeiros sinais da revolta
da natureza ou rejeição aos pensamentos elevados. Devem enfrentar todos os
reveses, pois “aquele que perseverar até o fim, será salvo”, nos diz o
ensinamento divino. Ninguém perde em fazer o bem, praticar a caridade e viver o
amor. Jesus, para o mundo da Sua época, foi vencido, mas, para Deus, foi o
vencedor, e o mundo, a humanidade, haverá de reconhecer que Ele era, foi e será
sempre aquele que nunca perdeu nas lutas em favor de todos os povos.
O sono é hora de descanso e
reparo das forças físicas, e mesmo espirituais, mas devemos nos preparar para
não nos desviarmos dos caminhos por onde podemos preparar tanto o corpo como o
Espírito, no sentido de receber as bênçãos de Deus, pelos canais do descanso.
Tenhamos mais concordância com o bem, para que o amor não saia do nosso roteiro
e se transforme em luz na sustentação da vida.
Nunca podemos descansar o
corpo sem preparar o Espírito, e esse preparo a Doutrina dos Espíritos nos
ensina como fazê-lo, na ordem do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Amemos, e o descanso já se encontra em caminho; continuemos a amar, que em
nosso coração há uma fonte de energia capaz de sustentar todas as nossas
atividades, porque o amor verdadeiro nunca se cansa.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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