MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VIII – EMANCIPAÇÃO DA ALMA
O sono e os sonhos
410. Dá-se também que,
durante o sono, ou quando nos achamos apenas ligeiramente adormecidos, acodem-nos
ideias que nos parecem excelentes e que se nos apagam da memória, apesar dos
esforços que façamos para retê-las. Donde vêm essas ideias?
“Provêm
da liberdade do Espírito que se emancipa e que, emancipado, goza de suas
faculdades com maior amplitude. Também são, frequentemente, conselhos que
outros Espíritos dão.”
a) - De que servem essas ideias
e esses conselhos, desde que, pelos esquecer, não os podemos aproveitar?
“Essas
ideias, em regra, mais dizem respeito ao mundo dos Espíritos do que ao mundo
corpóreo. Pouco importa que comumente o Espírito as esqueça, quando unido ao
corpo. Na ocasião oportuna, voltar-lhe-ão como inspiração de momento.”
Ideias nobres
Eventualmente, quando
encarnados e parcialmente desprendidos do corpo, pelo sono ou pelo
adormecimento, surgem na alma ideias vigorosas, das quais, apesar do esforço
que se faz após despertar, não se consegue recordar. São transmissões dos Espíritos
livres que nos querem bem, são conselhos. Notemos bem: esquecemos as ideias,
mas não esquecemos que elas nos foram ditas. A certeza desse fato é a prova da
sua existência, vibrando na nossa consciência.
Essas ideias e conselhos que
vêm em meio ao desprendimento, ocorrem igualmente em estado de consciência. Eis
aí a função da mediunidade intuitiva. Isso acontece muito com os médiuns, que
quase não dão importância a esses avisos. O homem de amanhã vai ter essa
faculdade mais desenvolvida, por onde os Espíritos Benfeitores virão acudir
seus tutelados por esse processo mediúnico, despertando os corações para
as realidades espirituais concernentes à vida, na função divina do amor.
Quando figurarem na nossa
imaginação essas ideias a que chamamos de nobres, procuremos fixá-las e
observemos sua finalidade no dia-a-dia da vida, O amor tudo pode, tudo faz e
tudo ilumina, quando é bem compreendido no esquema de Jesus, pelas bênçãos de
Deus.
Quando despertos, esquecemos
os conselhos, mas sabemos que eles existem, na consciência. Esses conselhos são
mais para a nossa vida em estado de liberdade, e quando eles são úteis no mundo
que habitamos, eles vêm através dos fios da intuição, materializando-se como
sendo os nossos pensamentos. Não importa que muitos pensem que os pensamentos
são deles; importa sim, que escutemos a boa influência e agradeçamos.
Todo bem vem de Deus,
filtrando-se e refiltrando-se, até chegar aos que se encontram mais
materializados, para que a vida se transforme e sustente a paz nos corações. Somente
o que nós fazemos é, em princípio, torcer as leis de Deus, mas, ao sofrermos as
consequências, mudamos de rumo e passamos a ser co-criadores do bem. O Senhor
nos ensina a servir de transformadores, ampliando ou diminuindo os valores, de
acordo com a capacidade que se encontra para ouvir e para sentir a verdade.
Ao encontrarmos
oportunidades de fazer o bem, não deixemos para outro dia: façamo-lo logo;
entrementes, devemos medir o que podemos fazer ou falar, pois nem sempre o que
é bom para um, nas divisões das leis, é proveitoso para o outro. Aproveitemos
as ideias que chegam constantemente à nossa mente em forma de pensamentos
nossos porém, não nos esqueçamos de selecioná-las, com o cuidado que teríamos
na seleção de valores preciosos. A Doutrina dos Espíritos ajudar-nos-á, e
muito, nessa escolha, porque ela tem seleções já feitas de muitas
diretrizes firmadas por Jesus e alimentadas pelos grandes benfeitores da
humanidade.
Observemos o replantio das
ideias que chegam à nossa casa mental; elas vão nascer e deverão crescer, com
uma parte da nossa responsabilidade. Se é bom fazer o bem, é divino saber fazer
a caridade, sem nunca esquecer de chamar o coração de Jesus, para nos
acompanhar e injetar figuras na nossa mente, para que elas sejam materializadas
por nossa vida.
Esquecer Jesus, que se
encontra ligado a Deus, é morrer. Compete aos homens de todas as fases e
escalas espirituais aprenderem a amar a Deus e ao próximo, e tendo como próximo
a si mesmo, em primeiro lugar.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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