MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VIII – EMANCIPAÇÃO DA ALMA
O sono e os sonhos
409. Doutras vezes, num estado que ainda não é bem o do adormecimento, estando com os olhos fechados, vemos imagens distintas, figuras cujas mínimas particularidades percebemos. Que há aí, efeito de visão ou de imaginação?
“Estando
entorpecido o corpo, o Espírito trata de desprender-se. Transporta-se e vê. Se
já fosse completo o sono, haveria sonho.”
Imagens
As imagens que se percebem, estando o corpo em estado de torpor, ocorrem pela dilatação visual da alma, quando ela percebe com mais nitidez o mundo espiritual que a rodeia. Quando não há entorpecimento do corpo e evidenciam-se os dons espirituais, é que a criatura é dotada de vidência ou clarividência, ao passo que, no estado de relaxamento, todas as criaturas podem perceber imagens, por entrarem mais diretamente no mundo espiritual. Tudo isso é uma amostra espiritual de que existe a continuação da vida, que todos podem perceber, sendo, assim, um dom generalizado. É bênção de Deus aos Seus filhos do coração.
Importa dizer que a vida é
fonte de pesquisa contínua que todas as criaturas podem realizar, de acordo com
as possibilidades que já dominam no campo da evolução espiritual. Podemos e
devemos analisar todos os dias os fenômenos que acontecem nos caminhos: veremos
facilmente que o real se encontra invisível pelos processos humanos e muito visíveis
pelos métodos naturais que todos podem alcançar.
A vidência é um dom comum a
todas as almas encarnadas. Sempre, em estado de silêncio, podem-se observar
imagens, vultos esses dos quais às vezes, não se podem registrar as
transmissões mentais. Isso requer outro dom mais especial, que se chama
audição, que se divide em duas etapas ou formas: a que se ouve dentro da
cabeça, que é a telepatia, e os sons registrados pelos ouvidos, o que se chama
audição espiritual.
Na primeira faculdade, funcionam
duas glândulas que existem dentro da cabeça: a Pituitária e a Pineal, que
captam as transmissões mentais do Espírito comunicante. Na segunda, funcionam
as mesmas glândulas, mas, de modo mais físico. Elas entram em conexão com algo
mais de efeito físico, materializando-se os sons, e esses tornando-se audíveis
para o receptor. É como se fosse mesmo uma telefonia, mas com muito mais
perfeição, dependendo da condição de quem transmite a mensagem.
Quando se tem visões de
alguma imagem, pode-se dar mais vida a essas figuras pela oração, e mesmo pelo
amor que se pode desprender do coração. Quem ama é mais feliz em todas as
pesquisas deste mundo para o outro; quem entra em completo relaxamento, se
encontra em transe; saindo dele, já é mesmo sonho, quando se pode recordar ou
não as façanhas, no mundo dos Espíritos. Com a prática destes exercícios,
podem-se orientar e desenvolver essas faculdades, até se chegar à intuição
verdadeira. As faculdades vão se abrindo como uma flor à claridade solar.
Cinzelar os dons espirituais
é a nossa parte e devemos dar mão nela, compreendendo que cada dia que passa é
uma nova oportunidade de crescer. O “nada se perde e nada se cria” é uma lei, e
podemos nos basear nela, de modo que, se nos encontrarmos percebendo imagens,
elas têm um fundamento: são filhas de alguma vida que se mostra como tal.
Amemos tudo e todos, no mais
puro amor que se pode sentir, que todos os caminhos florescerão, entregando-nos
mais vida e mais alegria, mais paz e mais amor. Então, o Cristo resplandecerá
para a nossa vitória, onde quer que estejamos. Nunca nos esqueçamos do
aprimoramento, que ele faz parte das nossas promessas ante a paternidade
divina. É essa paternidade dentro de nós que se chama consciência.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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