MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO X – OCUPAÇÕES E MISSÕES DOS ESPÍRITOS
559. Também desempenham
função útil no Universo os Espíritos inferiores e imperfeitos?
“Todos
têm deveres a cumprir. Para a construção de um edifício, não concorre tanto o
último dos serventes de pedreiro, como o arquiteto?” (540)
Utilidade dos espíritos
inferiores e imperfeitos
Espírito algum fica sem as
bênçãos de Deus, onde quer que seja. Todos se movem pela vontade d'Aquele que
os criou. Os Espíritos não desconhecem que as almas foram criadas simples e
ignorantes. É justo que compreendamos a necessidade de que elas despertem para
a vida maior, e é nessa luz de compreensão que surge a liberdade, caminho para
a felicidade espiritual.
Os Espíritos inferiores e imperfeitos, como retrata "O Livro dos Espíritos", são comandados por Deus, pelos Seus agentes mais próximos para executarem as Suas obras, na Sua casa universal. Todos eles têm deveres a cumprir, e isso fazem mesmo que sejam inconscientes. Quantos, dentre todos, pensam que fazem o que desejam fazer! Como se enganam!
O Universo, se podemos
chamar assim toda a criação, tem uma direção espiritual correta e
pré-estabelecida por leis, leis essas vigiadas por Espíritos puros,
interligados ao Criador que a tudo percebe, por sentidos que escapam aos dos
homens. Ninguém, em relação a Deus, faz a sua própria vontade. Sem a permissão
do Senhor, nada se faz na vida. Para construção de um grande feito, milhares de
mãos operam, desde os serviços mais simples, até aos mais elevados. Assim é na
casa do Pai: todos tem obrigações a realizar.
Compete a todos nós entender
o que se deve fazer como tarefa útil. Quem pensa que está destruindo, constrói
na junção da própria obra. Nada se faz sem utilidade. Estamos escrevendo por
ser o nosso dever de anunciar as leis que nos cercam e nos assistem, cooperando
com os homens na grande realidade de se buscar o amor, buscar o que já existe
dentro de cada um.
Deves, tu mesmo, achar a tua
felicidade, que não se encontra fora, mas, na intimidade do teu ser. Somos
revestidos por casca, qual a ave a nascer, e devemos quebrá-la para nos
libertarmos. Quando somos neófitos, o Senhor nos ajuda por misericórdia, para
sairmos das sombras, contemplando a luz do dia.
Quem se encontra na luz, já
passou pelas trevas. É nesse sentido que os anjos têm tolerância com os
Espíritos chamados imperfeitos e inferiores. O dever do encarnado é o mesmo;
quem tem mais luz, deve servir de cicerone aos que não sabem o caminho. A
Doutrina dos Espíritos constitui facho de luz, com o dever de clarear
consciências e fazer despertar a fé esclarecida em todos os corações. Eis que
surge para os homens uma oportunidade de compreender as leis de Deus com mais
profundidade, pelo intercâmbio espiritual, ao qual servem de instrumentos os
novos profetas, que o progresso fez mudar o nome para médiuns.
O futuro pode, novamente,
fazer mudanças, mas o trabalho é o mesmo, ou sempre alcançando maior perfeição.
A luz está cada vez mais intensa nas consciências. Todos os Espíritos, pertencentes
a qualquer escala na evolução espiritual, têm seus deveres no grande edifício
universal. A inatividade não existe na casa de Deus. O que pensa estar em
estado inerte, é por falta de olhos para ver os movimentos na intimidade de
cada coisa. Movimento é vida, e quanto mais se move, mais se vive.
Na profundidade do assunto,
podemos dizer que não há nada inferior nem imperfeito, pois o que sai das mãos
perfeitas não pode levar outro timbre a não ser o da perfeição. O que ocorre
com os Espíritos é que nascem para a vida simples e ignorantes, mas com todos
os recursos dentro de si, para seu devido crescimento. A sabedoria do Cristo
foi que nos fez desta maneira. O Céu, Deus e a felicidade se encontram junto a
nós, na cidade de luz do coração.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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