Pactos
549. Algo de verdade haverá
nos pactos com os maus Espíritos?
“Não,
não há pactos. Há, porém, naturezas más que simpatizam com os maus Espíritos.
Por exemplo: queres atormentar o teu vizinho e não sabes como hás de fazer.
Chamas então por Espíritos inferiores que, como tu, só querem o mal e que, para
te ajudarem, exigem que também os sirvas em seus maus desígnios. Mas, não se
segue que o teu vizinho não possa livrar-se deles por meio de uma conjuração
oposta e pela ação da sua vontade. Aquele que intenta praticar uma ação má,
pelo simples fato de alimentar essa intenção, chama em seu auxílio maus
Espíritos, aos quais fica então obrigado a servir, porque dele também precisam
esses Espíritos, para o mal que queiram fazer. Nisto é que consiste o pacto.”
A.K.:
O
fato de o homem ficar, às vezes, na dependência dos Espíritos inferiores nasce
de se entregar aos maus pensamentos que estes lhe sugerem e não de estipulação
quaisquer que com eles faça. O pacto, no sentido vulgar do termo, é uma
alegoria representativa da simpatia existente entre um indivíduo de natureza má
e Espíritos malfazejos.
Pacto diferente
Entre os homens existem
pactos, donde aparecem contratos assinados para que possam cumprir o prometido.
Entre os Espíritos, em relação aos homens de má índole, o pacto é diferente: é
a união de ideias, é a sintonia de sentimentos. Se queres fazer mal a alguém, é
só te fixares nestes pensamentos, que logo surgirão Espíritos das mesmas
ideias, e que, por vezes, não gostam dos que deverão ser atingidos.
Os papéis são os
sentimentos, e as letras, o desejo, que somente existe entre Espíritos
carregados de paixões inferiores, preocupados somente com a vingança e a
maldade. Às pessoas deste teor espiritual nós aconselhamos atentar para o que
diz Mateus, no capítulo 4, versículo 17: Daí por diante passou Jesus a
pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.
Pediu o Senhor aos Espíritos
de maus sentimentos para se arrependerem e não praticarem mais atos indignos,
que logo chegaria para eles o reino dos céus, porque o representante deste
reino estava na Terra, para escolher as Suas ovelhas. Ele era o Pastor de toda
a humanidade.
E agora é hora de fazermos
os nossos pactos com o bem e, através das nossas vidas, sermos honestos e
sinceros aos ensinamentos do Mestre. Quando em tribulações, devemos orar,
pedindo a Jesus que nos inspire para fazer o melhor. O fato de o homem ficar na
dependência dos Espíritos inferiores se concretiza pelos pensamentos. O modo
pelo qual vive a criatura atrai entidades da mesma natureza.
Se queres Espíritos bons em
tua companhia, pensa diferente, muda as atitudes para o bem comum, pauta a tua
vida no amor, sendo que Deus esteja em primeiro lugar, a receber tua atenção
amorosa. Nada existe no mundo da matéria que afaste Espíritos maus das pessoas,
a não ser o seu modo de viver. Se queres Espíritos de luz a te inspirar, basta
viveres na luz. Os Espíritos dotados de paixões inferiores buscam os homens dos
mesmos sentimentos, e eis que aí se encontra o pacto por analogia de
sentimentos.
A Doutrina dos Espíritos vem
nos ensinar a fazer mudanças na moral, e cada vez mais crescer nas virtudes.
Desta forma, somente os Espíritos de elevados sentimentos são capazes de
acompanhar a criatura e fazê-la feliz.
Quando desejas o mal para
tal ou qual pessoa, se esta não se encontra na faixa do mal, esse mal não chega
ao seu ambiente; ele é desviado para lugares onde encontra sintonia, ou então
volta para quem o desejou, e com mais intensidade. Quando o pensamento sai para
seu destino, tem a força de atração dos seus iguais e vai se avolumando. Por
lei, ele volta para onde nasceu. Quem deseja o mal, é sempre visitado por ele,
e aquele que semeia o bem, ganha por isso, porque a lei é a mesma.
Aqueles que chamam os
Espíritos maus pelas suas ideias, persistindo em fazer mal a outrem, atraem com
isso maus Espíritos que ficam seus amigos, e passam a ser devedores desses
Espíritos, podendo ser cobrados a qualquer momento. Ter amigos no mal, a razão
nos informa que não é bom. Somente o amor constrói; todos os homens sabem
disso, só faltando que todos eles passem a viver o amor, porque somente a
vivência nos livra de todos os ataques.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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