MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO
CORPORAL
Os Espíritos durante os combates
547. Após a morte, os
Espíritos, que como vivos se guerreavam, continuam a considerar-se inimigos e
se conservam encarniçados uns contra os outros?
“Nessas
ocasiões, o Espírito nunca está calmo. Pode acontecer que nos primeiros instantes
depois da morte ainda odeie o seu inimigo e mesmo o persiga. Quando, porém, se
lhe restabelece a serenidade nas ideias, vê que nenhum fundamento há mais para
sua animosidade. Contudo, não é impossível que dela guarde vestígios mais ou
menos fortes, conforme o seu caráter.”
a) - Continua a ouvir o
rumor da batalha?
“Perfeitamente.”
Após a morte
Após a morte, muitos dos
Espíritos que sucumbiram na guerra continuam em lutas e conservam a inimizade
por longo tempo. Outros, depois que se conscientizam da sua situação, começam a
sentir a realidade, vendo que tudo não passa de ignorância, e se reposicionam
intimamente orando a Deus na sua linguagem, pedindo proteção e esclarecimento.
A diversidade é enorme,
dentre todos os que sofrem nas guerras, encarnados e desencarnados. Os próprios
comandantes do "front" fratricida não têm consciência plena do que
ocorre; entretanto, nas horas de silêncio, uma voz interna que todos conhecem
os acusa, e surge no seu mundo interno a inquietação espiritual. Esses, nunca
mais voltam a guerrear como antes. O fanatismo pela pátria, o amor por porções
territoriais são substituídos pelo amor verdadeiro, a que chamamos universal.
Qual a diferença entre a criatura de um país para outro?
Vejamos o comércio, que tem
um alto sentido entre as nações: além das trocas necessárias, começa a
germinar, através dele, a semente da fraternidade entre os homens. Ninguém pode
viver separado dos outros. Analisa as coisas, e bem assim estas próprias letras:
se mantiveres a animosidade em relação ao teu próximo, não tem sentido a mensagem
que estruturamos para a paz das criaturas.
Precisamos de harmonia para
viver melhor, e não de guerras, que até hoje somente insuflam discórdia e
violência. Se o Espírito desencarna com ódio, no mundo dos Espíritos continua
odiando. A alma afeita ao roubo, continua roubando na dimensão que lhe é
própria. Assim por diante, vivemos onde se encontram fixados os nossos
pensamentos. Ao indivíduo que alimenta paixões inferiores, a morte não irá
mudar o conceito de vida. Ele, mesmo desencarnado, continua inspirando aos que
sintonizam com ele os desregramentos brutalizados.
Após a morte, és o mesmo
homem que foste durante a vida na Terra. Não existe o chamado passe de mágica
para transformar trevas em luz de uma hora para outra. Somente o tempo, pelas
bênçãos de Deus, consegue, na marcha determinada pelo Criador, mudar, no
silêncio da vida, a mentira para a verdade, o ódio para o amor, a guerra para a
paz, a inimizade para a amizade. As mudanças bruscas não são sementes de
harmonia. A nossa vida pode ser um poema de luz ou de trevas, um gorjeio de
vida ou de morte, dependendo dos caminhos que pretendemos seguir.
Se queres mudar de vida,
tornando-te um sol verdadeiro, não deves esquecer Jesus em todos os teus
avanços. Ele, o Mestre dos mestres, é a nossa direção, é o Pastor inconfundível
das nossas vidas. Após a morte, continuarás a ser o que és, e nada mais. Se
assim acontece, vamos começar a burilar nossas ideias na Terra, não deixando
para amanhã o que podemos fazer hoje.
Ao terminar uma batalha, o
Espírito nunca se encontra calmo, mas os mais esclarecidos, com pouco tempo se
refazem, arrependendo-se e pedindo a Deus que os encaminhe para os roteiros
certos. A sua disposição interna vale muito, e logo a assistência surge, pelos
companheiros mais velhos de jornada evolutiva, que já despertaram muito antes.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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