Autor espiritual: Casimiro Cunha
Ano:
1941
Prefácio:
Ouve, amigo!
As “Cartas do Evangelho" são vendidas em benefício da Casa da Criança, que Jesus nos auxiliou a fundar, em Campos, para recolher os pequenos desvalidos.
Quem as escreveu foi
Casimiro Cunha, valoroso discípulo de Jesus e devotado amigo do plano
espiritual. São, pois, notícias de um irmão carinhoso, e que se elevou a uma
esfera mais alta pelos seus méritos morais e valores puros do sentimento.
Estas cartas, portanto, são
umas correspondências do céu. Seu preço pode, assim, representar o de uma taxa
comum, como a dos selos do mundo, sobre a mensagem de um coração distante e
amigo. E no caso presente a moeda despendida é a moeda do céu, porque nos
mundos purificados todos os bens são adquiridos pelo valor sagrado e definitivo
da virtude.
Vê, pois, leitor amigo, que
a sua cooperação material será convertida em agasalho e proteção para os
orfãozinhos.
Todavia, não desejo
referir-me tão somente à finalidade do selo, que é proveitosa e justa, mas
também à significação destas cartas e ao seu substancioso conteúdo.
A presente mensagem, tão
simples na sua rima e tão grande na sua expressão ideológica, é o amoroso
convite ao banquete do Evangelho. Inicia a sua leitura e medita. Elas falam de
suas necessidades, de suas esperanças e de seus sofrimentos. Esclarecendo as
suas dúvidas, lhes iluminam, balsamizando as feridas que sangram dentro d’alma,
aliviando o coração. Sobretudo, estas cartas preparam o seu espírito para sentir
e compreender melhor o ensinamento d’Aquele cujas palavras não passarão. Seus
conceitos aclaram o raciocínio e edificam o sentimento, no esforço sagrado da
iluminação, e bem sabe que a maior necessidade do homem é justamente a de luz
espiritual para se identificar com o Cristo.
Pode vacilar, ante as minhas
afirmativas, alegando a preparação do mundo que lhe educou as energias e lhe
concederam possibilidades materiais, as mais vastas, para enfrentar
corajosamente as lutas edificadoras da vida. Mas, é indispensável considerar
que sem os valores íntimos, toda a preparação do mundo torna-se ilusória.
Somente na adversidade e nos perigos pode o espírito dar testemunho de sua
edificação definitiva. E, na Terra, chegam sempre, tarde ou cedo, as horas do
fracasso, da prova ríspida ou da separação.
Tem consciência de que se
encontra realmente preparado, em face das surpresas do caminho?
Estará recebendo todas as
dores como um bem? Está convicto da execução de todos os seus deveres?
Vacila-se, examina o
conteúdo destas cartas e ouvem-lhes os apelos.
Na palavra do apóstolo
Mateus (7:24-27), Jesus nos fala do homem prudente que edificou a sua casa
sobre a rocha, tornando-a inacessível à ação destruidora das chuvas, das
torrentes e dos ventos que desabam sobra o mundo.
Um dia, as chuvas
das lágrimas, as torrentes das paixões e os ventos das desventuras
virão sobre essa casa que é o símbolo do coração. E feliz aquele que a houver
construído sobre a rocha da fé viva.
Recebe, pois, meu amigo, as
Cartas do Evangelho e medita. Mais do que as minhas palavras desvaliosas, elas
lhe falarão do Divino Mestre, Com mais calor e sabedoria, ao âmago do espírito.
E desejando-lhe todo o bem,
termino aqui, com o mesmo apelo fraternal do esclarecido autor destas páginas:
“Busca vibrar no Evangelho,
Reforma-te, sem alarde.
Atende agora. Amanhã,
Talvez seja muito tarde “.
Nina Arueira
(15 de março de 1940
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