427. De que natureza é o
agente que se chama fluido magnético?
“Fluido
vital, eletricidade animalizada, que são modificações do fluido universal.”
Fluido magnético
A escala dos fluidos
é inumerável na extensão infinita do universo. Pouco se sabe a respeito dessa
ciência divina. Eles são transformações do fluido universal ou, como se pode
chamá-lo, éter cósmico, hálito divino, energia KI (*), e muitos outros nomes
dados por variados povos. Entretanto, é a mesma bênção de Deus que se transforma,
pelo amor, em substâncias diferentes.
Na pauta do trabalho com os homens e mesmo com os Espíritos livres da matéria, esse hálito de Deus se transmuta em magnetismo, sujeito à impressão que os sentimentos possam nele imprimir, para o bem ou para o mal.
O éter cósmico passa a ser,
na atmosfera da Terra, o éter físico, e depois torna-se eletricidade, força
vital, etc. Ainda pode transformar-se em outros agentes sensíveis para trabalhos
que requerem muito cuidado, na sustentação dos ideais, que os Espíritos
superiores sabem comandar. A mente é o comandante de todas essas energias
sublimes e, quando adestrada no bem comum, faz maravilhas. Podemos exercitar
esses tesouros de vida, através do conhecimento do Evangelho de Jesus, código
da mais elevada posição, onde todos nós devemos beber as instruções, no sentido
de lidarmos com essas forças virgens do universo de Deus.
A força primitiva da vida
existe em Deus. Ao saírem do Senhor, recebem modulações diversas, dependendo do
caráter da sua missão, na Terra ou em outros mundos. Assim como existe um só
Deus, a matéria primitiva é um só elemento, com a qual o amor do Pai Celestial
faz maravilhas, onde as grandes almas bebem o néctar da vida mais ativa, fazendo-se
luz em todos os recantos da criação.
Somos todos nós revestidos
de fluidos, de acordo com a nossa elevação espiritual. Se queremos melhorar
nossos fluidos, melhoremos a nossa conduta. As modificações interiores são
capazes de gerar as mudanças externas, que mostram aquela operação interna. Com
um toque das mãos, Jesus faz maravilhas, porque essa mão pode carregar-se de
magnetismo divino, misturando-se com a força animal. Sendo transmitida com
amor, ela restabelece corpos estragados e faz levantar caídos, dar vista aos
cegos e vida nova aos mortos. Apuremos nosso magnetismo, pelo apuro da nossa
vida e cultivemos as virtudes espirituais.
Apliquemo-nos à caridade
mais pura. Se ainda não compreendemos como fazê-la, busquemos a instrução na
vida dos grandes homens, e trabalhemos dentro de nós, de modo a encontrar
aquele poço que Jesus fez surgir na alma da samaritana. A essa bênção de Deus
que deve surgir no coração, poderemos dar o nome que já conhecemos, de fluido
magnético, e como ele nos é dado de graça, por Deus, façamos uso dessa força
enriquecida pelo amor, dando de graça o que de graça recebemos. E a nossa vida
tornar-se-á tranquila e a consciência estará no esplendor de luz, sentindo e
vendo Deus na cidade da nossa mente.
Esse fluido vital,
eletricidade animalizada de que fala “O Livro dos Espíritos” com muita
propriedade, é esse magnetismo do qual nossas mãos estão carregadas, e que toma
a forma que o nosso coração se dispuser a dar-lhe. Em nossa intimidade, há uma
fonte inesgotável; quanto mais damos, mais temos para distribuir. Curemo-nos a
nós mesmos em primeiro lugar, aparando arestas e modificando hábitos,
esquecendo vícios e apurando os sentimentos, para que essa linfa de luz possa
jorrar das nossas mãos para os corações que sofrem. Aquele que se curar pelas
nossas mãos em Cristo, passa a fazer o mesmo, ajudando igualmente aos que
padecem. A esperança de todos nós é que se crie uma cadeia desse trabalho em
toda a Terra, para felicidade dos povos.
(1) Ki é a força da vida, a
energia imaterial onipresente que no seu fluxo anima todos os seres vivos e
permeia o Universo, ligando todas as coisas como um todo. É a energia básica
que media o físico com o espiritual, através da qual o humor e o pensamento
agem sobre o mundo físico. Sendo fluída e onipresente, os antigos a
consideravam o próprio ar; como tem a ver com o estado de espírito, associavam
a ela também o humor. Sua qualidade determina sua cor, que só pode ser vista
por pessoas sensitivas.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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