MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO
CORPORAL
Influência dos Espíritos nos acontecimentos da vida
533. Podem os Espíritos
fazer que obtenham riquezas os que lhes pedem que assim aconteça?
“Algumas
vezes, como prova. Quase sempre, porém, recusam, como se recusa à criança a
satisfação de um pedido inconsiderado.”
a) - São os bons ou os maus
Espíritos que concedem esses favores?
“Uns
e outros. Depende da intenção. As mais das vezes, entretanto, os que concedem
são os Espíritos que vos querem arrastar para o mal e que encontram meio fácil
de o conseguirem, facilitando-vos os gozos que a riqueza proporciona.”
A riqueza
De certo modo, a riqueza
leva o homem aos perigos morais e aos de todas as ordens. O dinheiro, quando
aliado ao orgulho e ao egoísmo, se compara a desastres nos caminhos das
criaturas. Por vezes, pedes aos Espíritos a fortuna, e eventualmente te poderá
ser isso concedido. Deus pode permiti-lo como lição, uma prova, como um fardo
que pesa bastante nos ombros.
Entre os Espíritos que
servem de instrumento para canalizar essa riqueza,quase sempre estão os teus
inimigos, por desejarem o teu mal, na sequencia da tua vida. São favores
perigosos, e não devem faltar ao agraciado a oração e a vigilância. O outro, em
si, não faz mal nem bem, mas, a falta de educação moral nas criaturas é que o
emprega para finalidades escusas.
Se ganhaste alguma fortuna
de repente, tem cuidado na sua aplicação: ela poderá ser motivo de glória para
a tua vida. Mas, por motivo de desespero, não deves pedir aos Espíritos
riquezas; trabalha, que se Deus achar conveniente, te proverá, sem agressão às
forças superiores. Deixa que o Senhor faça a Sua vontade, e não a tua, visto
que, de certo modo, o homem não sabe o que pedir.
Se Deus concede à pessoa a
riqueza, quase sempre é por provação; no entanto, já se encontram no mundo
muitos ricos que entrarão no reino do céu, que conhecem e sabem empregar seus
bens materiais, como ajuda para conhecer a verdade. O dinheiro em demasia pode
te levar aos desregramentos sociais, ao abuso da comida e da bebida.
É bom que anotemos a fala de
Paulo, em sua primeira carta aos Coríntios, conforme capítulo dez, versículo
trinta e um: Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra cousa
qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.
O tudo para a glória de Deus
a que Paulo se refere, é usar o que se deve usar com parcimônia. Não deves
esquecer o equilíbrio na alimentação e, se for o caso, na bebida, porque o
homem correto deve fazer tudo para a glória de Deus, sem sair da moral
evangélica, de modo que a conduta de Cristo opere em seu coração. Quem passar
pelo crivo da riqueza, e não for influenciado pelas paixões inferiores e pelos
desequilíbrios sociais, está preparado para usar o dinheiro de maneira honesta,
onde o amor pode vibrar na sua pureza e avançar nos caminhos da caridade.
Mas, se Deus te conservar na
pobreza dos bens materiais, não te revoltes, por não passar isso de uma prova,
te preparando para uma vida melhor. Confia e espera, trabalhando como se
estivesse na fartura de tudo. Do modo que pensas, assim vives. Não deixes o
fermento do mal crescer em teu coração. Ele atrai Espíritos da mesma natureza,
a te inspirarem coisas inúteis para a tua paz de consciência.
Se porventura pediste aos
Espíritos a fortuna fácil, e essa não chegou para ti, dá graças a Deus, pois
estás sendo protegido pelos teus guias espirituais. Dentro das facilidades se
enroscam serpentes perigosas. Contenta-te com o que tens, que os Céus sabem o
que convém te ofertar.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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