MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO
CORPORAL
Anjos de guarda. Espíritos protetores, familiares
ou simpáticos
511. A cada indivíduo achar-se-á ligado, além do Espírito protetor, um mau Espírito, com o fim de impeli-lo ao erro e de lhe proporcionar ocasiões de lutar entre o bem e o mal?
“Ligado,
não é o termo. É certo que os maus Espíritos procuram desviar do bom caminho o
homem, quando se lhes depara ocasião. Sempre, porém, que um deles se liga a um
indivíduo, fá-lo por si mesmo, porque conta ser atendido. Há então luta entre o
bom e o mau, vencendo aquele por quem o homem se deixe influenciar.”
O bem e o mal
O bem e o mal estão sob o
domínio da relatividade. Eles não existem.em se falando de Deus. Bem e Mal são
extremos que correspondem às necessidades dos que se encontram na escada
espiritual, cujos degraus são infinitos.
Em muitos casos, chamamos de
bem àquilo que nos agrada, e ante as leis espirituais nem sempre o que nos
agrada é verdadeiramente um bem. Assim também, acontece em relação ao mal.
Devemos estudar, meditar, orar e usar todos os meios, no afã de irmos descobrindo
cada vez mais o que é na realidade a vontade de Deus, o ser supremo que está
dentro e fora de nós. Realmente, compreender Deus não está ao nosso alcance. Se
estamos vivendo no finito, como compreender o Eterno e o Infinito*?
"Eterno e Infinito são
bem os termos que devemos dar ao Senhor, mas, como encontrar outros na
linguagem humana que Lhe sirvam de expressão e possam revelar o Criador para
todas as criaturas?" (Nota do autor espiritual)
Bem e mal não existem, na
ampliação cósmica do termo. Criamos nomenclatura para o nosso curto
entendimento, e isso nos serve muito para acalmar as nossas interrogações
acerca do Criador de todas as coisas. Ignoramos o que existe no pensamento do
Criador e damos, muitas vezes, nomes antagônicos à mesma essência.
Os Espíritos do mal, como
são chamados erradamente, não foram criados para ficarem ligados aos
encarnados, como força para despertar outras forças internas. Todos nós e eles
somos perfeitos, em se falando de criação, por carregarmos dentro de nós todos
os dons em estado latente, esperando que as mãos de Deus, pelo impulso do
tempo, nos acordem esses dons, com os poderes que temos desde o princípio, os
quais ignoramos.
Não tendo outro termo para
definirmos Deus, nos apoiamos no que diz o Evangelista João: se Deus é amor,
Ele não pode criar o ódio. Tudo é amor, em variadas formas, devido as nossas
necessidades. Com a ascensão, vamos compreendendo melhor esse amor, que muda de
faixa e se expressa de acordo com a nossa elevação. Nada se encontra ligado a
nós a não ser pela lei do amor. Pode ser que o amor se expresse de formas
diferentes, para ser interpretado a altura da alma, na escala à qual pertence.
Se Deus é amor, tudo é amor.
Quantas vezes vemos e
ouvimos, mesmo no nosso plano, uma alma dando graças a Deus por ser tentada, e
mesmo por ter caído nas malhas de Espíritos dito inferiores? Foi com a queda
que ela se levantou mais forte e mais compreensiva, passando a respeitar os que
caem e ajudando sem julgar os que estão ainda presos pela escravidão das
sombras. Para se ficar livre do chamado mal é preciso que se deixe de viver
nele; se não se deseja a companhia de Entidades das sombras, que se faça acender
a luz no coração.
Todos temos uma marcha,
subindo sempre. Não há regressão, e no estado em que nos encontramos atraímos
companheiros da mesma dimensão de ideias. Essas são as companhias que nos
cercam, iguais a nós pelos sentimentos, e não foi Deus quem nos colocou no meio
deles ou eles para nos acompanhar. Esse é um fato natural, em todas as dimensões
de vida. À medida que nos libertamos, pelo esforço próprio, das ideias
inferiores que nos prendem cada vez mais à Terra, por leis dos afins, os Espíritos
que antes simpatizavam conosco e que não desejam mudar de pensamentos,
automaticamente se desligam do nosso convívio, e passam a acompanhar outro, que
pensa e sente como eles.
O nosso Pai que está nos
céus nos ama tanto que enviou Jesus a pisar no chão áspero deste mundo para nos
ensinar a divina lei de harmonia, querendo Ele que sejamos todos felizes, na
plenitude do verdadeiro amor. Para tanto, devemos aplicar mudanças nas nossas
vidas. O que denominamos Mal é o mesmo Bem que mudou de aspecto pela nossa
ignorância. Ele deve se transformar no curso do tempo, assim como o carvão, que
com o tempo se transforma em diamante. Se nada se perde, tudo se transforma
para melhor.
Modifica hoje o modo pelo
qual pensas e ages, seguindo as diretrizes de Jesus, que hoje mesmo se operarão
as mudanças externas ou pelo menos, começarás a mudar, de modo que a tua
alegria poderá ser mais visível no teu mundo interno e no externo, acompanhando-te
aonde quer que seja.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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