MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO
CORPORAL
Anjos de guarda. Espíritos protetores, familiares
ou simpáticos
497. Pode um Espírito
protetor deixar o seu protegido à mercê de outro Espírito que lhe queira fazer
mal?
“Os
maus Espíritos se unem para neutralizar a ação dos bons. Mas, se o quiser, o
protegido dará toda a força ao seu protetor. Pode acontecer que o bom Espírito
encontre alhures uma boa-vontade a ser auxiliada. Aplica-se então em
auxiliá-la, aguardando que seu protegido lhe volte.”
Opção pelos maus espíritos
Existem as lutas do mal com
o bem, no entanto, o mal, seja ele qual for, se encontra também a serviço do
bem. Se tudo tem uma razão de ser e nada se faz sem a permissão de Deus, no
dizer de “O Livro dos Espíritos”, o mal é o mesmo bem que ainda não acertou na
faixa do amor, porém que mais tarde vai encontrar.
Ninguém tem maldade encravada no coração; pratica-a por ignorância, por ter sido criado por Deus, simples e ignorante. O Espírito guardião não abandona, como já falamos, o seu tutelado; esse é que se afasta do seu protetor e entra na faixa dos Espíritos da sua condição.
Os semelhantes atraem os
semelhantes, é a lei de justiça, e os corvos se reúnem com os corvos. Essa é
uma lei que, no fundo, é o amor. Os pássaros se reúnem em bandos, os peixes em
cardumes, pela mesma lei. Assim acontece aos animais, às plantas e, certamente,
aos homens.
Tudo no universo é harmonia;
deves entender essa verdade. Não vês que os sábios estão sempre rodeados de sábios
e os santos se afinizam com a santidade? Os ricos se reúnem com mais frequência
com outros ricos, e os pobres são forçados a conviverem mais diretamente com
seus iguais. São leis que asseguram essa justiça. Essas letras que estamos
dispondo para um ideal, se afinam umas com as outras, e criam para nós o que
desejamos que seja gerado.
Os guias protetores deixam,
por vezes, que os Espíritos inferiores assumam e dirijam, em muitos casos, seus
protegidos, para lhes dar algumas lições. Quando aprendidas, eles voltam a
insistir nos seus conselhos e o Espírito, mais aquiescível, aprende melhor as
lições. A dor ajuda na maturidade da alma. Não vês que todas as crianças
sofrem? É a dor ajudando os pais a educá-las. Hoje surgiram para elas escolas
de variados portes: são deslocamentos do lar para ajudar a instruí-las. Tudo é
permissão de Deus para o bem da humanidade.
Toda acrimônia é prefácio
avisando melhora, mas não deves cruzar os braços nas aflições. Move-te, em
amparo, que esse movimento é também o amor que conserta, que equilibra, que
ajuda e que dá novos rumos para o tutelado conhecer a verdade.
O protetor não deixa seu
tutelado à mercê de outro Espírito que queira lhe fazer o mal. O protegido, já
dissemos, é que entra na faixa do “inimigo”, atraindo-o. O encarnado chama-o
pelo procedimento e eles são muitos, atendendo pela lei dos afins. Deus o
permite, por encontrar nos nossos sentimentos essa vontade que é de servir de
instrumentos para que a luz se acenda nos corações. A felicidade é um direito
para todos os Espíritos, no entanto, devemos conquistá-la, que o resto, o mais
difícil, Deus já fez em nosso favor.
Os maus Espíritos se unem
para neutralizar a ação dos bons Espíritos. Eis aí a luta, mas eles nunca
vencem, por ser a lei de amor provinda de Deus diretamente. O mal, aparentemente,
domina na Terra, mas é somente na aparência, porque ele é barulhento, e o bem
com Jesus trabalha no silêncio. Para o mundo do mal, Jesus foi vencido, mas,
para a eterna compreensão espiritual, Ele foi o vencedor mais elevado que a
Terra já conheceu. Foi, é e será o Sol que ilumina sempre a humanidade e o
próprio homem, e todas as sociedades já o têm como o símbolo do amor, como
sendo o próprio amor de Deus que visitou a Terra, dando-nos exemplos de que a
vida não para no túmulo, e que o túmulo, tanto quanto o berço, é sinônimo de
vida.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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