MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO
CORPORAL
Anjos de guarda. Espíritos protetores, familiares
ou simpáticos
496. O Espírito, que
abandona o seu protegido, que deixa de lhe fazer bem, pode fazer-lhe mal?
“Os
bons Espíritos nunca fazem mal. Deixam que o façam aqueles que lhes tomam o lugar.
Costumais então lançar à conta da sorte as desgraças que vos acabrunham, quando
só as sofreis por culpa vossa.”
Não existe abandono
Na grande lei de amor
universal não existe abandono; Deus é Onisciente e sabe antecipadamente tudo
que pode acontecer e tudo fez e faz dentro desse conhecimento. Tudo se encontra
em um processo de despertamento espiritual, no trabalho sagrado de elevar as
criaturas para a vida maior, de onde vieram.
Os bons Espíritos nunca fazem mal a ninguém, por vivenciarem o amor, e já terem aprendido, nas caminhadas percorridas, que somente o amor salva e traz felicidade. Deus, o Supremo Criador de todas as coisas, não abandona Seus filhos, e a prova mais evidente deste fato se encontra nos sentimentos dos pais na Terra, principalmente nas mães. Quando alguma abandona seu filho, é porque está doente, carecendo de ser amada igualmente.
O amor é força que unifica.
Os sofrimentos não são tão maus como se costuma dizer. Se Deus permite que haja
sofrimento, é porque ele tem algum valor no despertamento das criaturas. São
processos por que todos passam, e é por isso que os benfeitores têm muita
paciência com os seus tutelados; eles já passaram pelos mesmos caminhos. Qual o
Espírito que cumpriu sua jornada desde o seu primitivismo até o reino angélico,
cumprindo retamente todas as leis da vida? Se todos temos os mesmos direitos e
deveres, se somos filhos de Deus, criados iguais, o processo é o mesmo para
todas as criaturas.
Sofrimentos de todos os
tipos, aos olhos do Mais Alto, são meios, escolas que nos levam à felicidade,
desde quando eles venham a nós na naturalidade da lei, e não na inventiva dos
homens para andarem mais depressa na escala da vida espiritual.
Não existe abandono para
qualquer pessoa e para nada que existe no universo; a proteção se encontra lado
a lado para tudo e para todos, desde o vírus até o mundo angélico. Essa, para
Deus, é a lei maior do amor.
Quem compreende o que é a
vida não busca sofrimento, mas tira dele, quando vem ao seu encontro, mais
vida, mais conhecimento e até mais amor a todas as criaturas.
Quando o tutelado é rebelde,
o seu protetor silencia um pouco, e os Espíritos inferiores o atendem de acordo
com os seus sentimentos, e é por intermédio dessa baixa vibração espiritual que
os sentimentos se unem na procura dos iguais. Logo que o encarnado volta a ter
saudade da luz e a sua consciência a faz procurar, eis que o anjo guardião bate
à porta do seu coração e é atendido pela necessidade de paz, aquela paz que
Jesus ensinou que o mundo não nos pode dar.
Tornamos a dizer que não
deves abandonar os conselhos que vêm pelos fios dos pensamentos; ora em busca
do teu anjo da guarda que ele te atenderá com todo o carinho, na manifestação
do amor que tem com abundância. Notamos, todos os dias, grandes Espíritos
desenvolvendo muito esforço para se comunicarem com os seus tutelados, a fim de
lhes mostrarem caminhos que os levem à paz de consciência. E quanto mais se
esforçam, mais a sua luz aumenta, mais adquirem experiência junto aos homens,
sendo que algum dia pertenceu também a essa raça.
Tem essa esperança no
coração e alimenta-a para sempre: não existe abandono; mas, esforça-te para
adquirir as companhias mais convenientes.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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