MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO
CORPORAL
Poder oculto. Talismãs. Feiticeiros
555. Que sentido se deve dar
ao qualificativo de feiticeiro?
“Aqueles
a quem chamais feiticeiros são pessoas que, quando de boa-fé, gozam de certas
faculdades, como sejam a força magnética ou a dupla vista. Então, como fazem
coisas geralmente incompreensíveis, são tidas por dotadas de um poder
sobrenatural. Os vossos sábios não têm passado muitas vezes por feiticeiros aos
olhos dos ignorantes?”
A.K.:
O
Espiritismo e o magnetismo nos dão a chave de uma imensidade de fenômenos sobre
os quais a ignorância teceu um sem-número de fábulas, em que os fatos se
apresentam exagerados pela imaginação. O conhecimento lúcido dessas duas
ciências que, a bem dizer, formam uma única, mostrando a realidade das coisas e
suas verdadeiras causas, constitui o melhor preservativo contra as ideias
supersticiosas, porque revela o que é possível e o que é impossível, o que está
nas leis da Natureza e o que não passa de ridícula crendice.
Feiticeiros
Os chamados feiticeiros são
homens e mulheres que possuem, segundo "O Livro dos Espíritos",
certas faculdades como a força magnética ou a dupla vista. Os de boa fé são assistidos
pelos Espíritos benfeitores, e os de má índole, por Espíritos da sua mesma
categoria.
A existência dos chamados
curandeiros tem uma razão de ser; eles aparecem mais em lugares ermos, onde não
existe outra maneira de aliviar os sofredores, e a razão nos pode indicar e
fazer compreender que Deus é tão bom, que desperta alguns dons nestas criaturas
em favor dos que sofrem.
Os de má índole, que fazem
do seu dom motivo de comércio, devem ser esclarecidos pelos que já alcançaram a
compreensão, e não perseguidos. Jesus deu mostra de todos os dons
desenvolvidos, curando todos os tipos de enfermidades e erguendo a criatura
moralmente para a vida feliz. A Doutrina Espírita não faz o mesmo? O médium
curador não é menos e nem mais que um curador comum, que impõe as mãos no
doente, curando suas dores, que distribui água fluidificada e dá conselhos,
como se fosse o “Ide e não pequeis mais” de Jesus.
Os feiticeiros, como são
chamados erroneamente, estão se tornando raros, porque estão surgindo outros
métodos de cura para a humanidade, que cresce cada vez mais na compreensão com
Jesus. A Doutrina dos Espíritos vem esclarecer aos de boa vontade, o que devem
fazer para curar e aliviar as dores do próximo, dentro da lei natural, sem o
uso de fórmulas, amuletos no pescoço e talismãs.
Escrevemos muito sobre o
valor da palavra, porque o Cristo de Deus curava falando com as criaturas
doentes. Uma conversa bem posta nos lábios de quem se dedica ao bem faz
maravilhas, porque o verbo vem de Deus, e ele, envolvido no amor e na caridade,
cura, desperta e eleva as almas para uma vida melhor.
O homem que se chama de
feiticeiro é dotado de poder magnético mais elevado que o comum, e quando não
tem compreensão, acha que somente ele possui esse poder, começando a fazer
coisas fora da lei do “Dai de graça o que de graça recebestes” das mãos do
Benfeitor Maior.
Existem em todo o mundo as
chamadas benzedeiras, ou benzedores, que curam e aliviam milhares de criaturas
com as mãos, por vezes segurando ramos que acham convenientes, como
transmissores de energias. Estas pessoas são médiuns de berço, como dizem
alguns. Quando aceitam a disciplina e não usam esse poder para comércio
ilícito, os Espíritos superiores os assistem, ajudando-os a ajudar mais, em
nome d'Àquele que é a Luz do mundo. Quando vendem seus dons, mesmo que seja por
ignorância, responderão pelas consequências e divulgação do seu procedimento
incorreto.
Quem traz o poder de curar,
e por vaidade quer ser o primeiro nos lugares por que passa, curando, é bom que
saiba que não é ele quem cura, é Deus. É Jesus quem responde o que esse tipo de
curador vai ser: E quem quiser ser o primeiro entre vós, será servo de
todos.(Marcos, 10:44).
Tudo pertence ao Senhor.
Gloriar-nos de alguma coisa que possuímos, ê desmerecer os valores que passam
por nós em favor dos outros. Se Deus permitiu que houvesse os curadores, os
"feiticeiros", os benzedores, é bom que se notem os benefícios
prestados por eles onde não existiam outros recursos. E todos eles, é justo que
se diga, começam seus trabalhos, mesmo rudimentares, com a oração e respeito a
Deus e aos chamados santos. Devemos ter respeito para com esses irmãos nas suas
posições, e que Deus e Cristo os abençoe onde estiverem, nos seus trabalhos em
nome da caridade. Não os condenemos, mas esclareçamo-los com amor, porque na
educação ninguém se revolta quando o educador opera com amor. Não nos
esqueçamos de que os feiticeiros e demais pessoas dessa faixa são também nossos
irmãos.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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