Jesus veio trazer fogo à Terra

MATEUS: capítulo 10, versículo 32. Aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu pai, que está nos céus. — 33. Aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu pai que está nos céus. — 34. Não penseis que vim trazer paz à Terra; não vim trazer a paz e sim o gládio; — 35, porquanto, vim separar de seu pai o homem, de sua mãe a filha e de sua sogra a nora; — 36, e o homem terá por Inimigos os de sua própria família.

LUCAS: capítulo 12, versículo 8. Ora, eu vos digo que aquele que der testemunho de mim diante dos homens, dele o filho do homem dará testemunho diante dos anjos de Deus. — 9. Mas aquele que me negar diante dos homens será também negado diante dos anjos de Deus.

LUCAS: capítulo 12 versículo 49. Vim trazer o fogo à Terra; e que é o que quero senão que ele se acenda? — 50. Tenho que receber um batismo e quão ansioso estou para que ele se cumpra. — 51. Pensais que vim trazer a paz à Terra? Não, eu vo-lo digo, vim trazer a separação; — 52, porquanto, doravante, se numa casa se encontrarem cinco pessoas, estarão todas divididas, três contra duas e duas contra três; — 53, estarão divididos o pai contra o filho e o filho contra o pai; a mãe contra a filha, a filha contra a mãe; a sogra contra a nora e a nora contra a sogra. (68)

Jesus é a personificação da moral sublime que Ele trouxe ao mundo, para a nossa salvação. Praticar essa moral é estar no carreiro por Ele traçado, é confessá-lo. Aquele que, ao contrário, se embrenha pelos caminhos tortuosos, que são os do orgulho, do egoísmo, da hipocrisia, dos vícios e das paixões que degradam a Humanidade, esse se afasta da senda da verdade, renega o bom Pastor, repudiando-lhe a lei. Ora, a esse o bom Pastor não o pode receber na categoria dos Espíritos bons, nem apresentá-lo ao Rei dos reis, enquanto não dê testemunho dele, praticando a sua moral.

Jesus veio pôr fogo à Terra, com o trazer ao mundo uma doutrina que saparia os abusos, os preconceitos e as tradições sustentados pelos escribas, fariseus e sacerdotes orgulhosos e cúpidos. E esse fogo Ele o queria bem aceso, para que ao seu derredor se grupassem os homens, a fim de aprenderem, praticarem e espalharem pelo exemplo os ensinamentos cuja difusão constituía o objeto da sua missão, que seria sancionada com o sacrifício do Gólgota, destinado a fazê-la frutificar e preparar o advento da nova revelação.

Com efeito, trazendo aos homens, Espíritos atrasados, esse progresso, Ele veio dar causa a lutas, no seio mesmo das famílias, lutas a que ainda hoje presenciamos, entre os que desejariam enveredar pela nova estrada e os preguiçosos ou obstinados, que quereriam permanecer estacionários. Todavia, seu objetivo era santo, pois que consistia em substituir a fé cega e falsa, pela observância da lei de amor, pela prática da caridade e da fraternidade, que serão os alicerces da paz universal, ainda muito distante, é certo, mas que se há de realizar, porque essa é a vontade do nosso Pai celestial.

O Espiritismo é Jesus presente de novo entre nós, é Ele ainda a influir sobre nós, impelindo-nos para o progresso e a dar lugar a novas lutas, que somente cessarão quando Ele próprio vier completar a sua obra pela separação do joio e do bom grão, isto é, pela elevação dos bons à posse do reino que lhes está preparado e pela repulsão dos rebeldes e cegos voluntários para as terras em que possam decidir-se a encetar a obra da sua purificação. Só então a sua missão se tornará de paz. Depois de ter sido até aí — rei da justiça, Ele será — o rei da paz.

Trabalhai, pois, espíritas, com ardor, diz-nos o Senhor pela boca de seus emissários, por arrancar os parasitas que abafam a sua vinda; esclarecei as inteligências obscuras, sustentai os fracos, ajudai os vossos irmãos a chegarem ao ponto em que vos achais, a fim de que todos, vendo a luz, ela a todos igualmente ilumine.

(68) Salmos, 40,10; 54,14. — Miquéias, 7, 6. — João, 7, 43, 9, 16; 10, 19; 13, 18. — Romanos, 10, 9. — 2a Epístola à Timóteo, 2, 12. — 1o de João, 2, 28. — Apocalipse, 3, 5. 

Fonte: Elucidações evangélicas. FEB, 2003, pág. 244.


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