O livro dos espíritos. Questão 493

MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS

CAPÍTULO IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPORAL

Anjos de guarda. Espíritos protetores, familiares ou simpáticos

493. É voluntária ou obrigatória a missão do Espírito protetor?

“O Espírito fica obrigado a vos assistir, uma vez que aceitou esse encargo. Cabe-lhe, porém, o direito de escolher seres que lhe sejam simpáticos. Para alguns, é um prazer; para outros, missão ou dever.”

a) - Dedicando-se a uma pessoa, renuncia o Espírito a proteger outros indivíduos?

“Não; mas protege-os menos exclusivamente.”

Escolha dos protegidos

O Espírito protetor tem a liberdade de escolher seu protegido, entretanto, depois de tê-lo escolhido, tem o dever de o proteger dentro do padrão mencionado pela lei. Todos somos escravos da lei, pois ela nos assiste e nos dirige. As leis foram criadas por Deus, para que se estabeleça a harmonia no universo.

Alguns dos benfeitores espirituais dão preferência a assistir ao Espírito encarnado com o qual simpatizam; outros, que são poucos, não escolhem e deixam a cargo dos mestres siderais e, como Espíritos de luz, trabalham sem reclamar em todas as áreas aonde foram chamados a servir.

Se olhássemos com os olhos espirituais a vida que vivemos, ficaríamos espantados de ver tanta proteção em nosso favor, por variados Espíritos que nos assistem por amor á causa do bem comum.

O protetor com a incumbência de proteger alguém pode assistir outras pessoas; no entanto, o seu maior dever é com aquele a quem se entregou no compromisso de amparar. Eles têm a liberdade de optar, mas têm também de escolher o trabalho a ser realizado, e Deus, pelas mãos de Jesus, assiste todos na Terra e tudo que existe, na mais perfeita ordem. Quando somos conscientes dessa verdade, passamos a operar com mais consciência e boa vontade no sentido de tudo fazer certo.

O anjo-guardião, por ser um Espírito de formação moral superior, nos ama profundamente, mas tem todos os meios lícitos de nos educar sem violência, usando a lei de justiça que é, igualmente, o mesmo amor em outra faixa de vida.

Nós também, como Espíritos, já com certo conhecimento da verdade, temos nossos protetores. Essa é uma escala muito grande, de maneira que, ao apurarmos nossos sentimentos na pureza lirial do Mestre, tornamo-nos livres, de modo a saber como andar por nós mesmos, tendo como guia somente as leis que devemos respeitar, na dimensão em que vivemos. É nesse sentido que Jesus falou: - “Conhecereis a verdade e ela tornar-vos-á livres.” Estamos a caminho de conquistarmos essa liberdade espiritual.

Deves ter o maior respeito pelo teu protetor, que pode ter renunciado a certos direitos para empregar quase todo o seu tempo em te auxiliar, em te dar conselhos, direcionando-te para o bem universal, amparando-te mesmo antes de renasceres, acompanhando teu crescimento. Procurando ajudar à família, reúne os protetores do lar, trocando ideias sobre a harmonia da casa e sobre como consegui-la pelos seus moradores; e quando a família entende essa ajuda, abrem-se as portas para maior assistência espiritual. Eis porque insistimos na abertura do Culto do Evangelho no lar, de maneira a dar ambiente para os guias espirituais da casa aconselharem a todos mais diretamente. Muitos resultados têm sido registrados através do Evangelho em casa, com a colaboração da Doutrina dos Espíritos, ondeando luzes em todos os sentimentos e formando palpos em torno da casa, bem como em volta de todas as criaturas que começam a praticá-lo.

Mesmo que o Espírito protetor escolha uma missão engenhosa para desempenhar, ele tem momentos de alegrias, quando depara com seu tutelado pensando na melhoria interna e esforçando-se por modificar. Isso é motivo de festas espirituais para os anjos que protegem o lar. O Espiritismo vem mostrar o que se passa no mundo espiritual, de modo que os encarnados fiquem conscientes dessas verdades e tenham maior esperança, esforçando-se para melhorar moralmente.

Fonte:

O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.

Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes. 

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