O livro dos espíritos. Q. 553

MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS

CAPÍTULO IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPORAL

Poder oculto. Talismãs. Feiticeiros

553. Que efeito podem produzir as fórmulas e práticas mediante as quais pessoas há que pretendem dispor do concurso dos Espíritos?

“O efeito de torná-las ridículas, se procedem de boa-fé. No caso contrário, são tratantes que merecem castigo. Todas as fórmulas são mera charlatanaria. Não há palavra sacramental nenhuma, nenhum sinal cabalístico, nem talismã, que tenha qualquer ação sobre os Espíritos, porquanto estes só são atraídos pelo pensamento e não pelas coisas materiais.”

a) - Mas, não é exato que alguns Espíritos têm ditado, eles próprios, fórmulas cabalísticas?

“Efetivamente, Espíritos há que indicam sinais, palavras estranhas, ou prescrevem a prática de atos, por meio dos quais se fazem os chamados conjuros. Mas, ficai certos de que são Espíritos que de vós outros escarnecem e zombam da vossa credulidade.”

Efeitos das fórmulas

Verdadeiramente, não existem fórmulas ou práticas que tenham o poder de atrair Espíritos, como seja o uso de talismã, ou de outro qualquer objeto que "garantam" a atração de Entidades Espirituais. O Espírito se encontra acima da matéria: ele é que a dirige, e não essa que o prende, pois não possui qualidade ou radiação superior àquele. A alma tem sempre condições de buscar esta qualidade superior, ao passo que a matéria não domina esse recurso. Essa crença em fórmulas é pura ilusão que nasce do fanatismo religioso entre as pessoas ignorantes.

No que tange às verdadeiras leis de Deus, como se poderia aceitar a justiça, sendo que Espíritos de má índole poderiam usar fórmulas que poderiam atrair más Entidades e colocá-las junto de um justo? Onde estaria a vontade de Deus? As fórmulas são somente para impressionar, fazendo sofrer o ignorante. Vejamos o que disse Jesus aos Fariseus, quando Ele e Seus discípulos trabalhavam no sábado: O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado. (Marcos, 2:27)

É bom que verifiques, pela palavra de Jesus, que o sábado, sagrado para os judeus, não tinha influência alguma nas almas. O sábado foi feito por causa do homem, seu superior.

Por que fórmulas extravagantes, nascidas de mentes desequilibradas, somente para atrair fama com o sofrimento dos incautos, poderiam atrair e comandar o Espírito, que a tudo pode dominar no exercício do bem e da verdade? Não acredites que amuletos possam te dar boa vida, que rabiscos de determinada feição possam te defender deste ou daquele mal. Isso é pura ficção, nascida do interesse de ganhar dinheiro fácil e nada mais. Por lei, somente o Espírito pode atrair seu igual. O pensamento é o ponto chave de atração dos Espíritos: do modo que pensas, podes atrair almas com os mesmos pensamentos.

Sabemos, e disto temos provas, que Espíritos que assinam nomes respeitáveis ensinam fórmulas cabalísticas aos incautos, aos de boa fé, melhor dizendo, de fé cega, que em tudo acreditam, desde que venha dos Espíritos. São Entidades enganadoras, que começam a enganar a si mesmas, na ilusão de comprar a felicidade sem esforço próprio. Toda subida exige esforço, sacrifício e dor. Vejamos o que diz o apóstolo João, na sua mais alta inspiração, sobre certos Espíritos:

Amados, não deis crédito a qualquer Espírito: Antes, provai os Espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo afora.

É justamente isso que o grande apóstolo de Jesus já tinha percebido nos anúncios de Espíritos sem a devida competência para anunciar. São falsos profetas da erraticidade, em quem não devemos acreditar. A Doutrina dos Espíritos codificada pelo Missionário de Lion, Allan Kardec, veio nos ajudar a classificar os Espíritos e a reconhecê-los pelo que falam ou escrevem. Os espíritas que se deixam envolver por essas falsas comunicações, se esquecem das leituras da Doutrina, e não usam a sua própria razão, deixando-se levar pelos aventureiros do espaço. É bom lembrar sempre do que disse Jesus: "Cegos que guiam cegos, qual é o seu destino?"

Fonte:

O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.

Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes. 

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