O livro dos espíritos. Questão 513

MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS

CAPÍTULO IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPORAL

Anjos de guarda. Espíritos protetores, familiares ou simpáticos

513. Os Espíritos que conosco simpatizam atuam em cumprimento de missão?

“Não raro, desempenham missão temporária; porém, as mais das vezes, são apenas atraídos pela identidade de pensamentos e sentimentos, assim para o bem como para o mal.”

a) - Parece lícito inferir-se daí que os Espíritos a quem somos simpáticos podem ser bons ou maus, não?

“Sim, qualquer que seja o seu caráter, o homem sempre encontra Espíritos que com ele simpatizem.”

Simpatia e missão

Nem sempre os Espíritos que simpatizam conosco são missionários ou encarregados de nos dirigir no grande evento de educar-nos, ante a necessidade que temos de subir na escada da vida. Espírito missionário é o nosso protetor, alma elevada que renunciou ao seu bem-estar no mundo dos Espíritos para nos acompanhar, procurando oportunidades para nos aconselhar, fazendo com que despertemos para o bem comum e para conhecermos a nós mesmos.

A simpatia vem da força de atração que exercemos sobre os nossos semelhantes, em consonância com os nossos sentimentos. Convém a todos nós compreendermos a lei segundo a qual atraímos os nossos iguais. Identificamo-nos com muitos companheiros pelos pensamentos e atitudes. Os que nos cercam trazem no íntimo a mesma vida que levamos. Frequentemente é assim. Quando escapamos desta lei, é por força da misericórdia, é o amor de Jesus se irradiando nas ondas da fraternidade para nos ajudar, abrindo os canais desta lei até ao "calvário", para suavizar o nosso fardo, e aliviar os nossos jugos. Simpatia é força poderosa que alinha as nossas vidas no conserto de muitas vidas, para que Deus apareça nos nossos corações e Cristo fique presente em nossa consciência.

Os Espíritos a quem somos simpáticos podem ser bons ou maus, dependendo do que sentimos pela vida, pelo modo que vivemos, pela altura das nossas atividades. Devemos mudar o nosso caráter, se ele não se coaduna com o Evangelho. O Cristo de Deus, vestindo a roupagem de Jesus, veio ao mundo nos trazer os conceitos que nos ajudam a salvar a nós mesmos, ampliando os nossos conhecimentos e favorecendo oportunidades para o autoconhecimento.

Os Espíritos, a não ser o nosso anjo guardião, são atraídos por nós pela identidade de nossas ações, porém, em todo caso existe exceção, porque Deus é amor, e nessa bondade do Senhor aparecer-nos-ão as luzes celestiais como aparadoras, como professoras que nunca esmorecem na nossa educação espiritual. O amor perfeito simpatiza com todos os movimentos de educação. "O amor", diz Pedro em sua Primeira Epístola, "cobre a multidão de pecados", e é esse amor que devemos procurar sentir em todas as nossas atividades, para que a vida cresça em nossos corações, revelando Deus na nossa consciência.

Compete a nós trabalharmos com nós mesmos todos os dias, incansavelmente, até que a luz nasça, a nos indicar o roteiro da felicidade. Não obstante, o nosso dever é ter vida reta, para atrair­mos Espíritos das mesmas intenções. Nesse labor divino, a Divindade aparecerá nos céus da nossa consciência a nos dizer: “- A paz seja convosco. A minha paz vo-la dou, não como o mundo a dá.”

Começa a pensar no amor, começa a viver a caridade, começa a perdoar, mesmo que sejam mínimas as ofensas, começa a ser e a sentir a bondade que, nesse exercício, tudo passará a mudar no eu mundo íntimo, e o conhecimento da vida espiritual, surgirá no teu caminho, em crescimento proporcional ao avanço do progresso.

Esforcemo-nos para simpatizarmos com o bem, que esse bem, em forma de amor, se encontra sempre ligado com as nossas vidas, na vida de Cristo.

Fonte:

O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.

Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes. 

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