MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VIII – EMANCIPAÇÃO DA ALMA
Sonambulismo
436. O sonâmbulo que vê, a
distância, vê do ponto em que se acha o seu corpo, ou do em que está sua alma?
“Por
que esta pergunta, desde que sabes ser a alma quem vê e não o corpo?”
Visão à distância
O sonâmbulo que vê à
distância, certamente que o faz com os olhos da alma. Já falamos alhures que o
Espírito em estado de sonambulismo, afrouxa os laços que o prendem ao corpo, e
ficando mais livre, pode observar à distância com mais ou menos perfeição, com
mais ou menos verdade; tudo depende da sua faculdade em expansão, da sua
evolução espiritual.
As distâncias são sentidas de acordo com a lei do progresso. O Espírito angélico domina as distâncias, e todos os obstáculos vão cedendo à sua poderosa mente que o tempo purificou e que seu autoburilamento despertou para a liberdade. Podemos compreender que o Espírito elevado, já livre das paixões humanas, que não se importa com ataques inferiores, que não violenta e sempre ajuda ao perseguidor, que ama em todas as dimensões, que já se pode chamá-lo de completista, na área da Terra, essa alma vê à distância, até sem entrar, de certa forma, em estado de transe sonambúlico, porque a própria matéria não o impede que ele tenha essa visão. Alguns podem ver a intimidade da matéria; observam o átomo, viajam dentro dele, entrando em contato com o mundo interno dessa partícula, e sabem que o infinito tanto é para o exterior como para o interior. O micro e o macro se confundem porque Deus palpita dentro de tudo como sendo o Todo.
A alma do sonâmbulo pode
desprender-se do corpo com a facilidade que cabe à faculdade, e vê as coisas à
distância e de perto; para o Espírito de certo quilate espiritual, acabam as
distâncias e desaparecem o grande e o pequeno, o embaixo e o em cima.
O Espírito com certa
faculdade despertada, escuta aonde a sua vontade queira levar sua audição e,
quanto mais cresce, mais domina esses dons de vida, que dentro de nós, podem
atingir proporções inacreditáveis aos homens.
A Terra passa por provações
enormes; é um mundo de provações e expiações, no entanto, quando ela ascender
mais degraus na sua evolução, passará a receber Espíritos da mesma faixa de
entendimento e até de maior elevação. Aí, então, vão desaparecendo as
dificuldades que ora se presenciam nos caminhos do mundo, quais sejam as
dificuldades de transporte, de vestes, de moradias e, certamente, de
alimentação. As dificuldades de todos os tipos são devido à falta de
merecimento e ao mau uso que os terráqueos fazem dos dons da vida, para matar,
para arruinar seus próprios caminhos de ascensão.
Não se podem dar armas
perigosas, ainda que sob a alegação de garantir a felicidade, para crianças,
por não saberem como usá-las. Somente a maturidade pode dar o sinal para que
chova no reino da Terra as belezas dos céus. Os Espíritos superiores gozam dessas
bênçãos porque sabem usá-las, objetivando o amor. Os sonâmbulos verdadeiros veem
esses mundos felizes que já conquistaram a paz e a transmitem para os irmãos da
Terra, esclarecendo porque essa felicidade ainda falta no mundo em que
habitamos e mostrando como conquistar esse ambiente de luz. Certamente que até
o próprio corpo material vai tomar outras dimensões: será mais rarefeito,
entrando para a ordem da fluidez e cada vez mais se purificando, dando
condições mais elevadas ao Espírito que nele reencarna. Aí poder-se-á ver a
felicidade eterna e nunca mais recuar ante os deveres que Deus impôs às
criaturas dentro do amor universal.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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