O povoamento da Terra

Quando começou a Terra a ser povoada?

“No começo tudo era caos; os elementos estavam em confusão. Pouco a pouco cada coisa tomou o seu lugar. Apareceram então os seres vivos apropriados ao estado do globo.”


Os planetas do sistema solar são filhos do grande astro, e é por essa afinidade que circulam em torno de sua gênese, por vínculos à harmonia de onde vieram que, na profundidade da palavra é amor.

A Terra, nos seus primórdios, era como que uma luz líquida a se solidificar, assegurada por fios invisíveis que se chamam gravidade. A temperatura elevada vem comprovar de onde ela veio, e ainda resta no centro do planeta algo da fonte geradora, expelida para a superfície por alguns dos vulcões ainda existentes em vários pontos do mundo.

O germe da vida foi colocado por Deus em toda a sua formação, que passou a dormir no seu berço, esperando o óvulo da divindade para dar início à formação dos seres vivos, no planeta já solidificado e refeito da grande confusão telúrica. Chuvas e tempestades assolaram toda a superfície, milhares de anos consecutivos, na formação dos mares, guardando no seu seio fecundo as águas, para que surgissem os rios. Lençóis e mais lençóis de água intercruzam-se nas entranhas da Terra, conservando-se e esperando as necessidades humanas, como bênçãos do Senhor.

E no cair das chuvas, outra chuva de fluidos aconteceu, processando-se a simbiose, para que os elementos primitivos pudessem acasalar-se com o que estava chegando e a vida se expressar de variadas formas. Foi no seio térmico dos oceanos que surgiram os primeiros passos da vida na Terra, com o encontro dos dois elementos: físico e espiritual. Tudo isso idealizado e amparado pelos instrutores da vida maior, sem perda de um segundo sequer, nas suas visões benfeitoras, tendo o Cristo como comandante da casa de Deus. O mestre traçou os caminhos a seguir e ordenou a execução, dando a sua magnânima assistência permanentemente.

Os seres vivos datam de bilhões de anos, sem que possamos nos certificar da verdadeira data por nos faltarem recursos para tais determinações. Os agentes vivos foram se agrupando por afinidade intrínseca, aparecendo os movimentos automáticos das formas unicelulares, que se dividiam dando nascimento a outras da mesma espécie, pela força do princípio espiritual. Eis que o progresso dominou e vários outros agrupamentos se processaram, sob a visão espiritual, e formas variadas foram surgindo na extensão infinita das águas, com a sua característica de conservação e com o ambiente necessário à proliferação dos ensaios protozoários, rumo às vidas aperfeiçoadas.

Nesta escalada evolutiva biológica, onde a ciência se perde na passagem da mônada espiritual de corpo para corpo, séculos e milênios se evaporaram como simples fumaça nas ventanias do tempo, e surgiu como glória da própria evolução, o corpo humano, como o Cristo idealizou antes que a Terra fosse. O corpo humano é, pois, o retraio do universo em miniatura, filho de bilhões de anos, pelo empuxo da própria vida, vida de Deus. 

O Livro dos Espíritos, questão 44.

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