Ave, Cristo!

Autor espiritual: Emmanuel

Ano: 1953

Prefácio:

Hoje,  como  outrora,  na  organização  social  em  decadência,  Jesus  avança  no  mundo,  restaurando  a  esperança  e  a  fraternidade,  para  que  o  santuário  do  amor  seja  reconstituído  em  seus  legítimos  fundamentos.

Por  mais  se  desenfreie  a  tormenta,  Cristo  pacífica.

Por  mais  negreje  a  sombra,  Cristo  ilumina.

Por  mais  se  desmande  a  força,  Cristo  reina.

A  obra  do  Senhor,  porém,  roga  recursos  na  concretização  da  paz,  pede  combustível  para  a  luz  e  reclama  boa  vontade  na  orientação  para  o  bem.

A  ideia  divina  requisita  braços  humanos.

A  bênção  do  Céu  exige  recipientes  na  Terra.

O  Espiritismo,  que  atualmente  revive  o  apostolado  redentor  do  Evangelho,  em  suas  tarefas  de  reconstrução,  clama  por  almas  valorosas  no  sacrifício  de  si  mesmas  para  estender-se,  vitorioso.

Há  chamamentos  do  Senhor  em  toda  a  parte.

Enquanto  a  perturbação  se  alastra,  envolve-te,  e  enquanto  a  ignorância  e  o  egoísmo  coluiados  erguem  trincheiras  de  incompreensão  e  discórdia  entre  os  homens,  quebram-se  fronteiras  do  Além,  para  que  as  vozes  inolvidáveis  dos  vivos  da  eternidade  se  expressem,  consoladoras  e  convincentes,  proclamando  a  imortalidade  soberana  e  a  necessidade  do  Divino  Escultor  em  nossos  corações,  a  fim  de  que  possamos  atingir  a  nossa  fulgurante  destinação  na  vida  imperecível.

Alinhando,  pois,  a  reminiscência  deste  livro,  não  nos  propõe  romancear,  fazer  literatura  de  ficção,  mas  sim  trazer  aos  nossos  companheiros  do  Cristianismo  redivivo,  na  seara  espírita,  breve  página  da  história  sublime  dos  pioneiros  de  nossa  fé.

Que  o  exemplo  dos  filhos  do  Evangelho,  nos  tempos  pós-apostólicos,  nos  inspire  hoje  a  simplicidade  e  o  trabalho,  a  confiança  e  o  amor,  com  que  sabiam  abdicar  de  si  próprios,  em  serviço  do  Divino  Mestre!  que  saibamos,  quanto  eles,  transformar  espinhos  em  flores  e  pedras  em  pães,  nas  tarefas  que  o  Alto  depositou  em  nossas  mãos!...

Hoje,  como  ontem,  Jesus  prescinde  das  nossas  guerrilhas  de  palavras,  das  nossas  tempestades  de  opinião,  do  nasço  fanatismo  sectário  e  do  nosso  exibicionismo  nas  obras  de  casca  sedutora  e  miolo  enfermiço.

O  Excelso  Benfeitor,  acima  de  tudo,  espera  de  nossa  vida  o  coração,  o  caráter,  a  conduta,  a  atitude,  o  exemplo  e  o  serviço  pessoal  incessante,  únicos  recursos  com  que  poderemos  garantir  a  eficiência  de  nossa  cooperação,  em  companhia  dele,  na  edificação  do  Reino  de  Deus.

Suplicando-lhe,  assim,  nos  ampare  o  ideal  renovador,  nos  caminhos  de  árdua  ascensão  que  nos  cabe  trilhar,  repetimos  com  os  nossos  veneráveis  instrutores  dos  primeiros  séculos  da  Boa  Nova:

_  Ave,  Cristo!  os  que  aspiram  à  glória  de  servir  em  teu  nome  te  glorificam  e  saúdam!

Emmanuel

(Pedro Leopoldo , 18 de abril de 1953) 

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