Alvorada cristã

Autor espiritual: Neio Lúcio

Ano: 1948

Prefácio:

As páginas de Neio Lúcio, consagradas à mente juvenil em todos os padrões da experiência física, são, em verdade, valioso curso de iluminação espiritual.

Sementeira de princípios renovadores, aqui encontramos avançadas noções de justiça e bondade para a elevação da vida. E a luta terrestre, em seus fundamentos, ainda mesmo considerada no setor expiatório, resume-se na obra educativa para a eternidade.

A instrução é, sem dúvida, a milagrosa alavanca do progresso. Sem ela, perseveraria a mente humana nos resvaladouros da ignorância, confinada à miséria, à ociosidade, à indigência e ao infortúnio, através da delinquência na praça pública e da correção na penitenciária.

Mas não basta esclarecer a inteligência, repetiremos ainda e sempre. É imprescindível aperfeiçoar o coração nos caminhos do bem.

Nero, o tirano, era discípulo de Sêneca, o filósofo.

Tito, o príncipe admirável, que costumava dizer “perdi o meu dia”, quando à noite o alcançava sem algum gesto excepcional de bondade, mandou massacrar mais de dez mil israelitas doentes, abatidos e mutilados, depois de arruinar Jerusalém.

Marco Aurélio, o imperador virtuoso e sábio, consentiu no morticínio de cristãos indefesos.

Inácio de Loiola, maravilhosamente bem-intencionado, tinha o cérebro cheio de letras quando incentivou a perseguição religiosa.

Marat, o demagogo sanguinário, era jornalista de mérito e intelectual de renome.

Todos os fazedores de guerra, ditadores e revolucionários, antigos e modernos, foram incubados no convívio de professores ilustres, de páginas científicas, de livros técnicos ou de universidades famosas.

Razão sem luz pode transformar-se em simples cálculo.

Instrução e ciência são portas de acesso à educação e à sabedoria.

Quem apenas conhece nem sempre sabe.

A cultura do espírito vai mais longe: ajuda o homem a converter-se em santuário vivo, através do qual se irradia o Poder Soberano e Misericordioso.

Necessário, pois, semear pensamentos enobrecedores e santificantes, amparando a mente que recomeça a lição de aprimoramento individual.

Esquecer a infância e a juventude será desprezar o futuro.

Regozijando-nos, assim, com a tarefa do amigo que nos doou estas páginas, cheias de sentimento paternal e de idealismo superior, saudamos, em companhia dele, a alvorada sublime de amor e paz, que resplandece, com Jesus, para a Terra de amanhã, regenerada e feliz.

Emmanuel

(Pedro Leopoldo, 21 de junho de 1948) 

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