MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VIII – EMANCIPAÇÃO DA ALMA
Letargia, catalepsia e mortes aparentes
422. Os letárgicos e os
catalépticos, em geral, veem e ouvem o que em derredor se diz e faz, sem que
possam exprimir que estão vendo e ouvindo. É pelos olhos e pelos ouvidos que
têm essas percepções?
“Não;
pelo Espírito. O Espírito tem consciência de si, mas não pode comunicar-se.”
a) - Por quê?
“Porque
a isso se opõe o estado do corpo. E esse estado especial dos órgãos vos prova
que no homem há alguma coisa mais do que o corpo, pois que, então, o corpo já
não funciona e, no entanto, o Espírito se mostra ativo.”
Letargia e catalepsia
A criatura em estado de
letargia ou catalepsia fica impedida de falar e, por vezes, ver e ouvir pelos
canais físicos; no entanto, ela percebe tudo o que se passa, pela sensibilidade
espiritual. Isso também ocorre com o Espírito, livre do corpo, que pode ter os
mesmos impedimentos em relação ao corpo espiritual ou perispírito.
Nada há a não ser Deus que
possa impedir o Espírito de manifestar seus sentidos mais profundos, porque o
Espírito é luz de Deus, com dons que Ele mesmo deu, por amor. Nos casos
focalizados, o Espírito fica impossibilitado de manifestar-se na área humana
por impedimento dos órgãos materiais; o mesmo acontece com o perispírito que,
mesmo com a tenuidade de seu corpo sutil, impede o Espírito de manifestar-se
nesses casos. E assim acontece com outros corpos, que têm funções, como vestes
e aparelhos no resguardo da alma, para que se estenda gradativamente a luz nos
caminhos do Espírito imortal.
Outra letargia e outra
catalepsia piores que as do corpo, são aquelas dos sentimentos espirituais, dos
que dormem no mal. Esses são os “mortos”, como diz o Evangelho, naquela
passagem que Jesus afirma: “Deixai aos mortos o cuidado de enterrarem os seus
mortos” (Lucas, 9: 59 e 60).
Os seres humanos que param
nas paixões inferiores se encontram em estado de letargia profunda, da qual
podem demorar a se desligar. Outros, estão envolvidos na catalepsia do crime e
da violência, vindo, depois, a sofrerem as consequências da aceitação desse estado
anormal. A cabeça do indivíduo que somente forma ideias perniciosas está em
fase de horrível catalepsia e somente o tempo, a ajuda dos benfeitores
espirituais e a sua boa vontade poderão ajudá-lo a sair dessas trevas. As
sequelas ainda o acompanham por muito tempo. Os que ainda se encontram na
letargia da fornificação, do egoísmo, do orgulho, da vaidade, do ciúme e da
violência demoram muito tempo recebendo a dor como terapia divina, para
despertar do sono e fazer lugar com certas reformas no mundo íntimo, ao amor, à
paz e ao desprendimento, dedicando-se ao perdão sem condições, com pulso forte,
para a conquista da fraternidade.
As letargias e catalepsias
de momento, provocadas pelos hipnotizadores e os magnetizadores, são breves. As
piores são aquelas em que nós mesmos caímos em transe pela falta de vigilância,
desconhecendo o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
O Espiritismo com o Cristo
tem o poder de nos acordar para a luz de Deus, moldando as nossas forças para
as forças do bem, conduzindo-nos para a paz de consciência. É Jesus voltando e
curando as nossas enfermidades por amor, mostrando-nos como devemos fazer para
consolidar a cura definitiva no nosso mundo da consciência. É bom que compreendamos
que somente vivendo as leis de amor entramos em plena sintonia com o amor de
Deus, de modo a receber e guardar as bênçãos de Jesus para sempre no coração.
Convidamos os irmãos da
Terra, para estudarmos juntos todas as filosofias espirituais, selecionando o
que for conveniente, como diz Paulo: Não frustreis o Espírito, não desprezeis
as escrituras, mas, retende o que é bom (Tessalonicenses, 5:19 a 22).
O estudante de boa vontade,
o honesto trabalhador nunca fica sozinho em caminho, pois tem sempre mãos
amigas que o ajudam a compreender as leis, facilitando-lhe em suas práticas.
Vamos acordar, pois Jesus nos chama todos para viver.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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