MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO
CORPORAL
Os Espíritos durante os combates
546. No tumulto dos
combates, que se passa com os Espíritos dos que sucumbem? Continuam, após a
morte, a interessar-se pela batalha?
“Alguns
continuam a interessar-se, outros se afastam.”
A.K.:
Dá-se,
nos combates, o que ocorre em todos os casos de morte violenta: no primeiro
momento, o Espírito fica surpreendido e como que atordoado. Julga não estar
morto. Parece-lhe que ainda toma parte na ação. Só pouco a pouco a realidade
lhe surge.
Interesse pela batalha
O Espírito que lutou como
encarnado na guerra, ao desencarnar durante a batalha, fica mais ou menos
atordoado, de acordo com a sua evolução espiritual. O fragor da batalha lhe
toma os sentidos e o prende à luta, levando-o a se demorar naquele ambiente o
quanto a sua evolução o permitir.
É o sofrimento que o irá tirando da ignorância, levando-o à procura da paz. A alma precisa de tempo para o seu aprendizado espiritual. Não podemos dizer o procedimento dos Espíritos, generalizando suas ideias depois das batalhas, porque cada um é diferente na maneira de proceder. Os processos de educação das criaturas são diversos, na diversidade da própria natureza.
A ignorância, movida pelo
instinto, nos traz violência. A violência é estado natural do homem ou do
Espírito primitivo, e todos passam por esse estado ligado à ignorância. É muito
grande o trabalho dos benfeitores espirituais em uma guerra. Eles redobram seus
esforços para socorrer a todos, dando a cada um segundo suas necessidades
espirituais.
Convém a todos que já
entendem essa operação benfeitora ajudar pela oração os Espíritos evangélicos
que socorrem os desencarnados nas guerras e nas catástrofes, o que ocorre quase
todos os dias no mundo. As mortes violentas atordoam as almas que assim
desencarnam, e as mãos benfeitoras as assistem pela força do amor e da renúncia
em favor de todas essas criaturas de Deus. Existem muitas delas que julgam não
estarem mortas, por desencarnar sob influência do ódio. Oremos juntos, para que
no amanhã o homem não desperdice mais o tempo com lutas, intrigas e discórdia
encarniçada.
O trabalho do Cristo é
maravilhoso, por ser de educação da humanidade. Ele delegou forças aos Seus
discípulos de todos os tempos para continuarem essa operação divina de instruir
os seres humanos na ciência do amor, transformando os dez mandamentos em apenas
dois, que têm a força de fazer desaparecer as guerras fratricidas, as injúrias,
a maledicência e todas as espécies de crimes.
Muitos Espíritos, ao
desencarnarem em plena batalha, passam a não se interessar mais pela guerra,
por sentirem que ela é inútil para eles, sendo, então, recolhidos por mãos generosas
às casas de recuperação espiritual. Outros ficam envolvidos nas batalhas cada
vez mais, sofrendo todas as consequências que advêm da brutalidade que nasce da
ignorância.
É bom que compreendamos que
guerra não é somente de irmãos que matam irmãos; ela existe em muitas
dimensões, como as lutas motivadas pela ignorância, em que o orgulho toma a
dianteira, aquelas em que o egoísmo inspira a vaidade sem comedimento, as lutas
internas que sempre travamos, para construir e destruir...
Devemos sempre lembrar
Jesus, na Sua fala divina, para recompor as forças da alma nos seus devidos
lugares. Muitas vezes os que lutam em uma guerra pensam que estão iluminados em
defender suas pátrias, que a honra é um dever que devem cumprir. Recordemos o
Mestre: Vê, pois, que a luz que há em ti não seja treva. (Lucas, 11:35)
Existem muitas ações humanas
que nasceram das trevas, por faltar conhecimento das leis universais, onde se
apoiam o amor e a justiça de Deus.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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