MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VIII – EMANCIPAÇÃO DA ALMA
Letargia, catalepsia e mortes aparentes
423. Na letargia, pode o
Espírito separar-se inteiramente do corpo, de modo a imprimir-lhe todas as
aparências da morte e voltar depois a habitá-lo?
“Na
letargia, o corpo não está morto, porquanto há funções que continuam a
executar-se. Sua vitalidade se encontra em estado latente, como na crisálida,
porém não aniquilada. Ora, enquanto o corpo vive, o Espírito se lhe acha
ligado. Em se rompendo, por efeito da morte real e pela desagregação dos
órgãos, os laços que prendem um ao outro, integral se torna a separação e o
Espírito não volta mais ao seu envoltório. Desde que um homem, aparentemente
morto, volve à vida, é que não era completa a morte.”
Na letargia
Em estado letárgico, o
Espírito se encontra ligado ao seu fardo físico, não obstante, dá aparências de
morto, porque a sua força vital volta a um estado latente. Para bem dizer, ela
se recolhe, sem certas funções na atividade do complexo fisiológico.
A alma somente se prepara
para sair do corpo quando os órgãos entram em inatividade; paralisando esses, o
Espírito nada tem a fazer, a não ser sair para a sua morada verdadeira, a
erraticidade ou mundo espiritual. Todavia, essa saída depende de muitas
circunstâncias, que o faz demorar-se pouco ou muito, do quanto está ligado ao
fardo físico.
Poderemos encontrar essa
fala em muitos livros mediúnicos de muitos autores, onde alguns mostram que
certos Espíritos, mesmo com o corpo em estado de decomposição, e até já
decomposto, continuam ligados a ele, querendo retornar à vida física, sem
desconfiar que não há possibilidades para tal evento.
Diz-nos “O Livro dos
Espíritos”, obra que não deixa dúvidas aos estudantes do Espiritismo, que a
alma, ainda estando ligada ao corpo físico, em muitos casos pode a ele voltar a
viver no seu instrumento físico, mas, depois que se romperem esses laços
espirituais, terminou sua atividade no mundo das formas, como Espírito
encarnado. Somente resta a esperança de reencarnar em novo corpo, para novas
tarefas evolutivas. Não sendo completa a morte, há meios do Espírito retornar
às suas funções e comandar os seus órgãos, senão o corpo, para continuar a sua
tarefa, em nome de Deus.
É bom, e muito bom, que
compreendamos que tudo isso depende de muitos fatores, dos quais destacamos a
presença de Nosso Senhor Jesus Cristo, como diretor espiritual do planeta em que
habitamos e trabalhamos, por misericórdia desse mesmo Guia Espiritual da
humanidade. Com Jesus, o caso é diferente. Ele, no caso de Lázaro, restabeleceu
seu corpo físico, e fez circular a força vital em seu organismo. Como Lázaro
ainda estava ligado ao corpo, deu ordem - porque tinha essa autoridade - para
que aquele Espírito voltasse à vida física, e assim se deu, para glória de
Deus, que Se manifestava visivelmente em Jesus.
Lázaro passou a viver com
suas irmãs normalmente, enriquecido pela fé que já tinha no coração. Há muitas
criaturas que sentem dificuldades em desligar-se dos laços que os prendem ao
corpo na hora da desencarnação. Isso ocorre por falta de educação espiritual,
mas, a Doutrina dos Espíritos vem ajudar esses Espíritos dentro de um esclarecimento
lógico e fácil de ser entendido, mostrando a todos que ninguém morre, e que a
vida continua além do túmulo, ainda com mais esplendor, requerendo, assim, do
companheiro, abstinência dos pensamentos inferiores e limpeza na mente das más
tendências.
Na letargia, já dissemos, as
forças espirituais estão em decadência, e o Espírito inativo, mas consciente
das suas funções, só não pode mover-se devido às dificuldades dessa operação
com os órgãos que lhe servem de instrumento. Mas, as faculdades da alma propriamente
dita, da profundidade do ser, essas são luzes na luz de Deus, e nunca se apagam
pelos poderes dos homens.
Observemos que nos homens
mais lúcidos os pensamentos são rápidos, elevados e mais contínuos que nos
homens mais próximos ao lado primitivo, aos quais faltam corpos que o ajustem
para esse desempenho espiritual.
Para livrar desse estado de
letargia dos muitos corpos que revestem o Espírito, é preciso que se procure
Jesus, que Ele, com seus demais trabalhadores do bem comum, indicará como acender
a luz no coração e tornar-se livre, pelos conhecimentos da verdade.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário