MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO
CORPORAL
Anjos de guarda. Espíritos protetores, familiares
ou simpáticos
502. O Espírito protetor,
que consegue trazer ao bom caminho o seu protegido, lucra algum bem para si?
“Constitui
isso um mérito que lhe é levado em conta, seja para seu progresso, seja para
sua felicidade. Sente-se ditoso quando vê bem sucedidos os seus esforços, o que
representa, para ele, um triunfo, como triunfo é, para um preceptor, os bons
êxitos do seu educando.”
a) - É responsável pelo mau
resultado de seus esforços?
“Não,
pois que fez o que de si dependia.”
Salário
Todo trabalhador é digno do
seu salário. O Espírito protetor, quando vê que seu protegido está em bom
caminho, que esse escuta seus conselhos e os coloca em prática, sente-se feliz
pelo proveito dos seus trabalhos. Ele é recompensado pela consciência, no
silêncio que a tranquilidade é doadora e a sua folha de serviço no reino onde
habita fica enriquecida pelas bênçãos de Deus.
Entretanto, quando seu
tutelado não ouve seus conselhos, ele não sofre como o encarnado com os
desacertos dos familiares; a sua posição é bem diferente dos que estão envolvidos
nos fluidos da carne e seu constrangimento não se compara com o dos homens. Sua
dor é em outra dimensão, por saber que o seu protegido no amanhã erguer-se-á e
passará a recordar o que aprendeu, passando a viver aquilo de que seus
conselhos são portadores.
Nada se perde,
principalmente em relação às leis naturais. Elas sempre acham acesso à
consciência, depois dominam os sentimentos da alma. Trabalho algum fica em vão,
principalmente quando se trata da verdade. Ela fica sempre de pé esperando,
como semente divina, para nascer na hora certa e florescer na oportunidade que
Jesus demarcar para tal evento.
Deus criou, acima de muitas
coisas, o trabalho, e a Sua criação divina é em sequencia interminável. O
Senhor continua criando, e é nessa criação contínua que se conquista a felicidade,
porque os mais velhos encontram oportunidade de trabalhar para ajudar os mais
novos. Os Espíritos da retaguarda, por força da lei, devem receber ajuda dos
que se encontram na dianteira, por estarem preparados para tal.
Os anjos da guarda não são
responsáveis pelos caminhos tortuosos que seus protegidos tomam: estes têm o
livre arbítrio e são responsáveis pelo que fazem. Os guias que os protegem
conhecem a verdade de que ninguém morre, e aguardam o desabrochar da verdade
nesses corações, como o jardineiro não se intimida com os espinhos da roseira,
que oferece rosas belas e perfumadas.
A paciência e o amor do
anjo-guardião para com o seu protegido por anos a fio constitui um mérito para
a sua vida. O amor nunca falha na educação dos que desejam ser educados. A vida
é uma constante troca em todos os reinos da natureza, e a alma que já se encontra
despertada para a luz, busca em todos os planos o indispensável para o seu
equilíbrio emocional, para a sua paz de consciência.
Pedimos aos seres que nos
possam ouvir que meditem em Deus, em Jesus e na vida em geral, pois essa
meditação pode transformar-se em luz para os seus caminhos. É o “Pedi e
obtereis”, “Batei e abrir-se-vos-á”; é o “Buscai e achareis”. Ninguém fica sem
resposta, quando sabe pedir.
O Espírito protetor não é
responsável pelos maus resultados que podem advir do seu tutelado, porquanto os
conselhos são sempre bons, mas esquecidos ou mal interpretados. Ele faz o que
estava ao seu alcance para ajudar e continua a fazer, mesmo que o seu tutelado
esteja fora da carne. Quando é preciso, multiplica seus esforços, usando todas
as oportunidades e a sua alegria é que algum dia a vitória apareça, quando
chegar a maturidade do que ouviu seus conselhos. Aí as duas almas se
encontrarão mais unidas, festejando a felicidade. Esperamos sempre por esse
dia, que é o encontro do Mestre com o discípulo, pois é comum dizer que quando
um está pronto, o outro aparece.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita.
Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10
volumes.
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