Autor espiritual: André Luiz
Ano:
1950
Prefácio:
“Porque todos devemos
comparecer ante tribunal do Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver
feito, estando no corpo, o
bem ou mal.” -
Paulo. (II CORÍNTIOS, 5:10.)”
Não falta quem veja no
Espiritismo mero campo de experimentação fenomênica, sem qualquer significação
de ordem moral para as criaturas.
Muitos aprendizes da
Consoladora Doutrina, desse modo, limitam-se às investigações de laboratório ou
se limitam a discussões filosóficas.
É imperioso reconhecer, todavia, que há tantas categorias de homens desencarnados, quantas são as dos encarnados.
Entidades discutidoras,
levianas, rebeldes e inconstantes transitam em toda parte. Além disso,
incógnitas e problemas surgem para os habitantes dos dois planos.
Em vista de semelhantes
razões, os adeptos do progresso efetivo do mundo, distanciados da vida física,
pugnam pelo Espiritismo com Jesus, convertendo-nos o intercâmbio em fator de
espiritualidade santificante.
Acreditamos que não se deve
atacar outro círculo de vida, quando não nos encontramos interessados em
melhorar a personalidade naquele em que respiramos.
Não vale pesquisar recursos
que não nos dignifiquem.
Eis por que para nós outros,
que supomos trazer o coração acordado para a responsabilidade de viver,
Espiritismo não expressa simples convicção de imortalidade: é clima de serviço
e edificação.
Não adianta guardar a
certeza na sobrevivência da alma, além da morte, sem o preparo terrestre na
direção da vida espiritual. E nesse esforço de habilitação, não dispomos de
outro guia mais sábio e mais amoroso que o Cristo.
Somente à luz de suas lições
sublimes, é possível reajustar o caminho, renovar a mente e purificar o
coração.
Nem tudo o que é admirável é
divino.
Nem tudo o que é grande é
respeitável.
Nem tudo o que é belo é
santo.
Nem tudo o que é agradável é
útil.
O problema não é apenas de
saber. É o de reformar-se cada um para a extensão do bem.
Afeiçoemo-nos, pois, ao
Evangelho sentido e vivido, compreendendo o imperativo de nossa iluminação
interior, porque, segundo a palavra oportuna e sábia do Apóstolo, “todos
devemos comparecer ante o tribunal do Cristo, a fim de recebermos, de acordo
com o que realizamos, estando no corpo, o bem ou o mal”.
Emmanuel
(Pedro Leopoldo, 22 de fevereiro de 1950)
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