Autor espiritual: Irmão X
Ano:
1951
Prefácio:
O Evangelho é o Livro da
Vida, cheio de contos e pontos divinos, trazidos ao mundo pelo Celeste
Orientador.
Cada apóstolo lhe reflete a
sabedoria e a santidade.
E em cada página o Espírito
do Mestre resplende, sublime de graça e encantamento, beleza e simplicidade.
É a história do bom
samaritano.
A exaltação de uma semente
de mostarda.
O romance do filho pródigo.
O drama das virgens loucas.
A salvação do mordomo infiel.
O ensinamento da dracma
perdida.
A tragédia da figueira
infrutífera.
A lição da casa sobre a
rocha.
A parábola do rico.
A rendição do juiz
contrafeito.
Na montanha, o Divino Amigo
multiplica os pães, mas não se esquece de salientar as bem-aventuranças.
Na cura de enfermos ou de
obsidiados, traça pontos de luz que clareiam a rota dos séculos, restaurando o
corpo doente, sem olvidar o espírito imperecível.
Inspirados na Boa Nova,
escrevemos para você, leitor amigo, as páginas deste livro singelo.
Por que se manifestam os
desencarnados, com tamanha insistência na Terra? Não teriam encontrado visões
novas da vida que os desalojassem do mundo? – perguntará muita gente,
surpreendendo-nos o esforço.
É que o túmulo não significa
cessação de trabalho, nem resposta definitiva aos nossos problemas.
É imprescindível agir,
sempre a auxiliarmo-nos uns ao outros.
Conta-nos Longfellow a
história de um monge que passou muitos anos, rogando uma visão do Cristo. Certa
manhã, quando orava, viu Jesus ao seu lado e caiu de joelhos, em jubilosa
adoração. No mesmo instante o sino do convento derramou-se em significativas
badaladas. Era a hora de socorrer os doentes e aflitos, à porta da casa e,
naquele momento, o trabalho lhe pertencia. O clérigo relutou, mas, com imenso
esforço, levantou-se e foi cumprir as obrigações que lhe competiam. Serviu
pacientemente ao povo, no grande portão do mosteiro, não obstante amargurado
por haver interrompido a indefinível contemplação. Voltando, porém, à cela,
após o dever cumprido, oh maravilha! Chorando e rindo de alegria, observou que
o Senhor o aguardava no cubículo e, ajoelhando-se, de novo, no êxtase que o
possuía, ouviu o Mestre que lhe disse, bondoso.
- “Se houvesses permanecido
aqui, eu teria fugido.”
Assim, de nossa parte,
dentro do ministério que hoje nos cabe, não nos é lícito desertar da luta e sim
cooperar, dentro dela, para a vitória do Sumo Bem.
É por isso, leitor, que
trazemos a você estas páginas despretensiosas, relacionando conclusões e
observações dos nossos trabalhos e experiências.
Talvez sirvam, de algum
modo, à sua jornada na Terra. Mas se houver alguma semelhança, entre estes
pontos e contos com algum episódio de sua própria vida, acredite você que isso
não passa de mera coincidência.
Irmão X
(Pedro Leopoldo, 3 de outubro de 1950)
Nenhum comentário:
Postar um comentário