O livro dos espíritos. Questão 424

MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS

CAPÍTULO VIII – EMANCIPAÇÃO DA ALMA

Letargia, catalepsia e mortes aparentes

424. Por meio de cuidados dispensados a tempo, podem reatar-se laços prestes a se desfazerem e restituir-se à vida um ser que definitivamente morreria se não fosse socorrido?

“Sem dúvida e todos os dias tendes a prova disso. O magnetismo, em tais casos, constitui, muitas vezes, poderoso meio de ação, porque restitui ao corpo o fluido vital que lhe falta para manter o funcionamento dos órgãos.”

A.K.: A letargia e a catalepsia derivam do mesmo princípio, que é a perda temporária da sensibilidade e do movimento, por uma causa fisiológica ainda inexplicada. Diferem uma da outra em que, na letargia, a suspensão das forças vitais é geral e dá ao corpo todas as aparências da morte; na catalepsia, fica localizada, podendo atingir uma parte mais ou menos extensa do corpo, de sorte a permitir que a inteligência se manifeste livremente, o que a torna inconfundível com a morte. A letargia é sempre natural; a catalepsia é por vezes magnética.

Reatar laços

O assunto focalizado pela pergunta quatrocentos e vinte e quatro, com a sua magistral resposta é muito interessante. Ela focaliza um tema a que se dá muita esperança, mostrando que o Espírito tem poderes extraordinários, desde quando se empenhe em fazer o bem com consciência dentro do saber e do amor.

Em muitos casos, quando o encarnado está prestes a desencarnar e se encontra com mãos generosas, pode-se mudar completamente o quadro dessa situação, pois, o médium generoso é capaz de assimilar o fluido universal, transformando-o em magnetismo animal e, se em torno de si existem companheiros de alta linhagem espiritual, é possível levantar caídos, curar enfermos e mesmo reatar laços quase a serem desfeitos.

O magnetismo pode muito em diversos casos. Ele tem o poder de fazer circular a força vital em corpos já desfalecidos por carência de tal energia. É nesse sentido que recomendamos o passe bem orientado, a água fluidificada, a leitura nobre e conversações edificantes.

Jesus, o Mestre dos mestres, conhecedor de todos os segredos da vida humana, dava apenas uma ordem ao moribundo e restabelecia todas as funções dos seus órgãos em decadência. Assim fazia com os cegos, leprosos e mesmo com os tidos como mortos. Era a força poderosa da Sua mente, carregada de magnetismo divino.

A Doutrina Espírita, com a sua valiosa função de fazer reviver o cristianismo, orienta todos os interessados em melhorar seu padrão vibratório, para franquearem suas qualidades espirituais, para que possam sentir em suas mãos a força espiritual de curar enfermos e dar esperança aos que sofrem. E a fonte de todas essas esperanças se encontra no amor. Os tempos estão chegando; o chamado de Jesus se aproxima mais das criaturas, no sentido de amarem e aprenderem. O mundo espiritual responsável pela educação dos povos não está procurando feitos exteriores nas criaturas da Terra e, sim, incentivando-as para a melhoria íntima. É a transformação dos seus hábitos perniciosos, em virtudes elevadas, que as levarão para a paz de consciência.

Sejamos instrumentos de alegria para os tribulados, mas, para tanto, é necessário que nos preparemos, educando nossos pensamentos com o Senhor da vida. Seja nossa boca profusão de luzes; sejam nossas mãos bênçãos de Deus semeando paz e tranquilidade por onde passarmos. Quantos enfermos existem no mundo precisando de mãos santas, para que o toque seja feito por amor, sem esquecermos as palavras que podem ajudar no restabelecimento da harmonia em todos os seus corpos, que sofrem todos os tipos de padecimentos! Devemos também reatar laços que já estão se desestruturando em todas as áreas da vida, tanto espiritual quanto de amizades, para que a fraternidade cresça em todos rumos e possa levantar a fé nas criaturas, abrindo caminhos para um novo mundo, onde brilharão novas estrelas e novo céu. Cada vida que ativarmos para o bem será um ponto de luz a nosso favor. Não nos esqueçamos dessa verdade, mas, isso sempre deve ser feito sem exigências, nas linhas do amor mais puro, como sendo a caridade bem conduzida, em cujos caminhos se reflete a alegria mais elevada.

Fonte:

O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.

Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário